Segundo Santo Irineu e Eusébio, Santo Evaristo foi sucessor de São Clemente como “bispo de Roma” (pois naquela época o título de Papa ainda não estava reservado só ao Soberano Pontífice) pelo ano 100.
Segundo o Liber Pontificalis, Evaristo era grego de Antioquia. Ele governou a Igreja durante nove anos, desde o ano 97 até cerca do ano 107.
Segundo a tradição, foi varão muito douto e santo. O Papa Cleto tinha ordenado vinte e cinco padres. Evaristo repartiu entre eles as igrejas paroquiais de Roma, que foram depois as vinte e cinco dioceses que tiveram títulos de cardeais. São Pedro tinha já estabelecido 7 diáconos; Evaristo decidiu que estivessem ao lado do bispo declamando o prefácio da Missa para darem, se necessário, testemunha de sua ortodoxia, e para honrarem os mistérios. Ele teria promovido ao todo três ordenações, consagrando dezessete sacerdotes, nove diáconos, e quinze bispos, destinados às diferentes paróquias.
Foi de sua autoria a divisão de Roma em vinte e cinco dioceses, e a criação do primeiro Colégio dos Cardeais. Supõe-se também que foi ele que instituiu o casamento em público, com a presença do sacerdote.
Segundo ainda o Liber Pontificalis, ele foi martirizado no 6º. dia das calendas de novembro (27 de outubro), embora não se saiba de que modo deu a vida pela fé. O Martirológio Romano apenas diz dele que “sob o imperador Adriano, tingiu a Igreja de Deus com a púrpura de seu sangue”. Foi enterrado junto ao sepulcro de São Pedro.
Quando nos dispomos a estudar sobre os Padres da Igreja Católica, muitos dos quais deram testemunhos heroicos em face do Martírio, a nossa FÉ torna-se fortalecida e tanto mais sedimentada nas palavras do Evangelho. Neste sentido, a igreja doméstica tem uma função preponderante, na perspectiva de esclarecer sobre a Economia da Salvação. Por exemplo: aqui no Sertão da Bahia até a década de 1950 a carência de sacerdotes capazes de dar testemunhos assemelhados ao de Santo Evaristo e Dom Marcos Barbosa, entre outras colunas espirituais da Igreja era marcante, é ainda hoje – sob certos aspectos -. Essa carência muitas vezes levava alguém da família a exercer o sacerdócio doméstico. Em nosso caso, foi a minha saudosa avó materna, Dona Elvira Nery Praxedes a assumir esse ministério árduo. Na antiga Vila de Biritinga; hoje município; onde vivíamos, dispúnhamos de espaço específico para as orações domésticas. Na vila, a família dispunha de uma casa para nos deixar mais próximos do Templo da Igreja Matriz, e na Fazenda Gameleiro onde permanecíamos parte do tempo, também. Além da Bíblia Sagrada e dos livros de orações; entre outras obras; tínhamos acesso à CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL, ao MENSAGEIRO DA FÉ – importante periódico católico que circulava na época e nos auxiliava nas instruções religiosas – e, também, à REVISTA O CRUZEIRO. Esta última nos deixava a par do panorama secular do pós-guerra. Neste sentido, a nossa formação doméstica, entre ouros valores, primava pelo respeito consciente às INSTITUIÇÕES. Todas, sem nenhuma exceção. Mas, entretanto, eu fui traído em minha FÉ e inclusive no respeito consciente devotado às INSTITUIÇÕES pelas publicações persuasivas da REVISTA O CRUZEIRO que me deixaram fascinar por um Rio de Janeiro civilizado, elegante, desenvolvido, sede por excelência de Instituições Austeras e Completas. Um Rio de Janeiro que foi a Corte do Império e a primeira Capital da República. PURA FARSA! Na condição de soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro é que eu vim a constatar por trás de uma fachada espúria a verdadeira face do sistema, porque no Rio de Janeiro o soldado da PM adentra a todas as estruturas dos Poderes Constituídos e se defronta com o que há de mais execrável e abjeto nos âmbitos de uma sociedade dita civilizada, e de um DISCURSO INSTITUCIONAL que se impõe pelo crime, pela repressão hedionda, pela corrupção e pela Bala. Até porque, se estudada por pesquisador arguto e competente, a polícia militar será revelada como a radiografia mais nítida daquela realidade; a partir das próprias culturas dos quartéis: corrupções, achaques, extorsões, roubos, assaltos, tráficos de armas e drogas, promiscuidades homossexuais, milícias e etc. Tudo sob a égide do Poder Institucional. É naquele contexto que a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL é execrada ao extremo. E isso é constrangedor para o cidadão! Que espécie de PATRIOTISMO, por exemplo inspirado nos termos da CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL pode nos assegurar incolumidades para instituições oficiais deterioradas, podres, promíscuas, corruptas, delituosas e levianas? Que espécie de PATRIOTISMO favorece a praticas hediondas de torturas, rouba, assalta, mata, estupra, sevicia sob o manto protetor da CONSTITUIÇÃO FEDERAL? Afligido por aquelas circunstâncias, um dia vieram à tona os valores cristãos que me foram legados pela igreja doméstica em Biritinga e eu corri para o Mosteiro de São Bento e fui suplicar ajuda espiritual a Dom Marcos Barbosa para reerguer a minha FÉ, muitíssimo abalada pelo Crime Organizado Oficial predominante nos quartéis. Fui acolhido por Dom Marcos Barbosa como se eu fosse um outro cristo estigmatizado por flagelos dolorosos. Depois fui conduzido a assistir junto aos ensinamentos ministrados aos Oblatos Beneditinos. Permaneci junto até voltar para a Bahia. O nosso pregador era Dom Estevão Tavares Bittencourt – de saudosa memória. Quanta Saudade! Quanta Gratidão Eterna!!!
José Plínio de Oliveira
(Serrinha-Bahia)