“Novo normal” ou revolução cambojana

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Após espalhar o pânico com previsões catastróficas baseadas em cálculos matemáticos a partir de falsas premissas, a imprensa propala agora o advento de um “novo normal” para o mundo. As crises de ordem social e econômica provocadas pelos confinamentos criaram um campo fértil para manobras psicológicas revolucionárias. Aparecem, assim, gurus prevendo o fim da civilização e a formação de uma sociedade tribal, sem classes sociais, onde as propriedades e os espaços seriam coletivos.

A expressão “novo normal” vem carregada de energia talismânica. Ela foi criada para causar impacto e uma mudança de mentalidade, tal como descreveu o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em sua obra profética Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo, publicada em 1965.

Segundo Clausewitz  teórico alemão de guerra -, a melhor maneira de vencer uma guerra é tirar do adversário a vontade de lutar. Com o pânico provocado a pretexto de um vírus, as pessoas se submetem apaticamente às imposições absurdas de governos tirânicos, mesmo com consequências danosas para a saúde e a economia. Após a pandemia, os hospitais estarão cheios de pacientes que deixaram de se tratar de problemas crônicos graves, como cardiopatia e câncer, por exemplo, por medo de morrer com Covid-19.

Como será o “novo normal”?

Um artigo publicado no Washington Post e transcrito pelo O Estado de São Paulo no dia 21 p.p. descreve como seria esse “novo normal”: “As capitais financeiras dos países mais ricos e as megalópoles fervilhantes do mundo em desenvolvimento ganharam uma chance de se transformar, segundo urbanistas, economistas e historiadores. […] Inúmeras empresas darão fim às instalações físicas com a desaceleração da demanda por imóveis comerciais, os arranha-céus que marcam o horizonte de Manhattan e Mumbai serão mais elefantes brancos do que símbolos de poderio financeiro. As cidades também se tornarão bases para uma onda de ensaios […] novas tecnologias de vigilância e do rastreamento de contatos que poderão dominar a vida urbana mesmo após a pandemia”.[1]

Estamos, portanto, diante de um novo paradigma de sociedade, conforme descrito por José Antônio Ureta na revista Catolicismo: “Qual seria o novo paradigma de uma sociedade revolucionária caso a Revolução decidisse abrir mão das mudanças estruturais socioeconômicas para se ater ao campo estritamente cultural? A resposta é a sociedade tribal, com a qual haviam sonhado as correntes radicais da antropologia moderna, como por exemplo o estruturalismo. Os defensores dessas novas teorias alegam que a vida tribal é a síntese da liberdade individual, do coletivismo consensual e da igualdade. E admitem que os indivíduos se dissolveriam na personalidade coletiva da tribo, deixando de lado os velhos padrões de reflexão individual, vontade e sensibilidade.

“Como este processo de autoidentificação com a tribo só é praticável dentro da estrutura de pequenos grupos de pessoas, essa Quarta Revolução exige o desmembramento da sociedade em pequenas comunidades rurais. Seria o fim das grandes cidades, dos complexos industriais e, de modo geral, das gigantescas infraestruturas de hoje. Tudo semelhante à já mencionada revolução cultural de Mao Tsé-tung na China e à expulsão dos habitantes das cidades para os campos pelo movimento comunista guerrilheiro Khmer Rouge no Camboja.”[2]

No dia 17 de abril de 1975, após cinco anos de guerras e guerrilhas, o Khmer Vermelho assumiu o governo do Camboja e começou a “construir” um novo país. Nesse mesmo dia, a população de Phnom Penh foi evacuada. O exército comunista obrigou mais de dois milhões de pessoas a abandonar suas casas em direção ao interior do país para viverem (ou morrerem) em fazendas coletivas. A violência tomou conta das ruas. O exército obrigava as pessoas a deixarem famílias e pertences para trás. Foi o maior êxodo, seguido do maior genocídio da História, no qual morreram em torno de 1,5 milhões de pessoas.

Teriam os gurus do “novo normal” se inspirado na revolução comunista do Camboja de l975?


Referências

[1] https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,crise-oferece-chance-de-mudanca-no-perfil-das-grandes-metropoles-globais,70003309583

[2]http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=E06B6355-3048-313C-2E930CAB4997566D&mes=Abril2010

1 COMENTÁRIO

  1. […] Um artigo publicado no Washington Post e transcrito pelo O Estado de São Paulo no dia 21, descreve como seria esse “novo normal”: “As capitais financeiras dos países mais ricos e as megalópoles fervilhantes do mundo em desenvolvimento ganharam uma chance de se transformar, segundo urbanistas, economistas e historiadores. […] Inúmeras empresas darão fim às instalações físicas com a desaceleração da demanda por imóveis comerciais, os arranha-céus que marcam o horizonte de Manhattan e Mumbai serão mais elefantes brancos do que símbolos de poderio financeiro. As cidades também se tornarão bases para uma onda de ensaios […] novas tecnologias de vigilância e do rastreamento de contatos que poderão dominar a vida urbana mesmo após a pandemia”.[1] […]

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