Indulgentes para com o erro Severos para com a Igreja Plinio Corrêa de Oliveira “Catolicismo” Nº 72 – Dezembro de 1956 | |
“Em nossa edição de novembro, mostramos quão legítimo e útil é apontar e refutar os erros que circulem eventualmente entre os fiéis. Hoje, publicamos excertos de altas autoridades eclesiásticas, apontando claramente e refutando tais erros. É a tradução, na prática, dos princípios doutrinários que resumimos no artigo anterior. Mas, dir-se-á, não há paridade de situações. Uma autoridade eclesiástica tem o direito e o dever de condenar o erro quando se manifesta entre os fiéis ou os infiéis. O católico pode combater o erro existente entre os infiéis, mas não tem jurisdição sobre seus irmãos. Combater o erro não é exercer autoridade Jurisdição, ele também não a tem sobre os infiéis. Nem é de uma suposta jurisdição que deriva o direito e o dever do católico de combater o erro. Como membro do Corpo Místico de Cristo, o leigo tem o direito e o dever de auxiliar a Hierarquia no combate que esta, por mandato divino e necessariamente, tem de fazer ao erro em todas as suas formas. E, neste sentido, a imprensa católica, que é na Igreja discente eco fiel dos ensinamentos da Hierarquia, deve estar numa atitude permanentemente militante contra o erro. Superada na Igreja a fase das lutas internas? Publicamos este conjunto de textos também para dar um desmentido formal a outra opinião falsa. Ou antes, a um estado de espírito errado, que é muito frequente, mas raras vezes chega a se exprimir de modo inteiramente consciente e nítido. A ortodoxia golpeando heresias Numerosos são os católicos que, revolvendo os volumes da história da Igreja, acham perfeitamente natural que, pelo efeito conjugado do demônio, do mundo e da carne, tenham no passado aparecido erros entre os próprios fiéis, e que tais erros tenham alcançado o apoio de figuras altamente representativas dos meios católicos. Se alguém se chocasse com isto, eles saberiam logo dizer-lhe que é preciso distinguir na Igreja o elemento divino do elemento humano, etc., etc. Mas, se os mesmos católicos, tirando os olhos de um volume de história, os detêm nas páginas de uma folha religiosa combativa, e são postos em presença da repetição do mesmo fenômeno em nossos dias, coram, perturbam-se, fecham o jornal e resmungam contra a redação. Não sabemos bem – e pensamos que eles próprios também não o sabem – se isto provém de uma certa debilidade da fé: as razões alegadas para explicar os desfalecimentos de católicos no passado não bastariam para os que ocorrem atualmente. Ou se vem da ideia – algum tanto evolucionista no fundo – de que a Igreja atingiu um tal progresso com o correr dos séculos, que hoje em dia seria impossível produzir-se nela qualquer movimento ideológico desviado. De qualquer forma, pelos textos que publicaremos, verão os leitores pertencentes a esta família de almas que estão errados. E terão alento para tomar, em face da realidade, uma atitude mais corajosa. Antes de passar às citações, queremos deixar consignadas duas observações. Os erros sobre os quais versam os textos que publicaremos, são referentes a temas bem diversos. Não pretendemos aqui apontar uma conexão íntima entre eles. Para quase todos, esta conexão pode ser estudada na Carta Pastoral monumental do Exmo. Revmo. Sr. Bispo Diocesano, D. Antonio de Castro Mayer, sobre “Problemas do Apostolado Moderno“. Apontando os erros, e afirmando que eles podem e devem ser, não só apontados, como ainda refutados, não entendemos afirmar por aí que no cumprimento deste dever os católicos possam eximir-se das regras comuns da justiça e da caridade. É uma ressalva indispensável. Como indispensável também é outra ressalva, isto é, que o principal objeto de nossos deveres de justiça e de amor deve ser, nesta terra, a Santa Igreja de Deus. Causa de erros ideológicos entre católicos Em carta recente ao Emmo. Revmo. Sr. D. Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, o Exmo. Revmo. Mons. Angelo Dell’Acqua, Substituto da Secretaria de Estado de Sua Santidade, falando a propósito do Dia de Ação de Graças, teve, de passagem, uma afirmação sobre o mundo hodierno que nos importa registrar. Disse S. Excia. Revma. que “em conseqüência do agnosticismo religioso dos Estados“, ficou “amortecido ou quase perdido na sociedade moderna o sentir da Igreja“. Estas poucas palavras dão as linhas gerais de um triste quadro de apostasia em massa. Os estados apostataram. A sociedade, ela mesma, perdeu quase por completo o senso católico. Ora, essa sociedade, em grande número de países, se compõe de maiorias maciças de filhos da Igreja. Quer isto dizer que nas próprias massas fiéis este fenômeno de depauperamento do “sensus Ecclesiae” se deu. O que de espantar se, do seio destas massas, em consequência de uma situação tão calamitosa, brotam erros doutrinários funestos? Católicos que colaboram com o comunismo A respeito de erros que surgiram contemporaneamente entre católicos, os documentos do Santo Padre Pio XII são tão numerosos, que seria impossível publicá-los todos neste jornal. Temo-lo feito, entretanto, em alguma medida, sempre que as circunstâncias se apresentam. A título de exemplo, mencionamos aqui alguns trechos mais recentes do Soberano Pontífice. Sobre a colaboração com os comunistas, disse Sua Santidade: “Há hoje em dia homens que desejam construir o mundo sobre a negação de Deus; outros pretendem que Cristo deve permanecer fora das escolas, das fábricas, dos parlamentos. E, neste combate mais ou menos ostensivo, mais ou menos declarado, mais ou menos violento, os inimigos da Igreja são por vezes sustentados e auxiliados pelo voto e pela propaganda de homens que continuam a se proclamar cristãos. E não faltam outros que procuram impossíveis aproximações: eles se deixam iludir pela diversidade instável das medidas táticas, esquecendo em compensação o caráter inaceitável dos fins últimos e imutáveis” (alocução de 22 de julho de 1956, aos administradores provinciais democratas-cristãos italianos, “Osservatore Romano”, edição em francês de 3 de agosto de 1956). Erros de católicos sobre o Magistério Eclesiástico Dirigindo-se no dia 14 de setembro p.p., aos eclesiásticos que haviam participado da Semana Italiana de Adaptação Pastoral, o Santo Padre Pio XII, depois de discorrer sobre a preeminência do Magistério Eclesiástico, disse: “Tais considerações, longe de tornar supérfluas a exposição sistemática e as definições claras da teologia científica a respeito da origem e das qualidades do Magisterium Ecclesiasticum, incitam-na pelo contrário a evitar as falsas interpretações e as ilações arbitrárias que, recentemente ainda, certas pessoas propuseram”. Profunda modernização da doutrina católica Na mesma alocução acrescenta o Sumo Pontífice: “A Encíclica Humani Generis, de 12 de agosto 1950, sobre certas doutrinas falsas que visam abalar em seus fundamentos a doutrina católica, constitui em boa parte uma refutação de uma falsa orientação e adaptação da teologia, da filosofia e da exegese relativamente a correntes e tendências científicas modernas que carecem de fundamento suficiente. Nela se trata de uma inclinação injustificada para sistemas filosóficos errôneos, de concessões que alguns se manifestavam dispostos a fazer (evolucionismo, idealismo, imanentismo, pragmatismo, existencialismo, historicismo), como também no campo da teologia e da exegese. A nova teologia pretendia adaptar-se aos tempos modernos e tornar mais natural e mais fácil ao sábio católico o conservar-se católico. Na realidade, começou-se arbitrariamente a corrigir o que existia, a suprimi-lo, a mudá-lo, a reconstruí-lo, a mitigar o rigor e a imutabilidade dos princípios metafísicos, a tornar mais flexíveis as definições dogmáticas precisas, a rever o sentido e o conteúdo do sobrenatural e sua estrutura íntima, a