The Guardian publica uma notícia sobre uma Petição altamente revolucionária, igualitária para adulterar e comenda da Ordem de São Miguel. Pretexto: São Miguel é representado por um branco e o demônio – segundo esses revoltosos – se parece com um negro. Seria então, dizem eles, explicitamente, um branco matando um negro. (*)
Como se sabe, a Ordem de São Miguel e São Jorge é tradicionalmente concedida (pessoalmente pela Rainha) aos embaixadores e diplomatas e altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores que serviram no exterior. Possui três ordens, a mais alta delas é a Knight Grand Cross (GCMG), seguida pela Knight Commander (KCMG) e Companion (CMG).”
É possível entender esse radicalismo de “luta de raças”?
É difícil para uma mente sadia, sobretudo para um católico comum, para um brasileiro que é naturalmente inclinado à bondade, entender o radicalismo dessa Petição que pretende adulterar uma tão grande condecoração.
O igualitarismo, a “luta de raças”, é fundamentalmente um pecado de revolta contra a Criação. Ter várias raças é uma perfeição na Criação. Ou queriam os igualitários que todos fossem negros, ou todos brancos, ou amarelos?
A beleza da unidade na variedade, uma perfeição na Criação
Vejamos, antes de tudo, que a diversificação na Criação é um bem em si mesmo. Ou seja que a unidade de raças e a variedade na cor da pele (brancos, negros, amarelos) é obra de Deus mais perfeita que se todos os homens tivessem um só cor da pele.
O mesmo podemos dizer das pedras preciosas: uma só cor para todas as pedras … seria a decepção. A variedade nas cores e formas e a unidade do ser que é a pedra.
A variedade dos pássaros é um exemplo exuberante no nosso Brasil.
A tulipa preta é a rainha da noite. Os dotes com que Deus galardoou a raça negra deveriam ser o maior orgulho destes movimentos. Entretanto, alguns tomam uma nota de luta de raças. Exemplo, a notícia citada por The Guardian.
Comenta o Prof. Plinio: “Alguns pequenos fatos ocorridos em minha vida, mas com significado simbólico, ilustram o encanto que se pode discernir na cor preta e na raça negra.
Certa vez, passeando de automóvel, em Paris – creio que ia a caminho do aeroporto –, atravessando alguns bairros periféricos, encontrei numa loja, exposto numa vitrine, um vaso com tulipas. O bonito e o pitoresco do vaso – com aquela nota picante que só os franceses sabem dar – continha uma tulipa preta. Em torno dela, tulipas de um vermelho cor de sangue, amarelo dado a dourado e brancas, formavam uma policromia em que a cor preta era a nota firme, que dava encanto a todo o resto. Isso fez-me lembrar da raça negra… (1)
Igualdade na natureza, variedade nos acidentes
Comenta o Prof. Plinio, baseado em São Tomás: “Os homens são todos iguais por natureza, e diversos apenas em seus acidentes (por exemplo, a cor da pele). Os direitos que lhes vêm do simples fato de serem homens são iguais para todos: direito à vida, à honra, a condições de existência suficientes, ao trabalho, pois, e à propriedade, à constituição de família, e sobretudo ao conhecimento e prática da verdadeira Religião.
“E as desigualdades que atentem contra estes direitos são contrárias à ordem da Providência. Porém, dentro destes limites, as desigualdades provenientes de acidentes como a virtude, o talento, a beleza, a força, a família, a tradição, etc., são justas e conformes à ordem do universo.”
E conclui o Prof. Plinio: “Os limites da desigualdade: claro está que de toda esta explanação doutrinária não se pode concluir que a desigualdade é sempre e necessariamente um bem.”
As cataratas nos olhos têm cura. E as espirituais também!
A medicina tornou a operação de cataratas uma conquista, um marco vencido.
Há também a catarata ideológica, a catarata espiritual. Essa é proveniente de um defeito moral. Considerar que a desigualdade na Criação seja um erro, uma imperfeição é revoltar-se contra o Autor que é Deus.
São Tomás não deixa dúvidas sobre isso e o Prof. Plinio assim o explana: “Os homens são todos iguais por natureza, e diversos apenas em seus acidentes. Os direitos que lhes vêm do simples fato de serem homens são iguais para todos: direito à vida, à honra, a condições de existência suficientes, ao trabalho, pois, e à propriedade, à constituição de família, e sobretudo ao conhecimento e prática da verdadeira Religião. E as desigualdades que atentem contra estes direitos são contrárias à ordem da Providência. Porém, dentro destes limites, as desigualdades provenientes de acidentes como a virtude, o talento, a beleza, a força, a família, a tradição, etc., são justas e conformes à ordem do universo.” (2)
***
Todos os homens, sejam eles negros, amarelos ou brancos têm um fim eterno. O principal direito humano é o de conhecer e praticar a verdadeira Fé.
Até o direito à vida, foi sacrificado pelos mártires para servirem ao Deus Verdadeiro.
Trabalhemos pela glória da raça negra fora dos radicalismos de uma falsa igualdade. O charme dos negros é único, é uma glória própria que não cabe nem aos brancos, nem aos amarelos.
***
“Isto posto, o que concluir sobre a raça negra? Ela manifesta, em certas circunstâncias e ocasiões, uma capacidade de expressão, que não é tanto a da palavra, mas sim do porte, do movimento, do gesto, do riso e da compenetração, que lhe dá um poder que é de causar inveja – não querendo ofender ninguém – a muitos povos brancos. Eu seria tentado a dizer que a todos. Excetuo, entretanto, todo mundo que queira se excetuar… ” (2)
***
Santos e vultos da raça negra podem ser o objeto de outro artigo.
(1) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_SD_910531_encantos_raca_negra.htm
(2) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros/RCR-2005.pdf
(*) Fonte: https://www.theguardian.com/uk-news/2020/jun/22/calls-for-redesign-of-royal-honour-over-offensive-image?
[…] Mostramos, no último artigo, que a diversidade das raças (branca, negra, amarela) na unidade do gênero humano constitui uma beleza única. Que a diversidade das cores nas pedras preciosas constitui o esplendor no reino mineral. https://ipco.org.br/o-charme-da-raca-negra-a-luta-de-racas-uma-revolta-contra-a-desigualdade-na-cria… […]