Muito pouco se sabe de provadamente certo desse mártir, cognominado “Defensor da Igreja”. Santo Ambrósio, que fez alguns sermões sobre ele, afirma que Sebastião era proveniente de Milão, e que no seu tempo o mártir já era lá venerado.
Pelas Atas de seu martírio, escritas provavelmente no início do século V e erroneamente atribuída a Santo Ambrósio, afirma-se que ele era guarda-costas imperial, e praticara secretamente muitos atos de amor e caridade para com seus irmãos na fé. Quando foi finalmente descoberto como cristão em 286, foi entregue aos arqueiros mauritanos, que o perfuraram com flechas. Entretanto ele foi curado pela viúva Santa Irene. Foi depois martirizado com golpes de maça.
É mais ou menos isso que diz o Martirológio Romano a respeito dele: “mártir, comandante da primeira coorte sob o imperador Diocleciano. Por motivo da Religião Cristã, mandaram amarrá-lo no meio do pátio, e flechá-lo pelos soldados. Afinal, espancaram-no até que morresse”.
Praticamente desses poucos dados e das informações de Santo Ambrósio, compôs-se toda a legenda de São Sebastião.
Brevemente, segundo ela, o santo nasceu em Narbona, mas era mudou-se para Milão, sendo educado com esmero na piedade e no amor de Deus. Suas grandes qualidades o tornaram conhecidos na Corte, onde chegou a ser um dos favoritos do imperador Diocleciano.
Sua posição na Corte proporcionava-lhe muitas oportunidades de prestar grandes serviços à Igreja e socorrer os cristãos perseguidos. Assim ele fortificava-os com exortações, e socorria com esmolas aos confessores da fé que regorgitavam nos cárceres imperiais.
Entretanto, um apóstata o denunciou como cristão e, como ele era da guarda do Imperador, este foi informado. Sebastião confirmou a denúncia, e afirmou que adorava ao único Deus, criador do Céu e da Terra. Diocleciano, sem outra forma de processo, ordenou que ele fosse amarrado a um poste e atravessado com flechas pelos próprios soldados da guarda. Entretanto, muito mal ferido, Sebastião ainda vivia. Foi então que Irene, viúva do mártir Cástulo, fê-lo conduzir secretamente para sua casa, onde o curou.
Em vez de se esconder, Sebastião foi então ao palácio e exprobrou o Imperador pelas imposturas e calúnias que lançava contra os cristãos. Enfurecido, Diocleciano mandou conduzir o confessor da fé ao Circo, onde foi morto a golpes de maça. Isso se deu no ano 288. O corpo do ilustre mártir foi lançado pelos pagãos em um lugar imundo, mas ele apareceu a uma mulher cristã chamada Luciana, a quem mandou que o fosse pegar e enterrar no cemitério de Calisto. Sebastião tornou-se um dos Santos mais populares do mundo.