Os primeiros registros da entrada de missionários europeus na China datam do século XIII, quando esse Império era governado pela dinastia Yuan. O padre franciscano italiano João de Montecorvino chegou a Pequim em 1294, e em 1299 construiu uma igreja nessa cidade; em 1305 construiu uma segunda, em frente ao palácio imperial, e fez muitos conversos. Entretanto, depois de muitas vicissitudes, a Igreja praticamente desapareceu naquele país, até que, à chegada do jesuíta italiano, o venerável Mateo Ricci (1552-1610) , teve um verdadeiro reviver.

Em 1576 o papa Gregório XIII havia erigido a diocese de Macau, possessão portuguesa na China, sendo esta a primeira diocese no país, com jurisdição eclesiástica inicial sobre toda a China e Japão. O padre Mateo Ricci entrou na China por essa possessão portuguesa em 1582. Aos poucos se notabilizou por seus conhecimentos em astronomia e ciências, pelo que foi convidado pelo Imperador em 1601 a se estabelecer em Pequim, a Cidade Proibida, sendo o primeiro europeu a nela entrar.

Frei Mateo converteu proeminentes nobres ao Catolicismo, como seu colega Xu Guanggi, que o ajudou na tradução de muitas obras do latim para o chinês.

Por isso a data da chegada de Mateo Ricci na China é considerada como a da introdução efetiva do catolicismo no país.

Entretanto, vários problemas impediram um desenvolver mais vigoroso da Igreja chinesa.

Ricci morreu em 1610, mas a missão dos jesuítas conseguiu tornar-se parte importante da burocracia imperial. Esta só acabou no século XVIII. Depois disso a Igreja na China passou por muitas vicissitudes, sendo que em 1721 outro Imperador proibiu as missões cristãs no país e, três anos depois, ordenava o exílio para Cantão de todos os missionários, exceto daqueles que trabalhavam na Corte Imperial, a maioria jesuítas.

Em 1736 o ensino da doutrina católica foi punido com a morte. Com a supressão da Companhia de Jesus (1762-1773) e sua consequente retirada da China, a Igreja, que já contava com 300 mil católicos, ficou mais exposta às sucessivas ondas de perseguição. Estas se tornaram mais severas a partir de 1796, e muitos sacerdotes e fiéis chineses foram martirizados.

Mesmo com todas estas dificuldades, a Igreja conseguiu sobreviver clandestinamente no país.

Do século XVII até a metade do século XIX, mais missionários e fiéis leigos foram mortos, inclusive monsenhor João Gabriel Taurin Dufresse, das Missões Exteriores de Paris, que foi decapitado, e canonizado.

Ora, sucedeu então que Zhao Rong, um soldado que escoltou Dom Dufresse até à cidade de Pequim e o acompanhou até ser decapitado, ficou tão impressionado com a serenidade e a força espiritual do bispo que apesar de torturado não renegou a fé, que pediu-lhe que o recebesse no seio da Igreja. Foi batizado e enviado ao seminário, onde foi ordenado sacerdote diocesano. Preso por se cristão, ele também sofreu terríveis suplícios antes de morrer decapitado, em 1815. É ele que encabeça a lista dos mártires chineses.

No início de 1900, ocorreu a revolução comunista chinesa, provocada por motivos políticos, com novas ondas de perseguições aos cristãos. O motivo foi exclusivamente religioso, como comprovaram os documentos históricos. Desde então, aconteceu uma sangrenta exterminação, matando-se um número infindável de catequistas leigos, chineses convertidos e sacerdotes chineses. Não puderam ser localizados todos os nomes, porque a destruição e os incêndios continuaram ao longo do novo regime político chinês. A última execução em massa de cristãos na China de que se tem notícia aconteceu em 25 de fevereiro de 1930.

A Igreja Católica por meio de diferentes papas, beatificou 120 desses mártires chineses que morreram em tempos diversos por sua fidelidade corajosa à fé católica, incluindo aqueles que morreram já na época comunista (desde 1949), cujo grande número ainda está por ser definido.

A canonização realizou-se no Vaticano, no dia 1o de outubro de 2000, no con­texto do Grande Jubileu, pelo papa João Paulo II.

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