Esta festa, tipicamente espanhola, teve sua origem no décimo concílio de Toledo, no século VI, que instituiu para este dia a festa da “Expectação do Parto de Maria”, que também tomou o nome de festa de “Nossa Senhora do Ó”. Isso porque, desde as vésperas, no ofício divino se começam a dizer nas antífonas ao Magnificat, – que vão até as vésperas do nascimento do Menino –, invocações que começam em Ó. Nesse concílio estavam presentes três Santos naturais da Espanha: Santo Eugênio III, de Toledo; São Frutuoso, de Braga, naquele tempo fazendo parte da Espanha, e Santo Ildefonso, então abade, mas que seria o novo Arcebispo de Toledo.

As antífonas maiores que a Igreja põe nos lábios dos seus sacerdotes desde hoje até a véspera do Natal, e que começam sempre pela interjeição exclamativa Ó, interpretando o altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja –, que suspira pela vinda pronta de Jesus –, inspiraram ao povo espanhol, como foi dito, a formosa invocação de “Nossa Senhora do Ó”. É a Mãe de Deus como centro dos desejos dos antigos justos de Israel e dos fiéis cristãos de hoje que, à uma e em afetuosa comoção, anelam pela aparição do Messias.

Antigamente em Toledo, acabadas de dizer essas orações, todos os eclesiásticos que assistiam ao coro, davam grandes brados de alegria, sem ordem nem concerto, em torno da letra O, para representar o desejo e a ânsia com que os santos padres do limbo e todo o mundo tinham, da vinda e nascimento de seu universal Reparador e Redentor.

Por isso, a Expectação do parto, não é simplesmente a ansiedade natural na jovem Mãe que espera o seu primogênito. É o desejo, inspirado e sobrenatural, da bendita entre todas as mulheres, que foi escolhida para Mãe e Virgem do Redentor dos homens, para co-redentora da humanidade, pela vinda do Redentor do mundo.

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