No dia 1º. de novembro de 1950 o papa Pio XII, circundado por 39 cardeais, 621 bispos, e 700 mil fiéis, proclamou solenemente por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, o dogma da Assunção de Nossa Senhora aos céus. Proclamava assim que a crença segundo a qual a Santíssima Virgem Maria, ao terminar sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma para a glória do céu, faz realmente parte do depósito da fé recebido dos Apóstolos.

Esta festa teve, entre muitos outros, dois nomes que prevaleceram por muito tempo. Nas Igrejas orientais, frisando mais a morte de Maria, chamou-se Dormitio, isto é, dormição. Nas ocidentais, dando relevo à sua Assunção ao céu, denominou-se Assumptio.

A Assunção é a festa mais antiga e mais solene em honra da Virgem Santíssima, e remonta ao fim do século IV. Nasceu no Oriente, provavelmente em Jerusalém, junto do sepulcro da Santíssima Virgem, com o título de “Solenidade de Santa Maria”.

Em Roma a festa foi introduzida no século VI. O papa Sérgio I, no século VII, solenizou-a com uma grande procissão noturna. Na França, a procissão do dia 15 de agosto recorda a consagração do país à Santíssima Virgem, feita pelo rei Luís XIII, em 1638.

Pio XII, no documento que proclamava o dogma da Assunção, referiu-se às relações entre a Imaculada Conceição e a Assunção, às petições recebidas de todo o mundo para a definição dogmática, à consulta por ele dirigida ao Episcopado, à doutrina concorde do Magistério da Igreja, e a tratar-se de verdade revelada por Deus. Resumiu brevemente os testemunhos de crença na Assunção, a devoção dos fiéis ao mesmo mistério, o testemunho da Liturgia, a celebração da festa pelos fiéis, e ao testemunho dos Santos Padres, dos teólogos escolásticos desde os primórdios, passando pelo período áureo, e atingindo a escolástica posterior e os tempos modernos. E afirma: “Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a luz do Espírito da Verdade para glória de Deus onipotente, que à Virgem Maria concedeu a sua especial benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte; para aumento da glória da sua augusta Mãe; e para gozo e júbilo de toda a Igreja – com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Bem-aventurados Apóstolos São Pedro e São Paulo, e com a Nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: A IMACULADA MÃE DE DEUS, A SEMPRE VIRGEM MARIA, TERMINADO O CURSO DA VIDA TERRESTRE, FOI ASSUNTA EM CORPO E ALMA À GLÓRIA CELESTIAL. Pelo que, se alguém, o que Deus não permita, ousar voluntariamente negar ou pôr em dúvida esta Nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica”.

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