Esta festa foi instituída pelos Carmelitas entre 1376 e 1386 sob o título de “Comemoração da Beatíssima Virgem Maria”, para celebrar a vitória de sua Ordem contra seus inimigos quando obtiveram de Honório III a aprovação de seu nome e constituição em 30 de janeiro de 1226.

Os Carmelitas pretendem, e com boa parte de razão, serem continuadores de uma tradição monástica já então multisecular, nascida na colina do Carmelo, que remonta sua origem ao profeta Elias.

Com efeito, diz a tradição carmelitana que sua Ordem teve origem remota nos “Filhos dos Profetas”, instituição judaica do Antigo Testamento, surgida na época de Samuel, e que tinha certa semelhança com os institutos religiosos atuais. Estes foram os continuadores de Elias e Eliseu, mais tarde seguidos pelos essênios e, na era cristã, pelos ermitões que povoaram o Monte Carmelo, que deram origem à Ordem do Carmo.

No início do século XIII, o superior da Ordem, São Brocardo, pediu ao patriarca de Jerusalém, Santo Alberto de Vercelli, que compusesse uma regra para os carmelitas. Esta foi depois confirmada pelo papa Honório III.

Acompanhando os Cruzados, muitos carmelitas foram para a Europa, onde fizeram fundações em diversos países.

Entretanto, esses monges vindos do Oriente não foram bem vistos por muitos, pelo que começaram a ser vítimas de contínuos ataques daqueles que queriam suprimir sua Ordem.

O então superior dos carmelitas na Europa, o inglês São Simão Stock, enviou representantes ao papa Honório III, informando-o dessas perseguições, e pedindo sua proteção. O Papa delegou alguns comissários para examinar a questão. Estes, seduzidos pelos inimigos dos Carmelitas, opinaram pela supressão da Ordem.

Foi então que a Santíssima Virgem apareceu ao papa Honório, ordenando-lhe não só que aprovasse as Regras do Carmo e confirmasse a Ordem, mas a protegesse contra seus adversários. Isso foi feito mediante bula que  legitima a Ordem Carmelitana, e a autoriza a continuar suas fundações na Europa.

A bula papal porém, se aplacou momentaneamente o furor dos inimigos do Carmelo, não o fez cessar de todo. Depois de um período de calma, as perseguições recomeçaram com maior intensidade.

Foi então que, no dia 16 de julho de 1251, a Santíssima Virgem apareceu ao angustiado São Simão Stock, quando este recorria a Ela pedindo seu auxílio. A Mãe de Deus entregou-lhe então um escapulário, dizendo-lhe: “Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno’”. Essa promessa era feita não somente para seus religiosos, mas também para todos aqueles que trouxessem o hábito carmelitano.

Mas a liberalidade da Virgem e Flor do Carmelo não ficou só nisso. Como prova de sua proteção, em 1316 Ela apareceu ao futuro papa João XXII, prometendo-lhe especial assistência para todos os que levassem o escapulário do Carmo, religiosos ou leigos, dizendo que os livraria do Purgatório no primeiro sábado depois da morte.

 Isso foi promulgado pelo Papa pela bula Sacratissimi uti culmine, de 3 de março de 1322.

O que devemos fazer para participar desse consolador privilégio sabatino?

1 – Ter recebido devidamente o escapulário, isto é, imposto por um sacerdote com poder para tal. Hoje em dia quase todos os sacerdotes têm esse poder.

2 – Que o escapulário de tecido seja como prescreve a Igreja, isto é, feito de dois pedaços de lã (e não de outro material) ligados entre si por fios, e da forma (quadrangular ou retangular) e cor requeridas (marrom café ou negro). Esses pedaços de lã podem estar envoltos por um revestimento de plástico, ou de outro material. Todas as pessoas validamente investidas com um escapulário de tecido propriamente recebido, podem trocá-lo pela medalha de metal. Esta deve ter em uma das faces o Sagrado Coração e, na outra, a Santíssima Virgem. Essa medalha pode ser benta com uma bênção simples por qualquer sacerdote.

3 – No caso do escapulário de tecido, é necessário que uma de suas partes caia sobre o peito, e a outra sobre as costas.

4 – Em ambos os casos é necessário que se observe a castidade segundo o estado (perfeita para os solteiros, e matrimonial para os casados).

5 – E que se rezem as orações prescritas pelo sacerdote que o impôs.

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