O dever do jornalismo católico é abordar e analisar os fatos com objetividade. Ver, julgar, agir sempre foi o método adotado pelo Prof. Plinio.
Acrescentando que no processo (ver, julgar, agir) o ver bem (saber coletar os dados objetivamente) já é 80% da solução.
Isso se faz necessário sobretudo porque nossa Mídia tirou os holofotes do início e centro do problema (a China); e tenta fazer uma “cortina de fumaça” noticiando amplamente o que se passa nos países mais afetados extra muros China. E criar um sobressalto no Brasil.
Mas, a China continua em situação delicada e sua economia balança. Vamos aos fatos.
A retomada da força de trabalho na China está muito aquém da propaganda
Informa o New York Times:
“Mais de 50 milhões de trabalhadores migrantes ainda não retornaram aos seus empregos, segundo dados oficiais. Alguns permanecem em quarentena. Outros estão encalhados em áreas rurais onde o serviço de ônibus não foi retomado. Muitos ainda não são necessários pelos empregadores porque os consumidores e as empresas mal estão gastando”.
“Já surgiram sinais de fraude, tornando mais difícil para as autoridades em Pequim descobrirem o que está acontecendo em todo o país. Um golpe envolve empresas que ligam ar condicionado e executam máquinas sem saída, disse Cao Heping, economista da Universidade de Pequim. O objetivo é queimar eletricidade suficiente para se qualificar para subsídios de reinicialização”.
Há uma retração real na produção, no comércio, na confiança
Continua o NYT:
“As empresas têm tido intensas pressões dos proprietários para reabrir, às vezes com o perdão do aluguel como isca. Os aluguéis são muitas vezes muito mais altos por dia do que os salários, tornando mais barato para as empresas abrir lojas sem clientes do que deixá-los fechados e pagar aluguel.
“A maioria das concessionárias reabriu no final de fevereiro, mas permanecem em grande parte vazias. As vendas de carros na China caíram 80% em fevereiro em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
“No passado, mais de mil pessoas entrariam em uma concessionária em um mês, e agora apenas dez grupos de pessoas poderiam entrar em uma loja em um mês”, disse Cui Dongshu, secretário-geral da Associação de Carros de Passageiros da China. As concessionárias estão presas com cinco meses de carros não vendidos, acrescentou”.
Lição dos fatos: a Globalização mostrou seu calcanhar de Aquiles
“Parar a máquina industrial chinesa foi doloroso para a China e para o mundo — e reiná-la pode ser ainda mais difícil. As fábricas estão bem aquém da capacidade total. Mesmo as cidades reiniciadas com sucesso estão apenas na metade do caminho. Dezenas de milhões de trabalhadores não conseguem trabalhar. Mesmo quando os trabalhadores voltam, as empresas chinesas podem encontrar queda na demanda no exterior por suas exportações devido ao agravamento das epidemias de coronavírus em outros países”.
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A Globalização tomou impulso (desordenado) a partir do final do século XX. A China foi construída (China made in USA) pelo Ocidente e pelo Japão a partir das viagens de Nixon, 1972. A dependência do Ocidente das manufaturas na China (alguns estimam em 30 a 40%) — com o surto do Coronavírus — acendeu um Alerta.
Voltará o Ocidente a reconsiderar seu erro estratégico quando colocou a China em lugar privilegiado? É a hora do bom senso, da diversificação. É a hora da Organicidade.
O Brasil, dotado pela Providência com território extenso, riquezas minerais, produção agrícola em expansão — e mais ainda, um povo dotado de excelentes qualidades naturais — tem todos os elementos para se constituir numa grande potência.
E dar lições ao mundo sobre os Valores Morais e como edificar a Civilização Católica.
Porém, isso é assunto mais amplo que não cabe no final de um simples artigo.
Concluímos com um ato de confiança no Cristo Redentor e em Nossa Senhora Aparecida guiando, estimulando, retificando o retorno desse imenso Brasil nas vias dos Valores Morais.
Fonte: https://www.nytimes.com/2020/03/12/business/china-coronavirus-economy.html