A graça sobrenatural é um apanágio dos santos; e a graça natural o é da nobreza; mas ambas podem ser muito difundidas na sociedade
A graça, entendida em seu sentido sobrenatural, comunica à alma uma beleza excelsa que a torna agradável a Deus, pois é uma participação criada na vida divina.
Essa beleza sobrenatural tem seu símile na mera natureza humana, de modo que a palavra graça, compreendida em sentido apenas natural, indica uma particular delicadeza da pessoa, que se reflete em mil imponderáveis de sua personalidade e de seu modo de agir.
Nessa acepção, o dicionário Houaiss define graça como sendo “elegância e leveza de formas, do porte e/ou dos movimentos; graciosidade”. Não se confunde com a beleza física, é mais espiritualizada, e portanto mais elevada do que esta.
Uma beleza interior que se vê no exterior
Às vezes, uma narração bem feita pode dar melhor o sentido de uma palavra do que a fria definição de um dicionário. Transcrevo para o leitor uma pequena obra-prima de descrição, feita por uma senhora francesa. Com seus filhos, aos quais ela chama pitorescamente “meu bando”, ela visitava a cidade de Bastia, na Córsega:
“Ontem, no labirinto das ruas de Bastia, eu acompanhava meu bando, quando minha filha maior fez esse pequeno gesto de acertar uma alça de seu vestido, com ar displicente. Tive o tempo justo de acompanhar o fim desse movimento. Ela é uma bela menina de nove anos, ainda mais bela quando vista pelos olhos de sua mãe, evidentemente. Mas possui, disso estou certa, uma qualidade inegável: a graça — essa elegância que faz com que seu coque se desmanche sempre perfeitamente, que suas roupas ainda muito pequenas caiam com perfeição, e que em todas as circunstâncias ela conserve um chique infantil único. Não me canso de apreciá-la evoluir, constantemente atônita e maravilhada de ter podido contribuir, apesar de mim mesma, a tanta delicadeza”.
O blog onde se encontra essa descrição (Pensées de Ronde) é aberto a comentários. Eis alguns deles:
“São esses ínfimos detalhes que revelam a elegância, a graça das pessoas!”
“Sim, é bem isso a graça, ela se manifesta por vezes em pequenas coisas — um gesto, um olhar, uma mecha de cabelos, um sorriso…”
“Ela tem efetivamente, e mesmo de costas, aquilo que não se compra: a elegância da atitude. E às vezes eu penso que seria preciso dizer isso a algumas…”
“A graça é a beleza interior que a gente vê no exterior”.
(http://www.penseesderonde.fr/)
Um dom natural a ser bem cultivado
A graça, neste sentido em que a estamos tomando, é um dom natural. Pode-se tê-la ou não. Entretanto esse dom pode ser cultivado, e com isso preservado e até aumentado, eventualmente adquirido, por uma educação esmerada. Tal é o apanágio da nobreza.
Entre outros valores, é próprio da classe nobre praticar aquele tipo de ascese pela qual a graça sobressai, encanta e atrai. Daí certas soberanas serem famosas por sua graça, como a Rainha Maria Antonieta da França, Maria Stuart da Escócia e a Imperatriz Elisabeth (Sissi) da Áustria.
Por ser um bem superior ligado à alma, mais excelente do que a beleza física, a graça hoje vai sendo desprezada, substituída por características mais próximas da animalidade, como a sensualidade.
Salve Maria!
Es verdad que faltan “las verdaderas Elites” de otros tiempos no muy lejanos. La actualidad es desesperante por la falta de buenas costumbres, modales, bien vestir, correcta escritura, buen hablar, todo lo relacionado con la belleza, la fineza, la delicadeza hasta en el comer, bailar, caminar, sentarse, como “normal” y necesario en otros épocas, hoy todo lo armonioso, noble, linaje es reducido a la burla y desprecio. Y así debemos sufrir los que amamos las Elites del pasado, para observar con horror la rienda suelta de los niños, juventud y adultos en el desenfreno de las modas, comilonas, sexo libertino, zapatillas y yeans a toda hora y para todo uso, todo ofensivo a la paciencia de Dios. De las citadas Reinas y Emperatrices la Gracia y Elegancia reflejadas en su noble estirpe!!
Não fale de graça perto da Lady Gaga, Madonna, a desgraçada Amy Winehouse. Nós também temos as nossas sem-graça também, basta olhar o panorama artístico.