Nicolau nasceu nas Marcas, na Itália, no ano de 1245, fruto das preces de seus pais a São Nicolau de Mira ou de Bari. Como São Zacarias e Santa Isabel, eles já estavam avançados em anos, e não tinham filhos. Fizeram então a promessa àquele Santo de ir visitar seu santuário, no reino de Nápoles, se suas preces fossem ouvidas. O que ocorreu no mês de setembro de 1245 com o nascimento de um menino, que recebeu o nome de seu protetor.

Ainda pequeno, Nicolau fugia de tudo o que fosse efeminado, mundano, e mesmo dos divertimentos das outras crianças. Sua pureza era angélica. Fugia das mulheres imodestas e dos meninos maliciosos, e se aplicava em imitar as virtudes que brilhavam nos bons cristãos. Servia os pobres na casa paterna com suas próprias mãos. Sua devoção profunda e seu porte, faziam os fiéis crerem que ele via a Cristo com os olhos corporais. “Se Deus conserva a vida deste menino – diziam – será um dia um grande Santo”.

Nicolau era puro e tão piedoso, que o Menino Jesus lhe aparecia na hóstia, no momento da elevação. Jovem ainda, mas já senhor de uma prebenda de cônego, um dia ficou tão tocado pelo sermão de um eremita de Santo Agostinho, que decidiu entrar para sua Ordem.

Ordenado sacerdote em 1270, apesar de já ser um religioso consumado, Nicolau mostrou bem o muito que pode a graça do Sacramento da Ordem em uma alma bem disposta. Sendo já santo, o novo sacerdote, quando subia ao altar, deixava transparecer sua piedade e fervor, e brilhar sua virtude com novo esplendor. Seu rosto se inflamava com o fogo do amor divino, e escorriam lágrimas de amor de seus olhos.

Enviado para o eremitério de Pésaro, uma vez quando celebrava o Santo Sacrifício, lhe apareceu uma alma do Purgatório pedindo que celebrasse uma Missa por ela. Como Nicolau estava encarregado da missa conventual, e só se podia então celebrar uma Missa por dia, respondeu que não lhe era possível atendê-la. Viu então uma multidão de almas que esperavam por uma missa sua para se livrarem do Purgatório.

Nicolau foi apresentar o problema a seu Superior, e obteve dele licença para, durante uma semana, celebrar o Santo Sacrifício na intenção dessas santas almas. Aquela primeira alma então lhe apareceu de novo, para lhe agradecer a caridade que tinha tido para com ela. Junto com ela vinham várias outras almas que tinham sido libertadas graças às celebrações do santo.

Enviado para Tolentino, aí Nicolau deveria passar os últimos 30 anos de sua vida, sendo a edificação de todos. Foi assaltado pelo demônio numa guerra contínua, sendo por ele tão maltratado fisicamente, que ficou meio inválido para o resto da vida.

Narram-se muitos prodígios operados pelo Santo. Um deles foi, como ocorreu com Santo Elias, multiplicar a farinha de generosa mulher que lhe dera tudo o que tinha, ficando na miséria.      Outra mulher, que só dava à luz a natimortos, recorreu a ele, e Deus fez com que depois fosse mãe de numerosa prole. Curou também uma mulher da cegueira, e a muitas pessoas de várias doenças.

         O remédio ordinário que São Nicolau usava nessas curas era fazer o Sinal da Cruz sobre a pessoa enferma.

         Enfim, o Santo foi favorecido nos últimos seis meses de vida, com a visão e a música harmoniosa dos anjos. Via muitas vezes a Santíssima Virgem e Santo Agostinho, que lhe davam a gozar antecipadamente as doçuras celestiais.

         O Santo expirou no dia 10 de setembro de 1306, nos braços de Nossa Senhora e de Santo Agostinho, e foi canonizado no dia 1º. de fevereiro de 1446. Foi incluído no Martirológio em 1585.

 Sua vida foi escrita por um frade de sua Ordem.

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