“Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que é para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo Senhor, na cidade de Davi” (Lc 2, 11).
Neste santo dia de Natal a Igreja celebra o nascimento humano de Jesus, Filho de Deus, Salvador do mundo, em Belém. Gerado desde toda a eternidade pelo Pai, o Verbo assumiu a nossa natureza humana no seio da Virgem Maria, que lhe transmitiu realmente a sua carne.
No entanto, esse sublime nascimento é descrito com suma simplicidade pelo Evangelista: “Estando eles [Maria e José] ali, completaram-se os dias do seu parto, e Ela deu à luz seu Filho primogênito, e envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, por não haver lugar para eles na estalagem” (Lc 2, 6-7).
Não se pode explicar com palavras nem compreender com o entendimento humano o gozo que experimentou naquele instante a Virgem Mãe ao ver, sob a forma de Menino, Àquele que Ela sabia ser também seu Deus. Com que reverência e amor Lhe falou e O beijou pela primeira vez! “Meu Filho, meu Senhor e meu Deus!” E com que olhares dulcíssimos lhe correspondia o Menino! Nasceu da sua Mãe como um raio de sol atravessa um cristal, sem o partir nem o manchar. Ó! Que grande prodígio anunciado por Isaías setecentos anos antes: “Uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho!”.
Informa-nos o Missal Romano Quotidiano: “Até princípios do século III, a festa do Natal era celebrada no Oriente a 6 de janeiro como início das manifestações de Jesus. Em Roma, fixou-se o Natal no dia 25 de dezembro, e isso já na primeira metade do século IV; quando aí foi introduzido, com toda a probabilidade ignorava-se a comemoração oriental. Escolheu-se em Roma o dia 25 de dezembro com o intuito de afastar os fiéis do perigo de idolatria, pois esse dia era consagrado pelos pagãos com grandes pompas ao deus Mitra, o “Sol Invicto”.
Tanto o rito oriental como o romano comemoravam também, no dia de Natal, o milagre de Caná e a multiplicação dos pães.
Na segunda metade do século IV deu-se uma recíproca aceitação das duas datas entre Roma e o Oriente: aquela aceitou a festa oriental de 6 de janeiro dedicando-a principalmente à vinda dos Reis Magos; e o Oriente introduziu a festa ocidental de 25 de dezembro, passando a celebrar, na Missa de meia-noite, a Natividade do Senhor, e na Missa diurna a Adoração dos Magos, duas comemorações feitas anteriormente a 6 de janeiro”.