A Santa Igreja, nascida do lado chagado do Salvador, é mãe de misericórida, consoladora dos aflitos, saúde dos enfermos. Ela gerou congregações religiosas especialmente destinadas a socorrer os necessitados, os moribundos, os doentes. Em todas as epidemias foi a Santa Igreja o maior baluarte a confortar os infelizes, ministrar-lhes os Sacramentos, dar-lhes as esperanças da salvação eterna. A Igreja esteve sempre na linha de frente.
A Fraternidade que não houve em 2020-21: socorro espiritual durante a pandemia
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Recebi de um amigo esse trecho ilustrativo do procedimento de um santo face à uma epidemia. Exemplo que nos vem de Dom Bosco mas, ao mesmo tempo, é o procedimento próprio de almas que têm Fé, nos vinte séculos de existência da Santa Igreja.
O padre Lemoyne conta como sugeriu a Dom Bosco a fim de preservar seus “filhos espirituais” por ocasião da epidemia de cólera em Turim (1854).
Primeiro, buscar o quanto antes o estado de graça através de uma boa confissão. Usar uma medalha de Nossa Senhora e redobrar as orações diárias.
Foi o que fizemos os mais de cem adolescentes que viviam com Dom Bosco na casa da futura Congregação Salesiana de Turim.
A epidemia dizimou setenta por centro das pessoas contaminadas. Quase todas as famílias vizinhas do Oratório perderam alguns dos seus.
Quatro meses depois, terminada a doença, nenhum dos rapazes tinha sido contaminado. Mais ainda, alguns deles, devidamente aconselhados pelos superiores se ofereceram para ajudar no socorro das vítimas. https://ipco.org.br/dom-bosco-e-a-epidemia-em-turim-aprendamos-a-licao-face-ao-coronavirus/
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Entretanto, a História em 2020 (e 2021 segue o mesmo curso) registrou uma omissão de grande parte do Clero na assistência religiosa, no reconforto espiritual, na administração dos Sacramentos durante essa Pandemia. Uma omissão na assistência e uma omissão em pedir ao Deus Todopoderoso que faça cessar esse flagelo.
É muito raro encontrar um membro do Clero que reze publicamente para o fim da pandemia. É como se houvesse um decreto masoquista de cultuar a nossa limitação de liberdade, de trabalho, de sociabilidade: seja infeliz … não se sabe até quando.
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Pensava em tudo isso quando surgiu, na contramão da realidade histórica por que passa o Brasil (e o mundo sob a pandemia), a Campanha da Fraternidade de 2021. O que pede ela? Fim da pandemia? O que nos promete essa Fraternidade que não se apieda dos vitimados pelo coronavírus?
Uma verdadeira Fraternidade nos levaria a um especial esforço em socorrer espiritualmente os que sofrem sob o látego do vírus. Uma palavra de conforto às famílias, as incessantes súplicas a Deus.
Durante o fechamento de igrejas alguns sacerdotes heroicos iam a estacionamentos para atender confissões. E, tantas vezes, foram censurados por seus superiores.
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O Coronavírus não é a primeira epidemia a atingir o mundo. No entanto, à medida que as igrejas são fechadas e os sacramentos ficam de difícil acesso, surge a pergunta: como a Igreja e os santos lidaram com pragas, epidemias, pestes no passado?
São Carlos Borromeu — na luta contra a Peste Negra — soube unir a prudência humana (evitar aglomerações) a uma Fé verdadeiramente heroica na proteção divina e amor pelas almas. Multiplicou o número de Missas, ordenou procissões públicas, deu assistência espiritual aos fieis.
Transcrevemos, a seguir, — o artigo oportuno, elucidativo e cheio de Fé — publicado em https://www.returntoorder.org/2020/05/how-saint-charles-borromeo-fought-the-deadly-virus-in-milan/?pkg=rtoe0950
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Leitor, não lhe parece uma contradição, uma irrisão, quase uma afronta à população — em plena pandemia — uma Campanha da Fraternidade que abandona seus próprios filhos e vá pregrar uma fraternidade à busca de um ecumenismo utópico?
Essa “fraternidade” da CF21 não nasce do Mandamento: Amar a Deus sobre todos as coisas e ao próximo, como a si mesmo, por amor de Deus.
A CF21 poderá passar como a maior contradição, na História duas vezes milenar da Santa Igreja, em matéria de Fraternidade.
Participe de nosso abaixo assinado https://ipco.org.br/assine-eu-nao-contribuo-com-a-campanha-da-fraternidade-ecumenica-da-cnbb-cf-2021/