Quatrocentos e sessenta e um sacerdotes da Inglaterra e de Gales assinaram uma carta aberta solicitando ao Sínodo sobre a Família, a realizar-se em outubro de 2015, uma “clara e firme proclamação” da doutrina e da pastoral milenar da Igreja sobre o casamento e a família.
A carta aberta foi publicada no semanário Catholic Herald, um dos mais antigos (1888) e mais respeitados daquele país ().
Eis o texto completo do documento:
Senhor,
Após o Sínodo Extraordinário dos Bispos em Roma, em outubro de 2014, surgiu muita confusão a respeito do ensinamento moral católico. Nesta situação, nós queremos, enquanto sacerdotes católicos, reafirmar a nossa fidelidade inabalável às doutrinas tradicionais relativas ao casamento e ao verdadeiro significado da sexualidade humana, fundamentadas na Palavra de Deus e ensinadas pelo Magistério da Igreja durante dois milênios.
Nós nos engajamos mais uma vez na tarefa de apresentar esse ensinamento na sua integridade, abordando com a compaixão do Senhor aqueles que lutam para obedecer às exigências e aos desafios do Evangelho numa sociedade crescentemente crescentemente secularizada.
Além do mais, afirmamos a importância de manter a disciplina tradicional da Igreja sobre a recepção dos sacramentos, e queremos que a doutrina e a pastoral permaneçam em harmonia firme e indissociável.
Urgimos todos aqueles que participarão do segundo Sínodo em outubro de 2015 a fazerem uma proclamação clara e firme do ensinamento moral imutável da Igreja, de maneira que a confusão seja posta de lado e a Fé seja confirmada.
Atenciosamente, (seguem as assinaturas)
A polêmica sobre a comunhão aos divorciados “recasados” foi aberta no último Sínodo por uma proposta do cardeal alemão aposentado Walter Kasper.
A iniciativa dos 461 sacerdotes de Inglaterra e de Gales visa resistir a essa proposta, diz o “Catholic Herald”.
Um signatário que pediu para ficar no anonimato, disse que “houve uma boa dose de pressão para não assinar a carta e, mais ainda, certo grau de intimidação por parte de elevados eclesiásticos”.
Um outro, que fez análogo pedido, afirmou que a questão dos divorciados “recasados” é “matéria de engajamento pastoral e de fidelidade ao Evangelho”.
“A misericórdia requer tanto o amor quanto a verdade. Há muita coisa em jogo. Nem todos os sacerdotes se sentem à vontade manifestando-se por meio de uma carta aberta, mas ficariam muito mais preocupados se fossem do número daqueles sacerdotes que discordam dos sentimentos que ela contém.
“A carta é um apelo à fidelidade ao ensinamento católico, e para que a pastoral permaneça em inseparável harmonia com a doutrina.
“Os sacerdotes afirmam que continuam engajados na ajuda ‘àqueles que lutam para obedecer ao Evangelho numa sociedade crescentemente secularizada’, mas pressupõe que os casais e famílias que permanecem fiéis não estão sendo adequadamente apoiados ou encorajados”, disse.
Entre as notabilidades que assinaram figuram os teólogos Pe. Aidan Nichols e o Pe. John Saward; o Pe. Andrew Pinsent, físico de Oxford; os padres Robert Billing, porta-voz da diocese de Lancaster, Tim Finigan, blogueiro e colunista do “Catholic Herald”, e Julian Large, reitor do Oratório de Londres.
Num artigo posterior (“Por que assinei a carta urgindo o Sínodo a se manter firme sobre o casamento”) o Pe. Alexander Lucie-Smith explicou a razão pela qual ele não teve a menor hesitação na hora de assinar a carta.
Segundo ele a tolerância para com o divórcio por motivos “pastorais” provoca o desaparecimento da instituição do matrimônio e da doutrina em que ele se fundamenta. O Pe. Alexander é Doutor em Teologia Moral e consultor doCatholic Herald, onde apresentou seus argumentos.
