Como ensinar um brasileiro, jovem atuante da reação conservadora, a adquirir o hábito e o gosto da reflexão? O chamado “Novo Normal”, trabalho remoto, homeoffice irão influenciar a cultura e o modo de pensar? Qual o reflexo sobre a nova geração?
A crescente dependência do celular irá diminuir o “senso do ser”, a independência no pensar, a individualidade?
Como ensinar o brasileiro?
Não erramos, ao afirmar que a tendência do brasileiro à irreflexão, é potencializada pelo smartphone.
Veremos, nesse artigo, conselhos do Prof. Plinio a nossos irmãos brasileiros, um método para nos corrigirmos de um defeito capital e nos defendermos contra a tirania do “great reset”.
Uma grande capacidade de captar a realidade …
“Explicitação é algo de que se falava relativamente pouco nos cursos que eu fiz e é uma das mais importantes operações mentais, sobretudo para nós, brasileiros. [O Prof. Plinio está falando dos anos 20, um século atrás]
“O que é uma explicitação? É o trabalho pelo qual uma pessoa consegue definir uma ideia ou noção rica em seu espírito, mas que se achava confusa porque não se sentia capaz de exprimi-la.
“Então, a explicitação é o trabalho pelo qual a pessoa atua sobre essa noção implícita e a transforma em uma formulação clara, precisa, definida, explícita.
“Os prefixos “in” e “ex” significam isso: “in” é para dentro, “ex” é para fora: exterior, explosão, explicitação.
“A noção implícita é a que está apenas no nosso espírito e não sabemos externar. Ela se torna explícita quando passa do “in” para o “ex”, tornando-se bastante clara para pormos em palavras e saber dizer para os outros.
“O brasileiro especialmente é muito intuitivo: vê uma coisa e “pesca” algo, mas tem dificuldade em explicitar.
“Quando se pergunta para ele:
“– Você viu tal coisa?
“– Vi.
“Ele faz um comentário por onde se nota que entendeu algo.
“A gente lhe pergunta o que entendeu, ao que nos diz:
“– Ah… enfim… como é… você sabe… etc., etc.
… E pouco hábito de refletir
Continua o Prof. Plinio: “E a resposta não sai. Quer dizer, é um povo que tem muita captação implícita das coisas e pouco hábito de explicitar, talvez até uma certa dificuldade de o fazer. E isso é uma característica que não está na raça. Está no ambiente. Porque os que não têm sangue brasileiro e que vêm morar aqui, na segunda ou na terceira geração ficam assim também. De maneira que não se trata de algo racial, mas sim um fenômeno cultural. Está em nossa atmosfera e as coisas se passam assim.
“É próprio, por exemplo, ao brasileiro, prestar atenção em três ou quatro coisas ao mesmo tempo… Os senhores estão rindo, porque percebem que algo é verdade. Eu estou ajudando os senhores a explicitarem.
“Então, os senhores prestam atenção no que digo, no modo como digo e em mim enquanto dizendo essas coisas. Isso forma como que três lentes através das quais o brasileiro vê a realidade. E, durante uma mesma conferência, olha uma coisa, olha outra, pega adiante novamente o “bonde” da exposição, perde uma parte porque pensa noutro assunto, e volta de novo…
“Seria muito exagero chamar isso de ordem. Seria talvez amável, mas certamente seria muito exagerado. Não seria muito amável, mas seria muito veraz chamar a isso de desordem.
Método do Dr. Plinio: ler dentro de si e explicitar
A mídia e a esquerda querem impor o método Paulo Freire que nada tem de original e adequado a nosso povo. Vejamos como o Prof. Plinio idealizou e forjou essa originalidade.
“Quando me dei conta disso – tinha, talvez, uns 25 ou 30 anos – compreendi que o melhor de minha vida de intelectual não consistia tanto em aprender coisas que não sabia, quanto encontrar os conceitos para exprimir o que eu tinha percebido.
“Nesse sentido, como exemplo do trabalho de explicitação, os senhores podem procurar em “Catolicismo”, uma seção chamada “Ambientes, Costumes, Civilizações“. Aquilo tudo são impressões confusas que uma pessoa tem diante de um quadro, ou diante de uma cena, e que foram explicitadas. Não fui ler nenhum livro para escrever aqueles artigos. Mas “li” dentro de mim e procurei explicitar e colocar no papel.
“Se não me enganei – e senão me engano – tirei bom fruto desse sistema. É natural, pois, que deseje que os senhores tirem proveito dele também e queira ensiná-los a explicitarem. Ocorreu-me, então, fazer um pequeno exercício de explicitação.”
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E a utilidade do método? Responde o Prof. Plinio:
* A ideia que não é capaz de se traduzir adequadamente em palavras está em gestação, não nasceu ainda.
“Esse exercício é para que? Não se trata dos senhores explicitarem apenas uma coisa, pois isso não adiantaria nada. Mas é para dar aos senhores a vontade, o gosto de explicitar, o que é muito necessário para nosso feitio de espírito.”
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Vimos, até aqui:
Qualidade do brasileiro = facilidade em captar a realidade;
Fraqueza = dificuldade em explicitar;
Método de ensino corretivo para nós, brasileiros = “ler” dentro de si mesmo e encontrar os conceitos para exprimir o que eu tinha percebido.
Pretendemos, no próximo artigo, dar continuidade ao método do Prof. Plinio. No que consiste esse “tirar de si mesmo” e como ele é o contrário do subjetivismo, do cartesianismo, da espontaneidade, da dispersão.
É nossa resposta ao “Novo Normal”; é um método para sermos nós mesmos, fortalecendo o “senso do ser”, nossa personalidade, nossa luz primordial. E assim se constrói a nova geração que irá edificar o Brasil cristão e forte.
https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_SD_740722_explicitar.htm#.YXl50J7MKMo
[…] Em artigos anteriores abordamos modo de ensinar o brasileiro, como levar o nosso povo a “explicitar” aquilo que ele tão facilmente intui. Somos ágeis na percepção e preguiçosos em colocar “ad extra”, em externar nossas impressões. A tempestade de informações provenientes da midia e do smartphone agravam esse defeito nacional. https://ipco.org.br/ajudando-o-jovem-a-ser-ele-mesmo-brasil-vs-novo-normal/ […]
[…] ajudar o brasileiro a aproveitar suas qualidades? Vimos, no último artigo, que somos ágeis em captar as realidades e débeis em explicitar. Ajudemos, pois, os nossos […]