espiritualizar e modernizar a teologia da Eucaristia, a renovar e a reaproximar do pensamento e do modo de sentir modernos a doutrina da Redenção, da natureza e dos efeitos do pecado, e muitos outros pontos. Tal movimento se tinha também delineado no campo da exegese, no qual se queriam tomar em consideração as idéias e as conclusões das ciências profanas, porém muitas vezes sem exame sério nem ponderação”. Erros de católicos sobre o celibato eclesiástico Por fim, o Papa alude à “recentíssima Encíclica De Sacra Virginitate, de 25 de março de 1954, que manifestou o pensamento da Igreja, entre outros assuntos, sobre os debates intérminos dos contemporâneos, especialmente dos jovens, a respeito da importância e até mesmo – segundo alguns – da necessidade absoluta do casamento para a pessoa humana (a qual, sem ele, ficaria como que espiritualmente estropiada), bem como sobre a pretensa superioridade do casamento cristão e do ato conjugal sobre a virgindade (a qual não é um sacramento eficaz ex opere operato)” (“Osservatore Romano”, edição em francês, de 21 de setembro de 1956). Obstinação de católicos contra o ensinamento pontifício Também muito recentemente, em 22 de setembro último, o Santo Padre, tratando da Pastoral Litúrgica, em alocução aos membros do Congresso Internacional reunido em Assis para estudar este belíssimo tema, depois de se referir à Encíclica “Mediator Dei“, publicada no ano de 1947, além de reafirmar e explicar várias das condenações feitas naquele importantíssimo documento, se queixa da obstinação com que alguns receberam seus ensinamentos: “Não é licito afirmar que a única questão decisiva consiste, em última análise, em saber em que medida a participação pessoal, sustentada pela graça, que se tem nesta oferenda cultual, acresce a participação à cruz e à graça de Cristo, que nos une a Ele e entre nós. Este modo inexato de pôr a questão, Nós já o rejeitamos na alocução de 2 de novembro de 1954; mas certos teólogos ainda não consentiram em lhe dar sua aquiescência”. Erros de católicos sobre a Eucaristia Mais adiante o Pontífice deplora que “certos teólogos, aceitando embora a doutrina do Concílio (de Trento) sobre a presença real e a transubstanciação, interpretam as palavras de Jesus Cristo e as do Concílio de tal forma que da presença de Cristo não resta senão um como que envelope esvaziado de seu conteúdo natural. Segundo seu modo de ver, o conteúdo essencial atual das espécies do pão e do vinho é o Senhor no Céu, com o qual as espécies têm uma relação pretensamente real e essencial de continência e de presença”. Refere-se depois Sua Santidade aos que vêem um erro doutrinário na presença do tabernáculo sobre o altar. Para esses, “não se trata tanto da presença material do tabernáculo sobre o altar, quanto da tendência, para a qual quereríamos chamar vossa atenção, de uma menor estima para com a presença e a ação de Cristo no tabernáculo. Contentam-se eles com o sacrifício do altar, e diminuem a importância d’Aquele que realiza o sacrifício. Ora, a pessoa do Senhor deve ocupar o centro do culto, pois é ela que confere unidade às relações entre o altar e o tabernáculo e lhes dá seu significado” (“Osservatore Romano”, edição em francês, de 28 de setembro de 1956). Para não alongar por demais as citações, contentamo-nos com as que aqui ficam. Teologia não é jogo de palavras cruzadas Em recente alocução ao Congresso dos Eclesiásticos encarregados da crítica de livros, o Emmo. Revmo. Sr. Cardeal Alfredo Ottaviani, Pro-Secretário da Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício, teve as seguintes palavras: “Voltemos e incitemos os demais a voltar também aos estudos sérios, e deste modo poderemos salvar os homens de amanhã. Se nossa teologia e as outras disciplinas dos estudos sagrados são discutidas, sem embargo também hoje havemos de nos apoiar nelas. Seríamos assim mais respeitados do que quando giramos em torno dos