Ele exemplificou com o testemunho de um amigo cristão não-católico, em cuja denominação o pastor diz que o casamento é para toda a vida, embora todo mundo saiba que é um conceito abstrato e que na prática aquela união vai acabar quando o casal bem entender.
O amigo do Pe. Alexander ironizou a hipocrisia: “Cada casamento é indissolúvel até nós dizermos que está dissolvido”.
O Pe. Alexander teme que este seja o futuro que o progressismo prepara ao fazer sofismas para uma distinção ou fratura errônea entre a pastoral e a doutrina sobre a família.
À medida que o Sínodo se aproxima, aumenta a atividade dos propugnadores de um afrouxamento da pastoral familiar, que terá como consequência uma inevitável mudança de doutrinas reveladas, dogmas e verdades incontestáveis.
A ofensiva que solapa a moral vem suscitando respostas crescentes e cada vez mais angustiadas em favor da manutenção dos ensinamentos de Jesus Cristo e de vinte séculos de Magistério, Doutores e Santos da Igreja.
Iniciativas análogas em defesa da Fé e da pastoral tradicional poderão aparecer nos próximos meses em diversos países e continentes.
Leonardo Melanino,
Sugestão acatada. Muito obrigado!
Senhores do IPCO, sugiro-lhes que troquem “461 sacerdotes…” para “Quatrocentos e sessenta e um sacerdotes…” no início da primeira frase deste texto. Agradeço-lhe de todo o meu coração! Desejo-lhe um Próspero Aniversário de 66 Anos de Emancipação Político-Administrativa de Cubatão! Obrigado!
NEREU PEPLOW,
Sr Nereu Peplow, sua colocação “Seu Francisco, toma vergonha na cara”, é no mínimo contraditória, para não dizer ofensiva. Se desejas o firme cumprimento às doutrinas da Igreja, comece por vc por repeitar o Santo Padre, mesmo porque ele não “bateu o martelo” sobre nenhuma questão levantada pelo sínodo. Então, se qures uma Igreja fiel à doutrina, comece por vc pelo respeito e submissão ao Papa. Tome vc, vergonha na cara!!
E mais: um dia o Clodovil disse do Lula: “eu não respeito analfabeto”… faço minha essas palavras, para parafrasear: “eu não respeito hereges”….
Eu diria: “Seu Francisco, toma vergonha na cara”!!!
Vem se tornando frequentes atitudes pastorais relativistas e laxistas, como a administração da Eucaristia a pessoas que vivem publicamente em estado de pecado mortal (não somente divorciados) e sermões em aberta oposição ao Magistério Moral da Igreja.
A carta dos sacerdotes britânicos é um brado de fidelidade e coerência com o ensinamento moral da Igreja ao longo de sua existência, desde os Apóstolos e os Santos Padres até os grandes teólogos contemporâneos, expresso nas encíclicas papais.
O Sínodo não deve aceitar o relativismo moral e a secularização dos tempos atuais, sob pena de a Igreja perder sua identidade, o que é inadmissível,pois as portas do inferno não prevalecerão contra ela, conforme a promessa de Cristo.
É o dilema de Shakespeare: “To be or not to be” – “Ser ou não ser…católico. ?
Pelo que percebo, a igreja prepara uma escalada de tolerâncias:
inicialmente, com casais divorciados, para mais adiante, adotar o mesmo comportamento em relação aos casais gays, quando então, o clima estará propício para extinção do celibato clerical, a necessidade do padre atender o sustento de uma família, vai ser o tiro de misericórdia na igreja, tal como conhecemos hoje, em seu lugar nascerá uma outra coisa, semelhante a Igreja Universal do Reino de Deus, que por sinal adota o termo “bispo”para designar os prelados da sua alta hierarquia, sendo o “bispo” Macedo, seu líder espiritual e administrativo, o papa evangélico, comandando templos em vários países a partir de Miami.