Segundo Santo Irineu e Eusébio, o escritor da História Eclesiástica, Santo Evaristo foi sucessor de São Clemente como “bispo de Roma” (naquela época o título de Papa ainda não estava reservado só ao Soberano Pontífice) pelo ano 100. Eusébio afirma taxativamente que Clemente, depois de nove anos de pontificado (88-97), “transmitiu o sagrado ministério a Evaristo”.

Segundo boas fontes, é muito provável que Santo Evaristo era o Papa quando São João Evangelista entregou sua alma a Deus, marcando o fim da Idade Apostólica.

De acordo com o o Liber Pontificalis, citado pela Catholic News Agency. “Evaristo, nascido na Grécia de um pai judeu chamado Juda, originário da cidade de Belém, reinou treze anos, seis meses e dois dias, sob os reinados de Domiciano, Nerva e Trajano, do Consulado de Valente e Veter (96 ) até o de Gallus e Bradua (108). Este pontífice dividiu entre os padres os títulos da cidade de Roma. Por uma constituição, ele estabeleceu sete diáconos que deveriam ajudar o bispo e servir como testemunhas autênticas para ele. Durante as três ordenações que dirigiu no mês de dezembro, promoveu seis sacerdotes, dois diáconos e cinco bispos, destinados a várias igrejas. Evaristo recebeu a coroa do martírio. Foi sepultado junto ao corpo do beato Pedro no Vaticano, no sexto dia do calendário de novembro (25 de outubro de 108). O trono episcopal permaneceu vago por dezenove dias. ”

Baseados nesses dados, comentam os Bolandistas (considerados os mais famosos hagiógrafos): Santo Anacleto ordenou vinte e cinco padres para a cidade de Roma; Santo Evaristo completou esta instituição estabelecendo os limites de cada um desses títulos e preenchendo as vagas que provavelmente ocorreram durante a perseguição de Diocleciano. Quanto ao decreto pelo qual ordena que sete diáconos constituam o cortejo do bispo, encontramos na primeira epístola de Santo Anacleto um texto que nos ajuda a compreender e perceber melhor a disciplina da Igreja primitiva. Em meio aos diversos elementos que o compuseram em seus primeiros anos, existiram mentes orgulhosas, almas invejosas, corações ambiciosos que não suportaram o jugo da obediência e que com suas revoltas e incessantes depreciações fatigaram a paciência dos Apóstolos. Os diáconos deveriam ser os guardas do Papa contra seus projetos mal intencionados”. São Pedro tinha já estabelecido 7 diáconos. O papa Evaristo decidiu que estes estivessem ao lado do bispo declamando o prefácio da Missa para darem, se necessário, testemunha de sua ortodoxia, e para honrarem os mistérios.

Santo Evaristo teria promovido ao todo três ordenações, consagrando dezessete sacerdotes, nove diáconos, e quinze bispos, destinados às diferentes paróquias. Foi, como vimos, de sua autoria a divisão de Roma em vinte e cinco dioceses, e a criação do primeiro Colégio dos Cardeais. Supõe-se também que foi ele que instituiu o casamento em público, com a presença do sacerdote.

O curioso é que Santo Evaristo é chamado por alguns “o Papa sem voz”, porque não se conhece nenhuma palavra sua, enquanto que de seu predecessor São Clemente I, há uma famosa carta escrita aos agitados cristãos de Corinto, com a afirmação solene da autoridade que ao bispo de Roma compete. No ano 97, sob o imperador Nerva, Clemente foi arrestado e conduzido ao exílio em Chersoneso Taurico (Crimeia). Como tinha que deixar a outro o governo da Igreja, sua escolha recaiu em Evaristo, que deveria ser então uma figura importante na comunidade cristã de Roma, em quem o papa Clemente deveria ter absoluta confiança.

Embora baseados no Liber Pontificalis, muitos afirma que ele foi martirizado no 6º. dia das calendas de novembro (26 de outubro), não há confirmação disso, mesmo porque ele aparece no antigo Martirológio Romano sem esse título.

Entretanto, muitos afirmam que ele deu a vida pela fé no mesmo tempo que Santo Inácio de Antioquia. Por isso ele é muitas vezes representado com uma espada, porque teria sido decapitado, ou com uma manjedoura, porque acredita-se que ele nasceu em Belém.

O Martirológio Romano atual parece que adotou essa hipótese, pois diz dele que “sob o imperador Adriano, tingiu a Igreja de Deus com a púrpura de seu sangue” por volta do ano 107. Foi enterrado junto ao sepulcro de São Pedro.

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