A festa de hoje celebra simultaneamente a Apresentação do Menino Jesus no templo e a Purificação de Nossa Senhora.
Segundo a lei antiga que prevalecia no Velho Testamento, diz o livro do Levítico, capítulo 12, que a mulher que tivesse dado à luz um filho, deveria ficar separada da companhia dos outros como pessoa impura, sendo-lhe proibido entrar no Templo até o dia de sua purificação. Esta seria depois de 40 dias de ter dado à luz a um filho, e 80 dias no caso de uma filha. Passados esses dias, ela deveria apresentar-se no templo, e oferecer um cordeirinho, duas rolas ou dois pombinhos, entregando a oferta ao sacerdote para que rezasse sobre ela. Com esta cerimônia ela era aceita outra vez na comunhão dos fiéis.
Por outro lado, no livro do Êxodo, capítulo 13, 2, Deus disse a Moisés: “Consagra-me todo o primogênito [do sexo masculino]… tanto dos homens, como dos animais, porque todas as coisas são minhas”. Se o menino fosse da tribo de Levi, tinha a obrigação de ser dedicado ao serviço de Deus. Caso contrário, poderia ser resgatado por certo preço.
Ora, tanto a Santíssima Virgem, quanto seu divino Filho, estavam isentos da observância destas leis. Porque Maria não havia concebido pela ação das criaturas, mas por obra do Espírito Santo, sem deixar de ser virgem. E Jesus Cristo, como autor da Lei, não estava a ela sujeito. Entretanto, para eles, bastava que fosse um ato de religião, para se sujeitarem a ele.
Como uma reminiscência desse costume, a Igreja reservava outrora uma bênção especial às parturientes que, logo que seu estado permitia, se apresentavam a Deus com o fruto de suas entranhas. Esse período de 40 dias era popularmente chamado de “dieta”, e como tantos outros costumes religiosos infelizmente desapareceu com a descristianização do mundo.
A festa da Purificação de Nossa Senhora é uma das festas marianas mais antigas, ou talvez a primeira de todas. Celebrou-se em Jerusalém já no século IV, de onde passou para Constantinopla e atingiu Roma onde, no século VII se encontra associada, no dia 2 de fevereiro, a uma procissão que parece ser anterior à festividade da Virgem.
Neste dia se procede à bênção das velas (candeias) em honra de Nossa Senhora das Candeias e, em muitas igrejas, antes da Missa, organiza-se solene procissão em que são levadas as velas acesas, símbolos de Jesus Cristo que, apresentado a Deus no templo de Jerusalém pelo santo velho Simeão, foi saudado como a luz que veio para iluminar os povos.