néscios, ou até em torno dos Sacerdotes encantados por novidades incoerentes, iludidos pela propaganda miúda ou por artifícios que dão fácil reputação, seguida de uma glória efêmera, e que tem por objeto o lucro. “Infelizmente, para alguns, a própria teologia não é mais a mesma dos Padres e dos Doutores, das Encíclicas e dos Concílios, não é a de antanho, tão nobre, a dos Mestres veneráveis que apenas tivemos tempo de conhecer em nossa juventude: Gigantes erant super terram. “Hoje, alguns pretendem construir uma teologia como se resolveria um jogo de palavras cruzadas, e inventam a teologia nova, a teologia do trabalho, a teologia do esporte, etc. Multiplicam-se as teologias e os mestres prurientes auribus, e se despreza o douto ensinamento dos mestres e dos órgãos competentes. Nunca, como no presente, se foi tão indulgente para com o erro, e jamais, também, se foi tão severo, tão desobediente e tão insolente para com a Igreja, como hoje em dia. O Magistério Eclesiástico inspirava respeito a Santo Agostinho, a São Tomás de Aquino, e ante ele se inclinavam com reverência os teólogos da segunda escolástica do século XVI, assim como os últimos grandes teólogos do século XVIII. “Tudo isto sucede, não porém porque a Igreja não seja mais a Igreja. Acabemos, de uma vez por todas, de inculpá-la, e não acrescentemos nossos clamores aos de seus inimigos”. Católicos que se inspiram na serpente O egrégio Purpurado alude aqui a certos católicos para os quais tudo quanto há de mal se fez mais por culpa da Igreja do que pela malícia de nossos adversários. Assim, a questão social decorreria muito mais de um suposto silêncio da Igreja sobre os direitos dos operários, do que do espírito de revolução que vem soprando no mundo desde o século XVI. E a propósito desta atitude de espírito diz Sua Eminência: “Alguns intelectuais cristãos, neutralizantes e exaltados, só abrem a boca para falar mal de nossa história, de nossa casa, de nossos irmãos, de nós, mesmos. Não há nisto uma vilania? Não se entregam eles assim ao adversário? … Não ficando aos pés de Jesus e Maria, mas permanecendo com a face voltada para a serpente, como Eva, deixam-se encantar para melhor serem presos e devorados” (“Cristiandad”, nº 295-296, 1º e 15 de julho de 1956). Católicos causam grave apreensão ao Episcopado Outro exemplo altamente significativo é o que deu o Emmo. Sr. Cardeal Angelo Roncalli, Patriarca de Veneza, em artigo publicado no “Osservatore Romano” sob o título de “A unidade é disciplina”: “Há algum tempo, o exercício das solicitudes episcopais … encontra motivos de espanto, de surpresa, e de penosa inquietude. Trata-se de opiniões que se manifestam difundidas e frequentemente afirmadas com uma resolução não só eloqüente mas imperiosa, e postas em circulação com persistência, trazendo grave detrimento para a pureza dos princípios e a clareza das orientações práticas, isto é, para a disciplina em que todo bom católico deve inspirar seu pensamento, suas palavras e sua vida”. Católicos colaboram com os piores inimigos da Igreja Desde o Natal passado – continua o artigo – uma mensagem do Episcopado dos Três Vênetos convidava os católicos, especialmente os jovens, mais sensíveis à sedução e à aventura, a se premunir contra os desvios do reto caminho, as aproximações e os compromissos perigosos e nefastos com ideologias e organizações que são precisamente, por seus pressupostos fundamentais, a contradição e a subversão da ordem humana e social que o Cristianismo trouxe a este mundo”. “Novos profetas da Igreja para os tempos modernos” Mais adiante: “Se a advertência foi ouvida em geral, pena é que houve e há pessoas que preferem ficar em suas posições, determinando assim uma corrente que constitui motivo de confusão e oposição deploráveis; de qualquer forma, tal atitude merece ser qualificada para que os ingênuos não se deixem arrastar por ela à sua própria ruína; as almas abertas e