No 1200º aniversário: Carlos Magno sob a luz dourada da História e da lenda

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Carlos Magno sobre Aachen
Busto-relicário de Carlos Magno.
Fundo: catedral de Aachen, Alemanha, capital de seu império

Em 28 de janeiro de 2014, a Cristandade vai comemorar 1.200 anos do falecimento do imperador Carlos Magno (*748–†814).
Em sua pessoa o Papa instituiu o Sacro Império Romano Germánico, obra prima da ordem social e política cristã, hoje infelizmente posta de lado.

Eventos culturais do mais alto nível estão anunciados pela Europa toda para comemorar a data.

O Museu Nacional da Suíça, por exemplo, lhe consagra uma exposição especial reunindo objetos prestigiosos, verdadeiras relíquias, emprestados por numerosos museus e instituições suícas e estrangeiras.

É difícil, reconhecem os organizadores, montar o quadro completo dos imensos progresos que o grande imperador católico, venerado em certas dioceses como Beato, trouxe para a Civilização Cristã.

No domínios da educação, da arte, da arquitetura e da religião não houve como ele.

Salas temáticas serão consagradas à personalidade do grande Carlos e seus colaboradores mais próximos. A seu império, aos conventos, igrejas e palácios que mandou construir e retratam de modo vivo sua época de influência pessoal nas décadas de 740 a 900.

Todo um outro tema é o culto devotado a Carlos Magno pela Igreja Católica.

Carlos Magno, Durer, Herois medievais

E ainda outro é a extraordinária produção de lendas que o povo foi criando em torno de sua magnífica e riquíssima personalidade após sua morte.

Não é tão importante saber se o Carlos Magno histórico correspondeu à legenda. Pois há, além do Carlos Magno histórico, o Carlos Magno da lenda.

Na história, entrementes, vê-se bem como o Carlos Magno da legenda contém toda uma teoria do rei perfeito elaborada pelo espírito popular.

Então, compreende-se bem a importância histórica da legenda.

O Carlos Magno da legenda teve mais influência na história do que o Carlos Magno da realidade, pois correspondeu a um anseio profundo dos homens.

Foi a câmara escura da mente popular que elaborou o Carlos Magno da legenda, o rei perfeito.

Vê-se aqui bem como trabalha o mais fundo do subconsciente humano, como ele tem noções difíceis de formular em abstrato, e que os especialistas de biblioteca muitas e muitas vezes não compreendem bem.

Compreende-se o bem o ato de virtude que fizeram os povos cristãos elaborando a imagem do imperador ideal.

Mas se compreende também quão fundo caiu o homem moderno, “liberado” das “crendices” medievais.

Basta ver a TV, os jornais ou a Internet. Onde há alguém, histórico ou legendário que chegue aos pés do grande Carlos?

Iniciamos hoje uma série de posts sobre o imperador Carlos Magno na lenda e também – e quanto! – na História cristã.

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