São Lucas é quem introduz São Zacarias e Santa Isabel em seu Evangelho, narrando a aparição que o primeiro teve do Arcanjo São Gabriel, que fora anunciar-lhe o nascimento de seu filho, o futuro Precursor do Messias. Diz o evangelista que “ambos eram justos na presença de Deus, e irrepreensíveis caminhavam em todos os preceitos e observâncias do Senhor”. Diz também que eles eram avançados em anos.
O evangelho de São Lucas é muito conhecido. Limitamo-nos pois a ressaltar que o Precursor foi abençoado no seio materno por Jesus, presente no seio de Maria Santíssima, através de sua voz, como que mostrando que é por intermédio dela que Ele nos dá suas graças. Na ocasião Nossa Senhora foi saudada por sua prima Isabel com as palavras que todos os católicos rezam diariamente na Ave Maria.
Restringimo-nos a citar aqui algumas hipóteses do que sucedeu ao santo casal depois que desaparecem do cenário bíblico.
O Pe. Pedro de Ribadeneira, discípulo de Santo Inácio, em seu Flos Sactorum, dá algumas versões sobre o que teria acontecido ao santo casal depois do que está descrito no Evangelho. Diz ele que, na perseguição de Herodes, Santa Isabel fugiu para o deserto com seu filho; mas acrescenta que outra versão, tida como a mais provável, é a de que ela tenha se refugiado, com o menino, num mosteiro dos essênios, descendentes dos discípulos do Profeta Elias, e que lá ficaram até que São João Batista cumpriu sete anos de idade. Então o Precursor se retirou para o deserto, e sua mãe voltou para casa, onde teve uma santa morte.
Seu marido, São Zacarias, como tinha funções no templo, permaneceu em Jerusalém. Lá teria sido morto secretamente no templo, por ordem de Herodes. Os que defendem esta tese, o identificam com o Zacarias que Nosso Senhor diz que foi morto entre o templo e o altar (Mt 23, 25). Pelo que o Pe. Ribadaneira lhe dá o título de “profeta e mártir”. Mas acrescenta o ínclito jesuíta que o grande São Jerônimo não concorda com esta tese, afirmando que o Zacarias dito por Nosso Senhor, era uma outra pessoa.
Seja como for, consta que seu corpo teria sido depois levado de Jerusalém para Veneza, e que lá estaria até hoje.
A Santa Igreja venera os dois santos esposos em uma só solenidade.