Esta santa, aparentada aos reis da Suécia, era filha de Birger Persson,  governador e juiz provincial de Uppland, e de Ingeborg Bengtsdotter, também descendente de reis, e nasceu por volta do ano 1303. Seu pai era um dos proprietários mais ricos do país e, como sua mãe, distinguido pela profunda piedade. Uma outra santa,  Ingrid, cuja morte ocorrera cerca de vinte anos antes do nascimento de Brígida, era parente próxima da família.

Brígida recebeu uma educação religiosa cuidadosa e, a partir do sétimo ano, já mostrava sinais de ser objeto de manifestações sobrenaturais.

Tendo sua mãe falecido em 1315 quando Brígida era ainda menina, ela recebeu a boa influência de uma tia, que tomou o lugar da mãe. A ela deveu essa inabalável força de vontade que mais tarde tanto a distinguiu.

Em 1316, aos treze anos, Brígida casou-se com Ulf Gudmarsson, príncipe da Nerícia, então com dezoito anos. Ela adquiriu grande influência sobre o marido, nobre e piedoso, e o feliz casamento foi abençoado com oito filhos, entre eles Santa Catarina da Suécia.

Os dois esposos deram-se à vida de piedade e caridade, preocupados com a santificação de suas almas, e com a responsabilidade que geram a nobreza e a abundância dos bens temporais. Fundaram um hospital, e cuidavam pessoalmente dos doentes.

A vida santa e a grande caridade de Brígida logo fizeram seu nome conhecido em toda parte. Mais tarde foi para a corte do rei Magnus Eriksson, sobre quem gradualmente adquiriu muita influência. Entretanto, a corte não era o que havia de mais benéfico para a vida de perfeição que os dois esposos almejavam. Ulf renunciou então ao cargo de conselheiro real, e à influência que ele e a esposa exerciam sobre o monarca.

No início dos anos quarenta (1341-43), em companhia de seu marido, Brígida fez uma peregrinação a Santiago de Compostela, santuário muito famoso na Idade Média. Na viagem de volta, o marido adoeceu em Arras, e faleceu em 1344 no convento  cisterciense de Alvastra.

Brígida dedicou-se então inteiramente à prática da virtude, e a empreendimentos religiosos, vivendo com grande ascetismo. Fez equitativamente a partilha de seus bens entre os filhos, vestiu-se toscamente, e nunca mais voltou a usar tecido de linho, a não ser o véu que lhe cobria a cabeça. Meditava quase sempre na paixão e morte do Divino Salvador, que lhe aparecia e lhe falou diversas vezes, segundo as anotações das visões que, por ordem dos confessores, ela fazia à medida que as recebia. Traduzidas para o latim, elas tiveram grande reputação durante a Idade Média.

Em 1346 Santa Brígida fundou uma congregação religiosa, a “Ordem de São Salvador”,  cujas religiosas são conhecidas como “Brigitinas”. Sua casa mãe situa-se em Vadstena, na Suécia, e foi ricamente dotado pelo rei Magnus e sua rainha.

Para obter a confirmação de seu instituto e ao mesmo tempo buscar uma esfera maior de atividade para sua missão, a santa viajou para Roma em 1349 com sua filha Catarina, e lá permaneceu até sua morte, ausentando-se somente quando em peregrinações. Em agosto de 1370, o Papa Urbano V confirmou a regra de sua congregação.

Brígida instou muito com o papa Urbano para que voltasse de Avinhão, na França, para Roma.

Em 1372, acompanhada pela filha Catarina e dois filhos, os cavaleiros Carlos e Birger, e uma escolta armada, Brígida fez uma peregrinação à Terra Santa. Ela afirmou que esses foram os mais belos meses de sua vida. Dessa peregrinação ela voltou para Roma, para encetar uma outra e definitiva peregrinação, desta vez à Pátria celeste, o que ocorreu no dia 23 de julho de 1373.

No ano seguinte à sua morte, sua filha Catarina levou seus restos mortais para o mosteiro em Vadstena, e começou os primeiros trabalhos para sua canonização, que veio a realizar-se em 7 de outubro de 1391, por Bonifácio IX.

Na capela do Santíssimo Sacramento, na basílica de São Paulo, em Roma, há uma estátua de mármore da grande vidente, a Santa mais famosa dos países escandinavos. Está representada em atitude de quem escuta a voz do celestial Esposo, que lhe fala da cruz. Aos pés da estátua está um letreiro que diz: “Com o ouvido atento, recebe as palavras do seu Deus crucificado; recebe o Verbo de Deus no seu coração”.

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