Padroeira de Siracusa e da Sicília, é uma das santas mais populares da Itália. Só em Roma há nada menos que 20 igrejas sob sua invocação.
Apesar disso, os dados sobre a vida dessa virgem são escassos, e os que correm são relatados em umas Atas do seu martírio, que são pouco seguras. O que é certo é que uma menção à Santa apareceu já nos fins do século IV, numa inscrição na catacumba de Siracusa. Esta fala de uma tal Euskia, irrepreensível, boa e pura, que viveu quase cinco lustros, e morreu “na festa da minha Senhora Luzia, para quem não há elogios que bastem”.
Além disso, as Atas apresentam um fundo indiscutível de autenticidade. Pois é historicamente certo que: Luzia tinha consagrado sua virgindade a Cristo, e renunciado em favor dos pobres seu rico patrimônio; citada como cristã diante do prefeito de Siracusa, viu-se ameaçada em sua honra; e, por fim, que foi condenada a morrer pela espada. Está provado também que ela já era honrada em Siracusa no princípio do século V. São Tomás de Aquino refere-se a ela duas vezes em sua insuperável Suma Teológica.
Seu corpo esteve por muito tempo em Siracusa, e Deus Nosso Senhor fez grandes misericórdias por sua intercessão aos fiéis que se encomendavam a ela. Dali ele foi levado para Constantinopla, e depois para Veneza, onde é tido em grande veneração. Pudemos contemplar, na cidade das gôndolas, seu corpo escurecido pelo tempo, íntegro, mas mumificado.
Segundo a tradição, o martírio de Santa Luzia deu-se no dia 13 de dezembro, no fim do império de Diocleciano e Maximiano, no século IV.
Esta mártir é tida como advogada da vista, e comumente a pintam com seus olhos em um prato, que tem nas mãos. Entretanto, parece não ter fundo histórico o fato de que ela se arrancou os olhos para não ver um homem lascivo que a perseguia. A Igreja venera nesta jovem o duplo testemunho da virgindade e do martírio, quer dizer, a virtude no grau mais elevado, aliada à fidelidade mais heróica.