Desse discípulo de São João Evangelista diz o Martirológio Romano: “Em Esmirna, o natalício de São Policarpo, discípulo do bem-aventurado apóstolo João, que o sagrou bispo da cidade. Era o mentor espiritual de toda a Ásia. Mais tarde, na época de Marco Antonino e Lúcio Aurélio Cômodo, sob a presidência do proconsul, foi entregue às chamas, enquanto todo o povo no recinto vociferava contra ele. Como porém o fogo não lhe fizesse mal algum, foi traspassado com uma espada, e alcançou a coroa do martírio”.

Quem nos dá muitos dados autênticos desse santo, é Santo Irineu em seu Tratado das Heresias, no qual diz: “Policarpo não só foi ensinado pelos Apóstolos e conversou com muitos que tinham conhecido em vida a Jesus Cristo, mas deveu aos mesmos Apóstolos a sua eleição para bispo de Esmirna, na Ásia.

“Eu mesmo o vi nos meus tenros anos; porque viveu muito tempo, e estava extremamente velho quando saiu desta vida por meio dum gloriosíssimo e ilustre martírio. Ensinou sempre aquela mesma doutrina que havia aprendido dos Apóstolos, a que ensina a Igreja, e que é a única verdadeira doutrina.

“Todas as Igrejas da Ásia, e todos os que até agora têm sido sucessores de Policarpo, dão testemunho de que foi inviolável pregador da verdade, mais digno de fé que Valentim, Marcião e todos os outros transviados que se deixaram levar pela mentira e pelo erro.

“No tempo de Aniceto veio a Roma, converteu à fé e reconciliou com a Igreja a muitos sequazes dos hereges, publicando que a doutrina que ele havia recebido dos Apóstolos era unicamente a que a Igreja ensinava”.

Comumente se aplica a São Policarpo os elogios que São João Evangelista faz no Apocalipse ao Anjo ou Bispo de Esmirna: “Conheço a tua tribulação e a tua pobreza: mas tu és rico (em graça), e és caluniado por aqueles que se dizem judeus e não são, mas são da sinagoga de Satanás. Não temas nada do que hás de padecer. Eis que o demônio mandará prender alguns de vós, para serdes provados. Sê fiel até à morte, e eu te darei a coroa da vida” (Ap 2, 9-10).

As Atas da prisão e morte de São Policarpo falam-nos da grande calma com que se houve na dura prova, e da veneração que os fiéis de Esmirna tinham pelo santo pastor. O glorioso bispo foi martirizado pelo ano de 156.

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