A Doutrina Social Católica está baseada em princípios que impedem ao mesmo tempo o exagero e a falsidade de tratar matérias universais como se fossem assuntos isolados.
A propósito de falsas soluções apresentadas pelo nazismo e pelo comunismo escreveu o Prof. Plinio em 1939:
A Propriedade Privada é uma instituição moral
“Assim, por exemplo, em relação à propriedade, a Igreja afirma o direito de propriedade. Não diz como os comunistas: “a propriedade dos meios de produção é imoral”, mas assenta que a propriedade é uma instituição moral, quer se trate de produtos de consumo ou de bens produtivos.
“Mas afirma também a Igreja que todo ser humano tem direito a viver de acordo com normas humanas; que todo ser humano tem direito ao que a Igreja chama “pão humano”. Mais ainda: a dignidade humana deve manter-se incólume. A pressão econômica, quando se torna tão opressiva que chega a produzir o que o Papa reinante descreveu como uma situação “vizinha da escravidão”, é imoral.
“Ainda há mais: a Fé pressupõe uma organização social estável; portanto não concede uma competência irrestrita, desenfreada. A doutrina da Igreja sobre a propriedade apoia-se em toda uma trama de proposições relacionadas entre si e que, aplicadas integralmente, seriam capazes de produzir uma sociedade estável e feliz.
O Estado existe para a Família
“Tomemos outro ponto análogo. Existe o indivíduo para o Estado ou o Estado para o indivíduo? Em torno desta questão gira todo o conflito entre o despotismo e a liberdade. Também sobre isto a Igreja tem uma resposta perfeitamente clara, mas múltipla.
“O Estado existe para a família, e o Estado existe para melhorar tanto a vida física como a espiritual do indivíduo, e esta última sobre tudo.
“Mas o Estado tem o direito de exigir de seus cidadãos defesa contra a agressão e obediência às leis que sejam razoáveis. A autoridade cívica dimana de Deus, mas o abuso dessa autoridade não vem de Deus. Quando essa autoridade se põe em conflito com a Lei de Deus, perde toda sua validez.
“Nunca a Igreja, em toda a sua longa história, produziu nem inspirou uma sociedade sujeita à tirania como princípio, nem tão pouco produziu uma sociedade em que se negasse a autoridade dos magistrados civis.
“Na raiz de toda sua política e de toda sua educação social encontra-se sua clara doutrina sobre a família, mas da família criada para a salvação do indivíduo.
Falsos remédios: abolir a propriedade ou a família
“O trágico perigo de nosso tempo está nos falsos remédios, desprovidos de autoridade efetiva, remédios baseados em um princípio insuficiente, remédios derivados de extremismos (no caso nazismo e comunismo), que se propõem a curar o padecimento mortal que nos aflige.
(…) “quem está em conflito com a Fé exclama: “Acabemos com a propriedade privada dos meios de produção e desaparecerá a injustiça!” E assim será certamente, mas a troco de sofrer coisa pior que substituirá a propriedade privada. Porque a única alternativa possível da propriedade como instituição social é a escravidão.
“A vida dos casados tem sempre algumas atribulações e às vezes é submetida a provas verdadeiramente trágicas, quase intoleráveis.
“Quem está em conflito com a Fé exclama: “Acabemos com o matrimonio por meio de um sistema de divórcios fáceis e desaparecerão os males provenientes do matrimônio”. E assim será certamente, mas outros males, muito piores, absolutamente desumanos, aparecerão em lugar do matrimônio abolido, porque estará destruída a célula ou unidade da vida social e isto quer dizer que muito em breve a própria sociedade estará aniquilada“. https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG_391015_verdadeiro_conflito.htm
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- De 1939 para cá quantas leis socialistas contrárias à propriedade e à família. A Constituição de 87 introduziu leis contrárias à boa ordem social católica. E, mais proximamente, os anos da ditadura petista favoreceram as invasões de terra, invasões urbanas, aborto e ideologia de gênero.