Nossa Senhora das Mercês, Zurbarán.

No ano de 711 os árabes, vindos do norte da África, repeliram os visigodos da Espanha para as montanhas das Astúrias, e conquistaram quase toda a Península Ibérica, sendo preciso quase seis séculos para os expulsar definitivamente. Durante esse longo período, foram levados por eles para a África numerosos cristãos como escravos. Os que renegavam a fé católica, eram livres. Os outros tinham que suportar trabalhos e sofrimentos inaudíveis para se manter firmes na fé.

Foi com o fim de atender a essa angustiosa situação que Nossa Senhora inspirou a São Pedro Nolasco, São Raimundo de Penhaforte e ao rei de Aragão, D. Jaime I, uma ordem religiosa – a de Nossa Senhora das Mercês para a redenção dos cativos – com o fim de socorrer àqueles desgraçados, expostos ao perigo de apostasia. Aos três votos de religião, os mercedários acrescentavam o heróico de se entregarem como reféns no caso de não disporem de outros meios para desempenhar sua missão. Graças ao heroísmo e à generosidade desses frades, a obra foi fecunda em resultados, e depois se espalhou para vários países da Europa e da América.

Dizia o Breviário romano que “foi com o fim de agradecer a Deus e à Santíssima Virgem os benefícios de tal Instituição, que se estabeleceu a festa de Nossa Senhora das Mercês” no dia 24 de setembro, festa da aparição da Virgem a São Pedro Nolasco. Essa festa foi estendida à Igreja universal em 1696.

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