inteligentes devem saber ponderar tudo e decidir-se; e os que estão de má fé devem pelo menos tomar consciência de que o estão, e reconhecer que não têm desculpas“. O eminente Cardeal Patriarca estigmatiza com estas palavras o pensamento de “novos profetas da Igreja para os tempos modernos”, para os quais esta última “tem duas funções a preencher: a da Hierarquia, reservada ao magistério episcopal e sacerdotal em matéria de fé e de moral, e à distribuição da graça: oração e Sacramentos; e a função dos leigos, aos quais pertence, sob sua responsabilidade e autonomia de julgamento exclusivos, organizar a vida social e política em plena independência de quem quer seja … Estranhas afirmações, nas quais é fácil discernir a contradição e o sofisma”. Para fazer o bem é dispensável o apoio do demônio Tratando de problemas da cooperação com o comunismo, Sua Eminência acrescenta: “É-me também penoso assinalar que, para católicos, nos encontramos ainda uma vez em presença de erro doutrinário gravíssimo; e diante de uma violação flagrante da disciplina católica. O erro consiste em ser praticamente favorável e associar-se a uma ideologia, a ideologia marxista, que é a negação do Cristianismo, e cujas aplicações não podem coadunar-se com os pressupostos do Evangelho de Jesus Cristo. “Não nos venham dizer que esta orientação para a esquerda tem o mero significado de mais sérias e mais largas reformas de caráter econômico, pois mesmo neste sentido o equívoco continua. De onde se segue o risco de que penetre nos espíritos o axioma especioso de que, para fazer justiça social, para socorrer os infelizes de todas as categorias e para impor o respeito às leis fiscais, é absolutamente necessário associar-se aos negadores de Deus, aos opressores das liberdades humanas, e dobrar-se até mesmo diante de seus caprichos. O que é falso nas premissas e tristemente funesto nas aplicações” (“Osservatore Romano”, edição em francês, de 14 de setembro de 1956). * * * Quase impossível organizar uma lista dos erros atualmente em curso entre os católicos, a julgar simplesmente pelas citações que aqui publicamos, colhidas um pouco a esmo, e que portanto só dão uma idéia incompleta da realidade. Aproximação e colaboração com o comunismo, que é a pior e mais completa negação da doutrina católica; pulular de “teologias” falseadas, conduzindo às concepções mais errôneas ou mais temerárias, entre as quais algumas chegam a atingir a própria doutrina da Igreja sobre a Divina Eucaristia; rebeldia de fiéis em relação à Sagrada Hierarquia, etc… A ofensiva do erro dentro de nossos próprios muros poderia ser mais funda, mais grave, mais audaciosa? E que autoridades melhores do que a do Soberano Pontífice, dos Emmos. Cardeais Pró-Secretário do Santo Ofício e Patriarca de Veneza, para atestar a existência desta ofensiva? Repercute como um eco prolongado, doloroso, em nossos corações, a palavra autorizada do Emmo. Sr. Cardeal Ottaviani: “Nunca, como no presente, se foi tão indulgente para com o erro, e jamais, também, se foi tão severo, tão desobediente e tão insolente para com a Igreja, como hoje em dia”. E nestas condições, que fazer? Há um dever de caridade e de justiça a cumprir. Este dever tem por principal objeto a Igreja de Deus. Pergunto: em que consiste esse dever para um jornalista católico? Em ignorar a ofensiva, em deixar que ela se desenvolva e chegue às ultimas audácias sem qualquer reação, em cruzar os braços e voltar pudibundamente a face? A Igreja é o próprio Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando em seu Corpo Místico Jesus Cristo é de tal maneira ultrajado, a justiça e a caridade nos mandam guardar o silêncio e desviar os olhos, por amor aos algozes? O amor ao algoz é a principal preocupação de quem vê Jesus Cristo perseguido? O amor ao lobo é o principal objeto do zelo de quem vê as ovelhas devoradas? Chegará a este extremo nossa fobia pusilânime de qualquer luta?“ |