Esta festa, tipicamente espanhola, teve sua origem no décimo concílio de Toledo, no século VI. Este instituiu para este dia a festa da “Expectação do Parto de Maria”, que também tomou o nome de festa de “Nossa Senhora do Ó”. Isso porque, nas antífonas maiores, desde as Vésperas desse dia até às do nascimento de Jesus Menino, no ofício divino, se começam a dizer nas antífonas maiores ao Magnificat, que começam sempre com a interjeição exclamativa Ó. “As “Antífonas do Ó”, são sete antífonas especiais cantadas no tempo litúrgico do Advento, especialmente de 17 a 23 de dezembro, durante o ofício divino, antes e depois do Magnificat, e exprimem o desejo da salvação, tanto de Israel no Antigo Testamento, como da Igreja no Novo. Expressam a admiração da Igreja diante do mistério de Deus feito Homem, buscando a compreensão cada vez mais profunda de seu mistério, e a súplica final urgente: ‘Vem, não tardes mais!”
Esses “suspiros” interpretam o altíssimo fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda pronta de Jesus. O que inspirou ao povo espanhol, como foi dito, a formosa invocação de “Nossa Senhora do Ó”.
Nesse concílio de Toledo estavam presentes três Santos naturais da Espanha: Santo Eugênio III, de Toledo; São Frutuoso, de Braga, naquele tempo fazendo parte da Espanha, e Santo Ildefonso, então abade, mas que seria o novo Arcebispo de Toledo.
Antigamente em Toledo, acabadas de dizer essas orações, todos os eclesiásticos que assistiam ao coro, davam grandes brados de alegria, sem ordem nem concerto, em torno da letra O, para representar o desejo e a ânsia com que os santos padres do limbo e todo o mundo tinham, da vinda e nascimento de seu universal Reparador e Redentor.
Por isso, a Expectação do parto, não é simplesmente a ansiedade natural na jovem Mãe que espera o seu primogênito. É o desejo, inspirado e sobrenatural, da bendita entre todas as mulheres, que foi escolhida para Mãe e Virgem do Redentor dos homens, para co-redentora da humanidade, pela vinda do Redentor do mundo.
No Brasil, a devoção a devoção a Nossa Senhora do Ó foi herdada de Portugal, e iniciou-se desde o início de nossa colonização, com o Capitão donatário Duarte Coelho, na Capitania de Pernambuco. Tendo fundado a vila de Olinda, nessa povoação erigiu-se uma Igreja sob a invocação de São João Batista, administrada por militares, onde era venerada uma imagem de Nossa Senhora da Expectação ou do Ó.