Neste dia diz o Martirológio Romano: “Em Lorch, na província de Nórica Setentrional [antiga região do Império Romano, que corresponde, aproximadamente a alguns estados austríacos e parte da Baviera] São Floriano mártir, que o prefeito Aquilino mandou precipitar no rio Enns [afluente do Danúbio] com uma pedra no pescoço, no tempo do imperador Diocleciano”.

O Martirológico Romano Monástico, da Abadia de Solesmes, traduzidos pelo Mosteiro da Ressurreição, completa com mais alguns dados: “Durante a perseguição de Diocleciano, São Floriano. Veterano do exército romano, nele ocupava posição importante quando foi surpreendido ao visitar cristãos que estavam na prisão. Foi condenado então a ser afogado”.

Como já dissemos, há muito poucos dados a respeito desses mártires dos primeiros tempos do cristianismo. Compreende-se, porque numa tumultuada época de perseguição, não era possível coletar documentos sobre a vida e o martírio de cada um dos inúmeros confessores da fé que davam a vida por Jesus Cristo.

Por isso somos obrigados a nos basear nas legendas que normalmente surgiram muito depois, ou na tradição de veneração que a eles se liga. Com São Floriano não é diferente.

A notícia mais antiga sobre esse santo é encontrada num ato de doação do VIII século, em que São Floriano é mencionado. Depois, por volta de meados desse mesmo século, surgiu uma legendária “Passio Sancti Floriani et sociorum ejus” (Paixão de São Floriano e companheiros). Mais tarde seu nome foi incluído no Martirológio Geronimiano e no Martirológio de Lyon, de onde passou para o Romano em data de 4 de maio.

Segundo conta a “Paixão”, Floriano era um veterano do exército romano que vivia em Mantem, cerca de Krems. Sabendo que Aquilino, que governava a Nórica Ripense durante a perseguição de Diocleciano, tinha arrestado em Lorch quarenta cristãos, desejando compartir a sorte deles, foi a essa cidade. Lá, encontrando alguns soldados que estavam à procura de cristãos, declarou-lhes ser um deles. Foi então preso e conduzido a Aquilino o qual, não conseguindo que ele sacrificasse aos deuses, o fez flagelar e depois o condenou a ser lançado no Rio Enns, com uma pedra no pescoço. O que ocorreu no dia 4 de maio de 304. O corpo do mártir foi milagrosamente encontrado por uma cristã de nome Valeria, que o enterrou num terreno de sua propriedade.

Sobre o sepulcro do santo foi construída uma igreja, entregue aos monges beneditinos, que foi destruída pelos bárbaros. Depois o bispo Angelerto de Passau ergueu no local uma nova igreja, e deu-a aos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. No ano de 1183 algumas relíquias de São Floriano foram levadas pelo bispo Egídio de Modena a Cracóvia, onde o duque Casimiro da Polônia edificou em sua honra uma esplêndida basílica.

Seu culto é muito popular na Áustria e na Baviera, e ele é invocado contra as inundações e os incêndios, pelo que é padroeiro dos Bombeiros.

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