Três etapas na trajetória de um varão de grandes horizontes
Nesta primeira foto de São João Bosco*, feita na sua idade madura, o tempo ainda não tinha começado a marcar-lhe o rosto com o anúncio da proximidade do Céu. Nota-se a expressão viva e animada de um homem com boa saúde, forte, e sobretudo com uma impressionante chama sobrenatural no olhar. Percebe-se no olhar um homem de grandes e longos horizontes, com muita capacidade de realização. Seu nariz adunco lhe confere algo das características de uma ave de briga; e sua bondade extraordinária transparece em seu sorriso.
A segunda fotografia mostra que a velhice já começou. Dom Bosco está como que murchando, esforçando-se para não notarem que está doente, a fim de não desanimar ninguém. Mas vê-se que sua saúde foi abalada, e que a morte não vai tardar. Lança seus últimos olhares para o mundo, que ele deixará repleto com as obras de sua caridade.
Na terceira foto, já entregou sua alma a Deus. Revestido com os paramentos sacerdotais, o corpo do grande santo espera a ressurreição dos mortos. Os paramentos não são pretos, como os habituais para dias de luto, mas festivos, pois para o católico a morte é o nascimento para o Céu. A fisionomia é a mesma do seu tempo de moço: forte, com um imponderável sorriso nos lábios; homem realizador; mesmo com os olhos fechados, parece ver longe.
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* Dom Bosco, sacerdote italiano, é considerado “apóstolo da juventude”. Grande escritor e pregador, fundou a Pia Sociedade São Francisco de Sales e o Instituto Filhas de Maria Auxiliadora. Nasceu na aldeia de Becchi (Piemonte), no dia 16 de agosto de 1815. Faleceu em Turim em 31 de janeiro de 1888, data em que a Igreja celebra sua festividade.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 30 de janeiro de 1988. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.