A França na origem da Cristandade. Macron e a esquerda “desconhecem” e certamente rejeitam

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É difícil, a um jovem do século XXI, ter ideia do que foi a França e sua importância na Cristandade Medieval.

     Em 1940, durante a ocupação nazista, o Prof. Plinio publicou um artigo sobre o papel da França na conversão dos bárbaros, na defesa da Igreja e da Cristandade Medieval.

“Em fins do século VII de nossa era, a civilização cristã e a Igreja atravessavam períodos difíceis que, humanamente, não poderiam ser vencidos. A França, que a conversão de Clóvis tornara o ponto de apoio da obra civilizadora da Europa bárbara, estava retalhada e decadente, governada pelos reis “fainéants” [ociosos, que não faziam nada n.d.c.].

“As heresias fermentavam aqui e acolá; as hordas bárbaras conservavam a sua idolatria, os costumes cruéis, e hostilizavam o Papa; havia ainda resquícios do antigo paganismo e o Oriente já fazia ameaças de cisma.

“E contra todo este mundo cristão assim desgarrado e desorganizado, levantava-se o colosso muçulmano, forte e coeso, e até então invencível, e que, numa guerra já secular, queria banir do mundo a Religião Católica.

                  Carlos Martel, na Batalha de Poitiers, quebra a arrogância do Islã

Bataille de Poitiers.jpg“Foi então que surgiu aquele senhor da Nêustria e da Austrásia, cujos territórios são os do norte da França, onde hoje se deflagram os mais rudes combates da história, que, em Poitiers quebrou a arrogância do Islã, e marcou o início da decadência maometana.

“Esse mesmo guerreiro valente, que defendeu o Papa das hordas lombardas e o livrou da insolência dos gregos, mereceu a coroa de França e, mais ainda, mereceu da Providência ser o pai de Carlos Magno, o Imperador que levou aos confins da Europa a Fé e a civilização.

Oton III, da Alemanha, quer introduzir algo do polimento francês à rusticidade saxônica

“Mais de um século mais tarde, em 997, o imperador Oton III da Alemanha, filha do Império Carolíngio, convidava um sábio francês, Gerbert d’Aurillac, para vir em seu país ensinar na corte, a fim de que “desse polimento à sua rusticidade saxônica e lhe comunicasse alguma centelha da delicadeza grega”, conforme dizia a carta de convite

“E assim, tudo quanto houve de bom em costumes, instituições e cultura, veio da Igreja do Ocidente através da França, de tal forma que o seráfico São Francisco de Assis quiz chamar-se Francisco pelo amor que lhe devotava.

Da França as boas maneiras passam às Nações Católicas

“Foi ainda pela França que as boas maneiras e a “courtoisie” [cortesia], esta intelectualização profunda do que há de animal na vida coletiva, ganharam o Ocidente. De fato, foi a Marquesa de Rambouillet quem as aprendeu na Roma dos Papas, e as propagou na corte de Luís XIII, de onde se estenderam às nações cristãs.

A Igreja transmitiu a Doutrina; A França amalgamou a vida social

“De um modo geral, portanto, se pode dizer que, se a Igreja deu ao mundo a doutrina Católica, a França – filha primogênita da Igreja -, sob a égide da mesma Igreja, amalgamou esta doutrina à vida social, e deu ao mundo a civilização Católica, que só pode ser uma no dizer dos Papas, esta flor de singeleza, pureza e nobreza tão bem resumidas no estilo gótico e na flor de lis.

“A França, assim, é a pátria cultural de todos os povos da Cristandade, de modo que [Gabriele] d’Annunzio pôde dizer sem exagero, em seu magnifico “Sonnet d’amour pour la France”, que se a França desaparecesse, o mundo ficaria em trevas.

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Da França, veio também o mau exemplo da Revolução de 1789, que se levantou contra o Trono e o Altar.

Da França partiu também a Revolução da Sorbonne (maio de 1968) que foi um brado contra toda lei, toda autoridade e que “hippificou” os costumes no Ocidente.

 São Pio X teve essa frase a respeito da França: “Um dia virá – espero que não seja tão longe – no qual a França, como Saulo no caminho de Damasco, cairá rodeada por luz celestial e escutará uma voz: Por quê me persegues? Levanta-te, limpa as tuas manchas, reaviva teus sentimentos e vai-te outra vez, como filha primogênita da Igreja, levar o meu Nome a todos os povos e a todos os reis da terra!” (Alocução consistorial Vi ringrazio de 29 de novembro de 1911, Acta Apostolicae Sedis, Typis Polyglottis Vaticanis, Roma, 1911, p. 657)”

Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG_400616_fim_da_cortesia.htm#.Xe2f_-hKguU

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