Ambrósio nasceu em Siena, na Toscana, no dia 16 de abril de 1220, de ilustre família, a primeira da cidade por sua riqueza e vitórias alcançadas contra os sarracenos. Seu pai e seu avô tinham merecido, por sua bravura, o sobrenome de “Bom ataque”, pela defesa dos cristãos contra os infiéis.

Acontece que Ambrósio nasceu todo disforme, os membros paralisados, e com má aparência, o que provocou um grande choque em seus pais. A mãe confiou então o menino a uma ama de leite.

Um dia, quando esta estava com o menino no colo em frente à sua casa, passou um peregrino, que começou a olhar atentamente para Ambrósio. A ama, para ocultar a feiura do bebê, cobriu-lhe então a face. O peregrino lhe disse: “Mulher, não esconda a face desse menino, porque ele será a luz e a glória desta cidade”.

A piedosa ama costumava levar o bebê à igreja de Santa Maria Madalena, dos dominicanos, onde havia uma capela cheia de relíquias. Um dia, quando a ama saía da capela, o menino começou a chorar, e só se acalmou quando ela o levou de volta. Aí ele, que tinha os braços pregados ao corpo, milagrosamente os ergueu para o céu, invocando três vezes o nome de Jesus. Também começou a esticar as pernas, antes paralíticas e deformadas, e seu rosto, antes feio e sombrio, tornou-se belo e sereno. Isso ocorreu à vista dos religiosos e dos fiéis que estavam na igreja.

De volta então ao castelo paterno o menino, como o Menino Jesus, crescia em graça e sabedoria diante de Deus e dos homens. Aos 7 anos já se distinguia pela caridade exercida especialmente para com os peregrinos, muito numerosos naquela época de fé, doentes nos hospitais, e prisioneiros.

Aos 17 anos Ambrósio entrou para a Ordem dos dominicanos em sua cidade natal. Foi depois mandado a Paris para continuar seus estudos teológicos e filosóficos, sob a direção de Santo Alberto Magno, tendo como condiscípulo São Tomás de Aquino. Em 1248 foi mandado com ele para o colégio de Colônia, onde ensinou nas escolas dominicanas.

Dado seu zelo pela salvação das almas, em 1260 Ambrósio foi enviado com outros irmãos de hábito para evangelizar a Hungria. Depois de um apostolado fecundo, de volta à sua cidade natal em 1266, encontrou-a sob interdito, por ter esposado a causa do imperador Frederico II contra o Papa. Seus conterrâneos então lhe pediram que intercedesse por eles junto à Santa Sé, o que ele fez com êxito, obtendo para sua cidade o inteiro perdão e uma renovação dos privilégios.

Entretanto, as boas intenções, sem os bons propósitos, não duram. Logo seus conterrâneos romperam outra vez a obediência que tinham com o Papa em favor do Imperador. Uma segunda vez Ambrósio lhes obteve o perdão. E, mais tarde, a reconciliação do imperador Conrado, da Alemanha, com o papa Clemente IV.

Por esse tempo vagou a sé episcopal de Siena, e Ambrósio foi escolhido para seu novo bispo. Ele recusou o cargo, dedicando-se a pregar a Cruzada. Mais tarde, a pedido do Papa Gregório X, ele conseguiu que os estudos que, por causa das últimas guerras, estavam praticamente suspensos no convento dominicano de Roma, recomeçassem.

Após a morte desse Papa, o santo retirou-se para um convento de sua Ordem, onde foi chamado pelo novo papa, Inocêncio V, para ir como legado papal à Toscana.

A fama de Santo Ambrósio como apaziguador era sem limites. Assim ele foi chamado para restaurar a paz entre as repúblicas de Veneza e a de Gênova, bem como entre as de Florença e Pisa.

Seu nome foi inserido no Martirológio Romano em 1577. De acordo com seus biógrafos, Santo Ambrósio levou uma vida de perfeita humildade, apesar dos êxitos humanos que obteve. Amava a poesia, e muitos o invocam contra as tentações da carne. Além de grande apaziguador, ele tinha renome de pregador apostólico. Evangelizou grande parte da Alemanha, da França e da Itália. Sua oratória era simples, mas convincente e efetiva. Entretanto, seus sermões não chegaram a nós.

Santo Ambrósio foi beatificado em 1622. Apesar de não ter sido canonizado oficialmente, o papa Eugênio IV permitiu aos sienenses que celebrassem anualmente sua festa na igreja de São Domingos, honra devida a um santo canonizado.

Os papas Gregório XIII, Sixto V, Gregório XIV e Paulo V, concederam indulgências plenárias a quem visitasse seu sepulcro no dia de sua festa.

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