Quem como a Virgem Maria?

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“Matança dos Inocentes” (ordenada por Herodes), quadro de Duccio Di Buoninsegna (1308), Museu dell’Opera del Duomo (Siena, Itália).

O ano de 2021 se inicia sombrio e imprevisível, deixando as pessoas cheias de perplexidade. O que esperar dos dias vindouros? Se o passado recente não é penhor para o presente e o futuro próximo, como nos guiar e ajudar o próximo durante a confusão e as trevas? Que luz poderá ser orientadora para nos fazer chegar a um porto seguro?

A única luz verdadeira brilhou num presépio em Belém para dar certezas e convicções profundas neste desterro e num vale de lágrimas. Essa luz se consubstanciou na Santa Igreja Católica Apostólica Romana, contra a qual Deus prometeu que as portas do inferno não prevaleceriam. Como instituição divina, ela é a nossa bússola a apontar sempre o Norte, ainda que em meio à escuridão não possamos ver nada ao nosso redor.

O mundo pagão se contorcia numa agonia sem precedentes quando a luz de Belém surgiu num cenário único e dividiu a História em antes e depois de Cristo. As trevas foram então pouco a pouco se dissipando para dar lugar à Cristandade, na qual reinava o Rei de Judá, o Rei Imortal, sempre a guiar os homens proporcionando-lhes todos os meios possíveis para alcançar o porto seguro.

Contudo, o “não servirei” de Lúcifer repetiu-se na Terra para impedir os homens de seguirem o caminho da verdade e terem a verdadeira vida, fazendo desta Terra de exílio uma antecâmara do Céu. E à semelhança da revolta celeste, grande parte dos homens virou as costas para Jesus Cristo e a Igreja, seu corpo místico, para cavar a própria tumba.

Como maus mercadores, os homens caminham hoje perdidos e desamparados nas trevas cada vez mais densas, entregues à sua própria sorte. E Deus se ri deles. Vejamos. Acabamos de assistir estarrecidos à aprovação do aborto na vizinha e católica Argentina. Mais ao longe, no Extremo Oriente, a Coréia do Sul repetiu a medida, enquanto as autoridades mundiais fingem querer salvar vidas durante a pandemia que grassa.

Parece que a História se repete, pois enquanto reis iam adorar o Menino Jesus em Belém, o sanguinário Herodes procurava um meio de matá-Lo, e para tal promoveu a matança dos inocentes [quadro acima]. Aqui e agora, o estado laico introduz o assassinato de crianças no ventre materno. Será que o justo Deus, Senhor dos Exércitos, assistirá a tudo isso sem fazer justiça? Oportunamente tratarei deste particular.

Acalentados pelas promessas de Nosso Senhor, sobretudo assistidos por graças muito particulares, fiéis do mundo inteiro que seguem os ditames perenes da única e verdadeira Igreja de Deus vêm manifestando uma fé cheia de esperança quanto ao futuro da Santa Igreja.

Ademais, iluminados pela luz do Espírito Santo, conseguem discernir bem o joio do trigo, o que lhes permite fazer apostolado em âmbito mundial por meio da comunhão dos santos, e também pela facilidade e rapidez das comunicações em nossos dias. As mensagens de Nossa Senhora crescem aos nossos olhos. Em Fátima, por exemplo, nos foi assegurado o triunfo do Imaculado Coração de Maria.

Num ímpeto de entusiasmo, São Luís Maria Grignion de Montfort perpassa o tempo e o espaço quando prevê os acontecimentos em nossos dias:

“Vossa divina fé é transgredida; vosso evangelho é desprezado; abandonada vossa religião; torrente de iniquidade inunda toda a Terra, e arrasta até os vossos servos; a Terra toda está desolada. A desolação das desolações cobriu a Terra inteira; a impiedade está sobre um trono; vosso santuário é profanado e a abominação entrou no lugar santo.”

“Tornar-se-á tudo, afinal, como Sodoma e Gomorra? Calar-vos-eis sempre? E nós, grande Deus! Embora haja tanta glória e tanto lucro, tanta doçura e tanta vantagem em Vos servir, quem tomará vosso partido? Quase nenhum soldado se alistará em vossas fileiras? Quase nenhum São Miguel clamará, no meio de seus irmãos, cheio de zelo pela vossa glória: Quis ut Deus?”

Sejamos ardorosos em lutar pela glória de Deus, elevando os nossos corações e os nossos olhos a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, e roguemos a Ela, que é plena de prerrogativas, uma das quais é a onipotência suplicante, ou seja, tudo o que Ela pede a Deus é obtido, que nos conceda a graça de sermos guardiões zelosos da Santa Igreja de Deus e de sua santa doutrina, hoje tão conspurcadas.

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