Com Santo Afonso Rodriguez e São João del Castilho, estes três filhos de Santo Inácio derramaram seu sangue quando implantavam a verdadeira religião entre os índios do Rio Grande do Sul. Embora não fossem brasileiros, o fato de terem regado nosso solo com seu sangue, nos dá direito a pedirmos sua intercessão.

Roque González de Santa Cruz era filho de pais nobres espanhóis, e nasceu em Assunção em 1576. Fez os estudos no colégio que os padres jesuítas tinham aberto recentemente naquela cidade. Desde cedo preocupou-se pela sorte dos índios guaranis, cuja língua dominava. Ordenado aos 22 anos, recebeu como primeira tarefa pacificar os índios ervateiros, na Serra do Maracaju, ao norte de Assunção. Ingressou então na Companhia de Jesus em maio de 1609. Em 1611 ficou encarregado da redução indígena Santo Inácio Guaçu. Posteriormente fundou, em terras gaúchas, seis reduções: São Nicolau de Piratini, Candelária de Ibicuí, São Francisco Xavier, Candelária do Caaça-Mirim, Assunção de Pirapó e Caaró (lugar de seu martírio).

Afonso Rodriguez (1598-1628) nasceu em Samora, na Espanha. Ingressou na Companhia de Jesus em 1614. Veio para o Brasil em 1617, e foi destacado para a redução de Itapuá. Mas pediu a São Roque uma mais difícil, e foi designado para a de Caaró, onde foi martirizado.

João del Castillo (1596-1628). Filho de pai nobre, nasceu em Cuenca, na Espanha. Ingressou nos jesuítas em 1614, vindo para o Brasil. Em 1628 acompanhou o Pe. Roque à missão de São Nicolau, onde foi trucidado.

O martírio: no dia 15 de novembro de 1628, construída uma capela na redução do Caaró, o Pe. Roque Gonzalez estava levantando um pequeno campanário, quando índios emissários do feiticeiro Nhaçu, descarregaram traiçoeiramente potentes golpes de clava de pedra na cabeça do santo missionário. A poucos passos estava o Pe. Afonso Rodríguez, que foi imediatamente atacado pelos índios, e teve todo o corpo dilacerado. O mesmo fim violento se deu com o terceiro missionário, o Pe. João de Castillo, morto na Missão de São Nicolau

A tradição narra que, do coração de Pe. Roque, ao ser traspassado por uma lança, saiu uma voz misteriosa: “Matastes a quem tanto vos amava. Matastes meu corpo, porém minha alma está no céu”. Este coração, apesar de lançado ao fogo, conservou-se milagrosamente intacto, e está no colégio dos jesuítas em Assunção do Paraguai.

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