De família principesca, São Luís Gonzaga ingressou aos 17 anos na Companhia de Jesus. De pureza angelical, morreu aos 24 anos como mártir da caridade, vítima de uma moléstia contraída ao assistir os enfermos durante uma epidemia. É patrono da juventude. Sua festividade é celebrada no dia 21 de junho.
- Plinio Corrêa de Oliveira
O primeiro quadro é de um menino de doze anos. Nota-se nele um organismo ainda débil, mas começando a adquirir força. Uma inocência impregna profundamente sua pessoa, conferindo-lhe resolução e força de vontade. A atitude é a de quem sabe o que deseja.
Toda uma vida de confrontos já está anunciada no modo de ser desse menino. Tendo consciência inquebrantável do dever, fará tudo para que a vontade de Deus seja cumprida.
Ele representa a continuidade de espírito do guerreiro da Idade Média. Se fosse convocado para a Cruzada, não faria outra coisa senão tomar uma espada e investir contra os mouros.
No segundo quadro ele já é moço, certamente um pouco antes da sua entrada na ordem religiosa. Está cingindo uma espada, encorpou muito, o rosto não é de uma pessoa magra, mas tem a carnatura adequada. Chama a atenção sua postura de extrema tranquilidade e de quem caminha firmemente para o Céu.
O olhar é plácido, afetuoso e pacífico, de uma pessoa que gosta de viver bem com os outros. Ao mesmo tempo, de uma fixidez e limpidez de quem diz: “O que eu vi, vi; o que é, é; e o que tem de ser, tem de ser. Ninguém me abala em nada!”
Ele não se deixa atemorizar por nada. Olharia um dragão com essa mesma naturalidade estampada no quadro: confiante em Deus e em Nossa Senhora, resolvido a enfrentar qualquer batalha ou dificuldade.
As sobrancelhas são delicadamente arqueadas, mas de um traçado muito coerente, bem desenhado e lógico. O nariz lembra algo de bico de ave de rapina. A força de vontade mais uma vez está presente. Personalidade doce e forte, um homem de Deus.
O conjunto do rosto sugere a idéia de resolução inabalável, de um homem que tem certeza daquilo que pensa. Ele combaterá calma, fria e implacavelmente em defesa do verum, bonum e pulchrum, segundo os desígnios de Deus. Em suma, rosto de um decidido batalhador! É a impressão que me causa este grande santo, São Luís de Gonzaga.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 18 de abril de 1990. Sem revisão do autor. Fonte: Revista Catolicismo, Janeiro/2011.