Desse papa nos diz o Martirológio Romano Monástico, no dia 31 de dezembro: “Em Roma, em 335, o nascimento no céu do papa São Silvestre. Logo depois da era das grandes perseguições romanas, couberam-lhe as tarefas de organizar a Igreja na sociedade finalmente pacificada; garantir-lhe lugares de culto tais como as basílicas de Latrão, de São Pedro e de São Paulo em Roma, e defender a ortodoxia da fé, ao confirmar o I Concílio Ecumênico de Niceia”.

 

No mesmo dia temos:

Santa Melânia a Nova, e São Piniano

Melânia, a Jovem em Iluminura do Menológio de Basílio II.

Ante a ameaça da parte dos povos bárbaros que pairava sobre Roma a partir do ano 408, muitas famílias ilustres começaram a deixar a Cidade Eterna e buscar refúgio nas províncias. Desse modo, grande número de patrícios dirigiram-se para a África, onde tinham propriedades. Entre estes estavam Melânia, seu esposo Piniano e sua mãe, Albina, não só membros das mais ilustres e ricas famílias romanas, mas das mais fervorosamente cristãs.

Melânia, nascida em Roma no ano de 383, era filha de um rico senador romano, Publícola, e de sua esposa Albina, ambos cristãos, pertencentes a ilustres famílias patrícias. Seus familiares, tanto do lado paterno quanto do materno, ocuparam com grande distinção os mais elevados postos do Estado, e a jovem Melânia podia até ufanar-se de ter sangue imperial nas suas veias

Aos catorze anos, Melânia, “a Jovem” − como é chamada pelos hagiógrafos para distinguir da célebre avó homônima − foi dada em casamento a Valério Piniano, rico herdeiro igualmente membro da gens Valéria, pois seu pai, Valério Severo, Prefeito de Roma em 382, era primo do pai dela. Depois da morte de uma filha de um ano e de um filho logo após o nascimento, os esposos, de comum acordo, passaram a viver “como irmãos”, isto é, em castidade perfeita, dedicando-se às obras de misericórdia e ao apostolado.

Após a tomada de Roma por Alarico, os invasores bárbaros marcharam para o sul da Itália, devastando o Lácio, a Campânia, e as outras regiões por onde passavam. Avançaram até o ponto extremo da península Itálica, ocupando Reggio, à qual, junto com seus encantadores subúrbios, eles devastaram com o fogo e a espada. Nesse tempo Melânia e os seus já tinham ido para a Calábria.

Em 410 embarcaram para a África, onde sua família possuía também extensas propriedades rurais, uma das quais precisamente em Tagaste, a terra natal de Agostinho.

Quiseram logo encontrar o bispo santo, o maior homem de toda a África, e de sua época, ao qual, quase nenhum humano, ou certamente pouquíssimos, se podem comparar de quantos floresceram desde o início do gênero humano.

Mas Melânia preferiu retirar-se para uma mais remota região da Numídia, e estabeleceu-se em Tagaste. Além da tranquilidade do lugar, ela e os seus podiam gozar da amizade do bispo local, que não era outro senão Alípio, o íntimo e fiel amigo de Santo Agostinho.

Melânia e seu esposo Piniano liquidaram então uma das maiores fortunas de seu tempo, e com o produto das vendas socorreram os pobres e a Igreja.  O caso de Melânia e Piniano serve para ilustrar o quanto o Cristianismo havia conquistado a alta sociedade do Baixo Império, revelando o desprendimento que muitas famílias aristocráticas faziam de suas riquezas em razão de um valor cristão em ascensão: a prática da caridade através da esmola;

Melania permaneceu na África por sete anos, vivendo entre as virgens consagradas que tinham sido outrora suas escravas, e que de ora em diante eram tratadas como irmãs.

Em 417, os três – Melânia, sua mãe Albina e Piniano empreenderam uma peregrinação à Terra Santa. Em Jerusalém, conheceram São Jerônimo, cuja discípula e colaboradora Santa Paula era prima de Melânia.

Decidiram ficar na Palestina e Melânia viveu doze anos em uma ermida próxima ao Monte das Oliveiras e depois em um mosteiro que ali ergueu. Sua mãe morreu em 431 e o marido Piniano em 432.

Melânia passou o Natal de 439 em Belém e morreu em Jerusalém uma semana depois, no dia 31 de dezembro, em que sua festa é celebrada.

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