14 filhos, todos varões, todos bem-vindos

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Neste mundo tão egoísta, no qual só se pensa em gozar a vida, os filhos são vistos quase sempre como empecilhos. Por isso deve-se tê-los no menor número possível, ou nenhum, para evitar preocupação.

Por isso é edificante ver uma família que aceita como dom de Deus todos os filhos — já vieram 14 e, surpreendentemente, todos varões.

O casal norte-americano Jay e Kateri Schwandt está disposto a receber outros, “tantos quanto Deus mandar”. A singularidade de ter todos os filhos homens chamou a atenção até da mídia nacional na primavera de 2017, quando Kateri esperava mais um filho. A revista People, por exemplo, perguntou: “Menino ou menina? Família com 12 filhos espera o seu bebê nº. 13”. A resposta veio com a chegada de mais um menino em 13 de maio último, a quem deram o nome de Francisco, em louvor do santo pastorzinho de Fátima.

Conhecendo-se desde o ginásio, ao se casarem aos 18 anos em 1993, Kateri e Jay não planejaram uma grande família. Claro, eles desejavam ter filhos, mas Jay, que só tem uma irmã, julgava que três ou quatro filhos seria uma grande família. Já Kateri, de uma família de 14 filhos, esperava ter pelo menos cinco.

Durante os primeiros anos de casados, os esposos tinham pouco dinheiro. “Mas não precisávamos de muito para ser felizes”, afirmam. À medida que a família crescia, Kateri voltava à escola para mestrado em serviço social, enquanto Jay frequentava a Faculdade de Direito e administrava seu próprio negócio de agrimensura. Kateri afirma: “Eu sempre senti que Deus nos aparelha com o que precisamos na situação em que nos coloca.” Quer dizer, como expressa muito bem velho dito brasileiro, “cada filho que nasce, traz consigo o seu pão”.

Quando se aproximava a vinda de mais uma criança, os pais depositavam sua confiança em Deus, acolhendo com atenção a nova vida. Ao chegarem os dois filhos mais novos, a atenção da mídia apresentou a família Schwandt para os comentários públicos, que incluíam palavras de apoio, mas também algumas críticas.

Jay lembra-se distintamente de um e-mail enviado por um grupo de catequistas logo após o nascimento de Tucker, o penúltimo: “Quantos filhos uma família católica deve ter?” Jay não titubeou: “Tantos quanto Deus quer que você tenha”.

Sua residência, aninhada nos bosques a poucos quilômetros do centro de Rockford, é o local perfeito para os meninos fazerem seus jogos, construírem fortes e andarem com segurança em suas bicicletas.

O grande número de filhos não é pretexto para essa família religiosa deixar de cumprir o preceito dominical. O casal escolheu a Missa das 11 da manhã, para dar tempo de preparar todo o rancho. Eles moram a poucos minutos da igreja Nossa Senhora da Consolação. Diz Jay: “Temos uma rotina muito boa. Quando todo mundo se levanta, eu saio com os que estiverem prontos, geralmente os mais novos. Pego um dos garotos mais velhos para me ajudar, e vamos para a igreja, onde temos um banco garantido”. “E eu trago a parte de trás”, diz Kateri, que vai chegar um pouco mais tarde com os filhos mais velhos, mais dorminhocos.

Na igreja, “quando eles têm 4 ou 5 anos e é hora de ficar em pé, eles ficam de pé; quando é hora de se ajoelhar, eles se ajoelham”, diz Jay. “Eles aprendem fazendo como você age na igreja”.

O casal confessa que a fé é a engrenagem que faz funcionar toda a família. Os pais mostram à sua prole o caminho a seguir, com lições de amor, paciência, serviço e perdão no dia-a-dia.

Evidentemente, diz Jay, “cada um deles tem sua personalidade, e uma das melhores coisas que fizemos foi enviá-los a uma escola católica, porque vão à igreja e começam todos os dias com uma oração”.

Frequentemente perguntam ao casal o que há de bom em ter uma família grande. Eles respondem: “É o tempo em que passamos juntos, nos querendo e nos animando. […] As crianças sempre foram uma parte de nós”, acrescenta Jay. “Seja financeiramente ou oportunamente, nós administramos a família. E quando eles têm idade suficiente para tomar suas próprias decisões, pelo menos mostramos a eles o caminho certo espiritual e fielmente”.

Para reforçar a sua fé e adquirir novas forças para cuidar bem de tantos filhos, o casal recorre à oração. Jay se refere à esposa como o “pilar espiritual” da família. Ela é catequista da paróquia há dez anos, e tanto ela quanto Jay participam da adoração perpétua. “Fico ansiosa por isso, por causa da criação de uma família com tudo o que a acompanha”, diz ela. “Quando sinto falta da adoração perpétua, sinto que estou correndo baixo”, acrescenta.

Jay, para não descuidar dos filhos, costuma fazer sua hora de adoração às 2 da madrugada de segunda-feira, quando provavelmente não será interrompido.

Agora, com pouco mais de 40 anos, bem-humorados e apoiando-se mutuamente, Jay e Kateri reservam para si o que eles chamam de “momentos roubados” aos filhos. São os pequenos passeios a sós pela calçada, ou os 10 minutos que passam juntos na varanda dos fundos, enquanto os mais velhos observam os mais jovens.

“O casamento, como qualquer outra coisa, evolui”, diz Kateri. “Assim como os profissionais têm que fazer sua educação continuada, você precisa constantemente alimentar seu casamento.” Por isso eles têm o propósito de reservar um tempo para se ampararem mutuamente, e tentar fazer tudo de maneira a incluir sua fé.


Referências:

https://www.religionenlibertad.com/tenian-hijos-todos-ninos-acaba-nacer-otro-varon-63864.htm

http://www.dioceseofgrandrapids.org/multimedia/faithgr/2015/Pages/10_Feature_Schwandt_Save_pew.aspx#.Wt4nuRsvzct

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