Esses dois irmãos, provavelmente gêmeos, foram decapitados na perseguição de Diocleciano (284-305). Segundo a tradição, eram médicos, de alta linhagem, e convictos cristãos. Os gregos os chamam anargiros, que quer dizer sem dinheiro porque, no exercício da profissão, eram muito desprendidos e caritativos com os pobres e necessitados.

Nas atas do martírio de ambos, a história se entrelaça com a legenda. Mas há nelas passagens que os mais exigentes críticos consideram reprodução exata do processo oficial. Por exemplo, o juiz que os interrogou em Egeia da Cilícia, na Ásia Menor, é personagem histórica bem conhecida.

Quando este os intimou a renunciar a fé e a sacrificar aos ídolos, eles responderam: “Os teus deuses são vãos e puras aparências, nem sequer se lhes pode dar nome de homens, mas de demônios”.

Isso enfureceu o juiz que mandou que lhes atassem os pés e as mãos, e os torturassem até que resolvessem sacrificar. Eles passaram pelos piores tormentos, sorrindo ao juiz, que então mandou que fossem decapitados.

Os cristãos do Oriente professaram praticamente desde o início, uma profunda devoção a esses dois Santos, em virtude das inúmeras curas operadas sobre seu túmulo. Seu culto foi introduzido em Roma no século VI.

A Missa composta em sua honra está cheia da dupla ideia de cura e salvação, e evoca bem os dois médicos que curavam ao mesmo tempo corpos e almas.

Os nomes dos dois mártires estão no cânon da Missa, logo depois dos mártires romanos.

O Martirológio Romano Monástico diz deles neste dia: “Na Síria setentrional, o martírio dos Santos Cosme e Damião, que uma tradição apresenta como dois irmãos que exerceram gratuitamente a medicina a fim de ganhar a clientela para a fé cristã. Seu culto se popularizou muito na região mediterrânea a partir do século V”.

 

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