Festejamos hoje Àquela em quem o Verbo se fez carne, na qual o Filho de Deus se uniu para sempre à nossa humanidade para nos fazer partilhar da sua divindade. O mistério da Encarnação valeu a Maria Santíssima o seu mais belo título de glória, o de Mãe de Deus. Pela mesma razão passou também a ser a Mãe dos cristãos.

São Luís Grignion de Montfort, no seu célebre Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, afirma que “esta devoção foi inspirada pelo Espírito Santo,

1º. Para honrar e imitar a dependência em que Deus Filho quis estar de Maria, para glória de Deus seu Pai, e para nossa salvação. Dependência esta que transparece particularmente neste mistério em que Jesus Cristo se torna cativo e escravo no seio de Maria Santíssima, aí dependendo d’Ela em tudo;

2º. Para agradecer a Deus as graças incomparáveis que concedeu a Maria, principalmente por tê-la escolhido – neste mistério – para sua Mãe digníssima, (…) conforme a bela oração de tantos homens célebres: ‘Ó Jesus vivendo em Maria, vinde e vivei em nós, em vosso espírito de santidade’.

3º. Este modo de falar [‘escravidão de Jesus em Maria’] patenteia ainda mais a união íntima entre Jesus e Maria. Tão intimamente estão unidos, que um é tudo no outro: Jesus é tudo em Maria, e Maria é tudo em Jesus. Ou melhor, Ela já não existe, mas Jesus somente n’Ela, e antes se separaria do sol a luz, do que apartar Maria de Jesus. É assim que se pode chamar Nosso Senhor ‘Jesus de Maria’, e a Santíssima Virgem ‘Maria de Jesus’”. Até aqui São Luís Grignion.

A data de 25 de março não é arbitrária: está em função do Nascimento de Jesus que é celebrado exatamente nove meses depois. Já no século VII esta data se fundava numa tradição tão venerável e universal, que o II Concílio Quinissexto, também chamado Trulano, realizado em 692 em Constantinopla sob Justiniano II, se bem que proibisse durante a Quaresma todas as festas, excetuou a da Encarnação. E os católicos gregos ainda hoje, enquanto dura a Quaresma, omitem a celebração diária do santo Sacrifício, exceto aos sábados, domingos e dia 25 de março. Na Idade Média a solenidade de hoje indicava, nos países cristãos, o verdadeiro princípio do ano civil.

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