O vício do celular, sede de novidades, a Sabedoria e a vocação do Brasil

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Por que você usa tanto seu celular? Como a dependência do homem moderno às mídias sociais e aos jogos em celulares é semelhante ao vício em drogas, aos jogos de azar, pondera com acerto o Prof. Adam Alter, especialista em marketing.

Ao tratarmos dessa matéria pretendemos dar a nossos leitores um conselho, oferecer uma alternativa, indicar uma solução. Nós, brasileiros, somos mais vulneráveis ao perpétuo movimento, às mudanças de cena, às novidades. Gostamos dessas mudanças sem nos determos para uma reflexão.

Podemos nos disciplinar, pensar em alternativas, em leituras, em conversas, em reflexão? E nos perguntarmos se há um vício especial entre nós, brasileiros, que nos leva à dependência da tela do smartphone? Haverá também alguma virtude que nos eleve, nos fortaleça e sirva de defesa contra os vícios nacionais? Pretendemos dar os primeiros passos nesse artigo.

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Diz a notícia: “As empresas de tecnologia modernas estão se aproveitando de nossa capacidade de “vício comportamental”, diz o professor de marketing Adam Alter.”

“As consequências a longo prazo do vício em tecnologia podem ser sociais, financeiras e até físicas, diz ele, sugerindo que as pessoas agendem um tempo livre da tela.”

Consultar a “tela” tornou-se um vício

Observa o professor Adam: “Andar, reclinar-se, jantar, brincar, ir para o trabalho, fazer compras — pessoas em todo o mundo lêem seus smartphones independentemente de onde estão ou do que estão fazendo, incapazes de desviar os olhos das telas, independentemente de estarem em uma rua movimentada ou malhando na academia.”

“Adam Alter, autor e professor de marketing da Stern School of Business da New York University, acredita que a tecnologia moderna nunca foi tão “eficiente e viciante”. Em seu livro de 2017, Irresistible: The Rise of Addictive Technology and the Business of Keeping Us Hooked ele descreve os problemas do vício comportamental desenfreado e as formas calculadas de jogos, aplicativos e outros produtos de tecnologia que chamam e prendem nossa atenção.” (*)

Um vício mental do brasileiro que se alimenta na psicose do smatphone

Na impossibilidade de nos extendermos sobre esse assunto, nos limites de um artigo, é preciso recordar que os povos têm suas qualidades e seus defeitos capitais. Para nós, brasileiros, a perpétua procura de novidades, o gosto excessivo de mudanças (o que é simples num toque no smartphone) é semelhante ao vôo de uma borboleta que toca essa ou aquela flor a seu bel prazer.

Esse vaguear que se consegue simplesmente com um toque na tela do celular é uma tentação fortíssima, quase irresistível para nós, brasileiros. Como remediar isso e realizar a nossa providencial missão?

Entre a vocação do brasileiro — profundidade e universalidade, que tantas vezes são contraditórias — e seu defeito capital tão bem servido pela mutabilidade do smartphone, como escolher?

Profundidade e universalidade, comentou o Prof. Plinio são chamados, são desafios, são metas de perfeição do brasileiro. Essa feliz junção foi realizada por Madre Francisca de Jesus, conhecida por Chiquinha do Rio Negro, filha do Barão de Rio Negro.

Madre Francisca de Jesus, filha do barão do Rio Negro, modelo de brasileira: reflexão, universalidade, bondade, determinação para o bem

O Prof. Plinio inaugurou na TFP uma escola de pensamento, de ação, de contemplação que servem de antídoto — de anticorpo, se diria numa época de pandemia — ao defeito mental do brasileiro. A procura do metafísico, do transcendente, a 4a. via de São Tomás por onde se contempla na Criação as perfeições do Criador, são excelentes exercicios para nos curar.

Esperamos, em outra ocasião, retomar o tema da quarta via, da transcendência como meio de nos elevar e nos curarmos do vício da tela do smartphone.

