“Ideologia de Gênero” — manifestação mais recente da Revolução Cultural

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Conferência do Cel. Paes de Lira sobre Ideologia de Gênero
Conferência do Cel. Paes de Lira sobre Ideologia de Gênero

No último dia 18 de outubro, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu no auditório do Colégio São Bento, na capital paulista, uma palestra intitulada Ideologia de gênero: Saiba como se defender dessa arma psicológica contra a Família.(*) Essa famigerada ideologia constitui a maior ameaça à família e à sociedade em toda História.

A sessão foi presidida pelo diretor do Instituto, Dr. Plinio Vidigal Xavier da Silveira, que abriu os trabalhos ao lado de outro diretor, Dr. Eduardo de Barros Brotero.

O conferencista foi o ex-deputado federal Cel. Jairo Paes de Lira, coronel da Reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo e ex-Comandante do Policiamento Metropolitano. Durante seu mandato legislativo na Câmara dos Deputados, Paes de Lira participou das Comissões de Direitos Humanos e Minorias, de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e de Seguridade Social e Família.

Cel. Jairo Paes de Lira
Cel. Paes de Lira

Dispondo de comprovada experiência legislativa na defesa da família contra projetos de lei visando debilitá-la ou eliminá-la, como nos casos do “casamento” homossexual, do aborto e do divórcio, entre outros, Paes de Lira apresentou ao público o livro Ideologia de Gênero – o neo-totalitarismo e a morte da família, do autor argentino Jorge Scala, cuja tradução para o português foi lançada nessa mesma ocasião.

Após breve descrição do curriculum vitae do professor de bioética Jorge Scala, o conferencista passou a expor o conteúdo do livro. De início, definiu a palavra gênero que, para os agentes da Revolução Cultural, possui um significado diferente do que normalmente se entende. O sentido comum de gênero: conjunto de seres que possuem a mesma origem ou são ligados pela similitude de uma ou mais peculiaridades. Aplicado à sexualidade, por extensão, pode-se afirmar gênero masculino ou feminino. Mas, para os defensores da Ideologia de Gênero, o termo perde seu conteúdo verdadeiro e adota outro de cunho ideológico. Para eles, gênero significa abstrusamente que o ser humano nasceria sem sexualidade definida.

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“Os fundamentos da Ideologia de Gênero estabelecem não existir identidade biológica sexual nos seres humanos e que eles apenas acidentalmente nascem com órgãos sexuais, convencionalmente considerados como masculinos ou femininos”. O palestrante acrescentou não existir também, para tal ideologia, identidade psicológica masculina ou feminina, considerando tal identidade como mera imposição de um modelo educacional de tipo patriarcal.

A conclusão dessa teoria antinatural é que o comportamento sexual também é fruto de mera influência do meio social. Assim, ninguém nasceria menino ou menina, homem ou mulher, mas sim um ser humano sem definição sexual, embora anatomicamente possa ser diferenciado. Trata-se, pois, de um ser genérico que adota um comportamento sexual por força do meio social. E, mais ainda, a Ideologia de Gênero defende que tal ser poderá não só escolher esse comportamento por opção, como mudá-lo quando quiser, segundo seu arbítrio.

“A refutação do primeiro fundamento — que afirma não existir identidade biológica nos seres humanos — reside na análise genética mais essencial da biologia, que demonstra: as células reprodutivas da mulher só contêm cromossomos tipo X, enquanto as do homem possuem tanto cromossomos X quanto Y. Na fecundação, a combinação XX só gera mulheres e a combinação XY só gera homens. É a lição mais básica da biologia”, explicou o conferencista.

Portanto, do ponto de vista genético, cai por terra a Ideologia de Gênero. Mas para seus defensores, a questão anatômica é irrelevante.

O Cel. Paes de Lira expôs, com dados fornecidos pela obra de Jorge Scala, as origens da Ideologia de Gênero a partir do movimento feminista. Citou a feminista francesa Simone Beauvoir, que defendia a teoria segundo a qual ninguém nasce mulher, mas se torna mulher; e que o objetivo final do movimento feminista não consiste na eliminação dos privilégios da “classe” opressora — a “classe” masculina —, mas da própria diferenciação entre os sexos.

O orador observou que tal teoria servia à militância homossexual, que encontrou nessa fórmula a justificação de seu modo de vida. E denunciou ainda a estratégia totalitária da Ideologia de Gênero através da manipulação semântica, no sentido de que o termo gênero perdesse seu significado gramatical, adotando outro de cunho ideológico. Para a difusão desse conceito teve papel primordial a mídia de massa.

No Brasil, tal manipulação pode ser observada especialmente nos Ministérios da Educação e da Saúde. Paes de Lira enfatizou a importância da instrumentalização da educação escolar por ideólogos de gênero.

O conferencista referiu-se ainda à pressão exercida pela ONU que, sob pretexto de Direitos Humanos, está exigindo dos países a aprovação de leis conforme a Ideologia Gênero. “O PNDH-3 quase foi imposto ao Brasil por meio de decreto e, se não tomarmos cuidado, será imposto pelo ‘ativismo judicial’, que substituirá o poder legislativo”.

“É essa ideologia mais radical da História que impregna o PNDH-3. Da Ideologia de Gênero surgirão crianças sem identidade natural, do “casamento” homossexual resultarão os grupos pseudo-familiares, a criminalização da opinião produzirá a perseguição policial e judicial aos resistentes. É uma conspiração contra a família tradicional que é a base da sociedade. É a fundação do neo-totalitarismo que construirá o “homem novo”, como sonham os teóricos marxistas. Mas que ‘homem novo’ é esse? Será um ser desprovido de espiritualidade. Será massa informe de nervos, ossos e músculos que perambula pela face da Terra. Mas será também desprovido de liberdade”, afirmou o conferencista.

A exposição foi concluída com respostas às perguntas do público presente.

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Cocktail servido logo após a conferência foi ocasião para conversas entre os que compareceram à palestra.

O Príncipe Imperial do Brasil, dom Bertrand de Orleans e Bragança, encerrou o evento com calorosas palavras sobre a luta empreendida pelo Professor Plinio Corrêa de Oliveira contra esse processo revolucionário, cujo escopo é a destruição integral da civilização cristã a partir de uma de suas bases fundamentais que é a família. “É uma obrigação de consciência, da qual responderemos diante de Deus, lutar contra essa conspiração anticristã que é a destruição do homem como Deus o criou, para colocar em seu lugar um anti-homem, resultado do pecado, da abominação e de tudo aquilo que ‘brada aos Céus e clama a Deus por vingança’”, afirmou dom Bertrand.

Um cocktail foi servido logo após, dando ocasião para conversas sobre o tema entre os que prestigiaram o evento com sua presença.

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1 COMENTÁRIO

  1. A afirmação de que não existe o homem ou a mulher é tão absurdo quanto negar a realidade. Se isto é o argumento dos que querem impor a ideologiia do gênero é de se supor que irão dizer, na segunda etapa deste processo, que não há mal nenhum em que haja promiscuidade com crianças, pois essa é outra das imposições da cultura. O que são eles?

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