Estudo recente de uma organização de jovens britânicos afirma que “são muito influentes na conversão de um jovem ao cristianismo o próprio prédio físico da igreja”. Analisando esse estudo, o Telegraph cita que “cerca de 13% dos adolescentes disseram que decidiram se tornar cristãos depois de visitarem uma igreja ou catedral”.
Para o jornal londrino, a “influência do edifício da igreja na conversão de adolescentes é mais significativa do que a participação deles em um grupo de jovens, em um casamento, ou o fato de eles conversarem com outros cristãos sobre a fé”. O estudo sugere que métodos utilizados pela Igreja, como grupos de jovens, são menos eficazes para atrair adolescentes do que a oração ou a visita a uma igreja.
O que atrai esses jovens ingleses nas igrejas e catedrais, muitas delas verdadeiras joias medievais, roubadas ao culto católico durante a apostasia e o cisma do lúbrico rei Henrique VIII? Na verdade, eles são atraídos pela beleza da arquitetura, pelo colorido dos vitrais, pelas esguias torres e cúpulas que desafiam os tempos. Enfim, tudo aquilo que falta nas igrejas modernas, feias como o pecado…
Isso nos remete a uma questão filosófica. O que pode ser realmente considerado belo? O Belo é algo subjetivo ou objetivo? Na verdade, desde a antiguidade, filósofos — o principal deles foi Aristóteles — se debruçaram sobre o assunto à busca de uma explicação satisfatória. São Tomás de Aquino, seguindo os passos do filósofo grego, tratou com maestria desse tema em sua Suma Teológica.
Segundo o Prof. Gabriel Ferreira, ao comentar o Doutor Angélico, esclarece que ele aponta três condições da beleza: a primeira delas é integridade ou perfeição do ente. Ou seja, quanto mais o ser for completo e íntegro de sua natureza; quanto menos lhe faltar para que seja aquilo que é; portanto, quanto mais perfeito, mais belo será tal ente.
A segunda das condições é o que Santo Tomás chama de proporção ou harmonia. Que seja proporcional entre suas diversas partes, ordenadas para o fim que lhe é próprio. Por último, São Tomás acrescenta um traço pouco explorado, isto é, o brilho, a claridade ou o esplendor. Pois o que é belo exibe uma espécie de halo que coroa seu grau de perfeição e está de acordo com ele.
A beleza portanto se encontra naquilo que os sentidos e o intelecto encontram satisfação e nossos apetites são aplacados. A experiência da beleza conjura a unidade dos nossos desejos — do intelecto e da vontade — e as satisfaz, uma vez que o bom e o belo são o mesmo. É essa “satisfação” em encontrar esse “bom e o belo” que atualmente atrai muitos jovens. Pretendo voltar ao tema. Até breve.