A Sabedoria nos convida a ordenar os conhecimentos

A pesquisa do Google, do Bing e outros nos fornecem milhares de informações. De que nos adiantam as informações sem uma ordenação sapiencial das mesmas? Nos transformaremos num banco de dados.

Ensina o Prof. Plinio: “A ciência é um elemento distinto da sabedoria, não se confunde com a sabedoria. A ciência é uma informação prodigiosa de todas as coisas, uma notícia enorme de todas as coisas, por meio da qual a pessoa é capaz depois de dar uma ordenação sapiencial a esse conhecimentos. Vamos dizer que a ciência é uma matéria prima da sabedoria. É o conhecimento dos fatos, que a sabedoria depois ordena para fazer o seu trabalho.”

Notemos que o Prof. Plinio nos convida a ordenação dos conhecimentos adquiridos. Não somos enciclopédias. Não somos banco de dados.

A virtude da sabedoria

Diz ele: “O que vem a ser a sapiencialidade do Coração de Maria? Evidentemente o Coração Sapiencial é o Coração cheio de sabedoria. Sapientia em latim se traduz para o português em sabedoria. Mas o que vem a ser propriamente a sabedoria, e por que o Imaculado Coração de Maria é um Coração Sapiencial? O que quer dizer isto com o Coração Sapiencial?

A virtude da sabedoria é aquela virtude que nos faz ver as coisas pelos seus aspectos mais elevados, e que por causa disso também nos faz ver as coisas numa maravilhosa unidade, a partir de uma maravilhosa unidade. Porque se o mundo é organizado em forma de pirâmide, quanto mais nós vamos analisando pelos seus aspectos elevados o universo, tanto mais as nossas considerações vão se ajuntando umas às outras, umas às outras, até atingir o ponto extremo que é a existência de Deus, Ser absoluto, infinito, perfeito, eterno, que jamais poderá sofrer nenhuma alteração, nenhum fim, que se basta perfeitamente a Si mesmo, e que é o Criador, o Modelo e o fim de todas as coisas.”

“A consideração de todas as coisas enquanto representando a Deus, enquanto feitas para servirem a Deus, esta concepção das coisas onde elas são vistas pelo seu mais alto aspecto, quer dizer, pelo seu aspecto deiforme – porque o mais alto aspecto de qualquer coisa é o por onde essa coisa mais se parece com Deus Nosso Senhor -, esta consideração faz com que a mente tenha uma unidade admirável, tenha uma coerência extraordinária, nada de contradição, nada de dilaceração, nada de hesitação, mas certeza, fé, convicção, coerência, firmeza desde os mais altos princípios até as menores coisas.” (1)

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Voltamos ao início do artigo: como escapar e vencer os problemas do vício comportamental criado pelas telas do smartphone? A solução envolve uma volta da Humanidade à virtude da Sabedoria — essa abandonada, discriminada, rejeitada virtude.

“A virtude da sabedoria é aquela virtude que nos faz ver as coisas pelos seus aspectos mais elevados, e que por causa disso também nos faz ver as coisas numa maravilhosa unidade, a partir de uma maravilhosa unidade.”

Voltemos à Sabedoria e toda a face da Terra será renovada. E o nosso Brasil, também.

Nossa Senhora, Sede da Sabedoria, rogai por nós, pecadores, agora quando o Brasil tanto necessita realizar a sua providencial missão. Dai-nos uma geração de jovens puros, refletidos, tementes a Deus e servos da sabedoria.

(*) https://www.scmp.com/lifestyle/gadgets/article/3118141/why-do-you-use-your-phone-so-much-how-social-media-and-games-are

1 COMENTÁRIO

  1. Esta noite sonhei que conversava com alguém descrevendo um paralelo entre o vício em uma droga e o vício em telas (celular, computador, TV) em crianças. Ambas degeneram a estrutura fisiológica tornando-as lentas para raciocinar; degeneram a estrutura intelectiva deixando-as sem imaginação; degeneram a estrutura da alma, tornando sua vontade obediente aos apetites carnais ao invés da inteligência, abrindo as portas para os demais vícios da alma.

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