A China não é “made in China”: uma análise, uma previsão, uma confirmação (I)

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      A nossa mídia gosta de apresentar a China, como segunda potência mundial, dando a entender que sua industrialização, seu crescimento têm sua causa, propulsão e continuidade na aplicação dos princípios comunistas.
Nada mais falso, nada mais contrário à realidade histórica.  Foram o capitalismo ocidental e a aproximação com o Japão (1972) os reais motores da industrialização da China.

                  Tudo começou com a viagem de Nixon em 1972

Vamos aos fatos: Em 1972 Nixon – que se elegeu em nome do anticomunismo yankee – empreendeu a chamada “detente” que numa abordagem rápida poderia se traduzir por abertura aos países comunistas: sobretudo Rússia e China. Assim, Nixon empreendeu “sensacionais” viagens — trombeteadas e aplaudidas pela mídia — à Rússia e à China.

       O acerto de uma análise, uma previsão e a confirmação pelos fatos

Em outubro de 72, assim se exprimia, através da Folha de São Paulo, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
“Não poderia a China aspirar ao controle da Ásia? Extensão territorial, população superabundante, apetite de conquista não lhe faltam. Mas, ser-lhe-á necessário ainda, para tão grande cometimento, um potencial industrial e bélico considerável. E o regime comunista não lhe deu nem uma nem outra coisa.

A China comunista só poderá desenvolver-se e alçar-se à condição de superpotência imperialista, com o concurso de uma nação capitalista de grande importância.(…)”

Na foto, Nixon cumprimenta Mao Tsé Tung em 1972

Os fatos, comentamos nós, superaram as previsões do Prof. Plinio: além dos EUA, Japão, outras nações montaram fábricas na China. Inclusive o Brasil.

Continua o Prof. Plinio: “Ora, a única possibilidade de a China receber tal apoio de uma nação capitalista consistiria numa completa reformulação de suas relações com o Japão. (lembramos, o comentário é de 1972 quando o Japão tinha um gabinete conservador e anticomunista).

                 O Japão se dobra ante a pressão de Nixon. Sobe um “premier” de esquerda

     “Segundo a ordem natural das coisas, nada seria mais impraticável. As violentas rivalidades entre os dois povos amarelos, agravadas pela implantação do comunismo na China tornaram intransponível a distância política entre os dois países. Pois o Japão se manifestou sempre cioso de evitar o contágio da lepra vermelha.

“Mas Nixon – deliberado a desmantelar inexoravelmente o sistema anticomunista do Extremo Oriente – ainda desta vez favoreceu o jogo chinês. Em entendimentos diretos com Tóquio, fez saber que o Japão não perderia o apoio dos EUA no plano comercial, se se aproximasse resolutamente da China.

“E, como era natural, no Japão, o derrapamento para a esquerda começou.

“Como todos sabem, o gabinete conservador foi substituído por outro, de matiz esquerdista. O novo governo tratou, desde logo, de aproximar da China. E daí resultou a visita que o “premier” nipônico Tanaka está fazendo a Pequim.

        O primeiro ministro “Tanaka, por sua vez, não cessa de manifestar sua humildade ante os anfitriões chineses. Em sua visita a Mao (Tsé Tung), reconheceu a “culpa” do Japão pela agressão à China, elogiou rasgadamente Chu (em Lai), a hospitalidade chinesa e até a comida chinesa. E ainda compôs um poema sobre o reatamento com Pequim”.

          Ainda em 1971: “E por fim, com a já inevitável entrada da China Vermelha no Conselho de Segurança da ONU, o poder norte-americano perde um ponto nesse supremo cenáculo da política mundial”. 1

A entrada da China no Conselho de Segurança da ONU, ao lado da Rússia, é um poderoso trunfo, por exemplo, para vetar ações contra a Venezuela de Maduro.

Estes são fatos históricos. Em 1972, época da viagem de Nixon, o PIB da China era apenas de 113,7 bilhões US. A China não é, portanto, fruto dos princípios comunistas. Cumpriu-se a previsão do Prof. Plinio: a China precisa do “concurso de uma nação capitalista de grande importância”; a História mostra que houve o concurso de várias nações capitalistas, e até do Brasil.

Leia a íntegra em: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2072-10-01%20Pesadelo.htm

https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2071-10-17%20A%20burguesia.htm

4 COMENTÁRIOS

  1. […] (*) Estávamos em 1959, no tempo da URSS, com o despotismo armado da Rússia estalinista a serviço da Cortina de Ferro. Nesse tempo, a China de Mao não havia recebido ainda as injeções de capital, tecnologia do Ocidente, uma Nação de importância secundária no cenário mundial. A China só tomou vulto com a visita de Nixon, os acordos comerciais, a injeção de dólares e know how do mundo livre. https://ipco.org.br/nixon-na-china-1972-uma-analise-uma-previsao-uma-confirmacao-i/ […]

  2. […] Perguntamos: o que era a China antes da viagem de Nixon e do Acordo de Xangai? Por que razão era um País falido economicamente? Quem industrializou, modernizou, injetou dólares na China? Tudo isso foi obra do Ocidente, do Japão e outras Nações. Tudo isso foi analisado, previsto pelo Prof. Plinio na Folha. https://ipco.org.br/nixon-na-china-1972-uma-analise-uma-previsao-uma-confirmacao-i/ […]

  3. Excelente artigo. Precisamos de pessoas centradas na realidade, na verdade e na imparcialidade. Parabéns ao IPC. Faltou dizer que o PIB deve ser dividido pela população do país (EUA US$20.5 Trilhões; China US$15 Trilhões; Brasil US$1.8 Trilhões). Com 290 milhões de habitantes, o valor da renda dos EUA (US$70,700.00; é dez vezes melhor que a da China US$7,700.00; e a do Brasil é, apenas, 1,09% menor que a da China. E se tirarmos os LuloPetistas (Ladrões) do caminho, recuperaremos nossa posição.

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