Taiwan acusou à China comunista pelo sequestro de 45 cidadãos taiwaneses que trabalhavam na Quênia e foram levados pela força para a China para serem investigados, denunciou o Ministério de Relações Exteriores em Taipei.
Taiwán considera o ato como um “sequestro” e elevou protestos contra o regime comunista chinês, escreveu o jornal espanhol “El Mundo”.
Oito cidadãos taiwaneses foram levados pela força à China no dia 8 de abril e logo depois mais outros 37. Em alguns casos os sequestradores usaram até gases lacrimogênios.
O diretor do Departamento para a Ásia Ocidental e África do Ministério de Relações Exteriores taiwanês, Chen Chun-shen, denunciou o aumento das prisões irregulares praticados por Pequim em outros países e sublinhou que “este caso viola gravemente os direitos dos cidadãos taiwaneses e fere os sentimentos de todos na ilha de Taiwan”.
“Todos os taiwaneses poderiam vir a ser tratados do mesmo modo” disse o diplomático. Não há relações diplomáticas entre a China comunista e Taiwan o China nacionalista, por isso a China livre está impedida de agir em favor de seus 45 cidadãos sequestrados na Quênia.
Um funcionário de Taipei na África do Sul foi até o Quênia para negociar a liberação dos presos mas nada conseguiu por causa da pressão de Pequim sobre polícia queniana.
O caso é análogo ao dos livreiros de Hong Kong que foram sequestrados por publicarem críticas ao regime socialista de Pequim. Também foram levados irregularmente ao continente, com o pretexto de serem investigados, malgrado a ex-colônia britânica tenha independência judiciária em relação a Pequim.
“Esses atos visam semear o terror entre os críticos do governo comunista chinês, dentro e fora do país”, declarou à agência EFE o professor Vladimir Maliavin, da Faculdade de Estudos Internacionais de Tamkang.
Pouca coisas são tão perigosas para os países livres quanto deixar penetrar os agentes comunistas chineses que entram a maioria das vezes, com pretextos de atividade comercial, industrial ou de investimentos.