Sobre alguns funestos efeitos da pandemia de covid-19 na prática religiosa. Declarações de famoso cirurgião espanhol.
ODr. José María Simón Castellví [foto] é um famoso oftalmologista, especializado em glaucoma. Ele tem um vínculo conosco, pois nasceu em São Paulo de pais espanhóis, numa família de oftalmologistas. Doutor em medicina e cirurgia pela Universidade de Barcelona e membro de várias entidades médicas internacionais, ele presidente emérito da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas (FIAMC).
Fervoroso leigo católico, esse renomado médico e cirurgião costuma fazer palestras alertando para os funestos efeitos da pandemia de covid-19 sobre a prática religiosa na Espanha. Como o que ele diz se aplica a todo o mundo, citaremos trechos de alguns de seus pronunciamentos.
Em uma tertúlia sobre o vírus chinês numa rádio católica de Barcelona, falando sobre o espírito sobrenatural com o qual o católico deve encarar a pandemia, o Dr. Castellví afirmou:
“Para o cristão, a vida no mundo deve ser centrada em Cristo, nunca na doença, na crise econômica, no lazer ou no trabalho. Aquele que nos criou, salvou-nos e nos mantém vivos, não o faz pela física ou pela economia. Não podemos esquecer essa verdade diante dos desafios diários. […] Pois temos ajudas espirituais para um melhor desempenho [durante a pandemia] e para suportar todas e cada uma das provas que surgem em nosso caminho, as quais nos servem para ganharmos méritos. Por isso a Santa Missa e a Eucaristia são essenciais para nós. Passar sem elas seria em extremo [prejudicial] e viveríamos com muita dor”.
O Dr. José Maria observa que para muitos a pandemia é algo “estritamente natural, e assim nada tem a ver com Deus ou com nossos pecados”. Por isso “é preciso afirmar abertamente que Deus governa, recompensa e pune às vezes até nesta Terra”. Insistindo em que devemos considerar a pandemia como um castigo por nossos pecados, ele dá como exemplo o que ocorreu na Itália e na Espanha, “países [que foram] duramente castigados pela epidemia”, por quererem legalizar a eutanásia, o que é um grande pecado, pois só Deus é senhor da vida.
O Dr. Castellví afirma: “Sei que é impopular falar de castigos divinos, em vez de falar sobre a onipotência de Deus, de sua infinita bondade e sabedoria”. Mas é preciso considerar que, ao lado de sua misericórdia, Deus também zela por sua justiça, que é infinita, e que O leva a castigar os pecados. É verdade que ao castigar o mundo, os inocentes também sofrem terrivelmente, mas isso redunda em bempara suas almas.
O ilustre cirurgião lamenta que a Igreja tenha suspendido o culto e fechado os templos em vários países por causa da pandemia. E reconhece honestamente que “nós, os médicos católicos organizados, recomendamos no princípio da pandemia, que se esvaziassem as pias de água benta nas igrejas para evitar complicações ou dúvidas” sobre possíveis contágios. Mas afirma que a medida foi contraproducente, pois teve como consequência uma “eliminação quase completa do uso da água benta na Igreja”, privando-nos desse sacramental “que traz bênçãos para pessoas, animais, casas, campos, se for usado com boa fé”. Pois “essa água é uma boa memória do nosso batismo, momento em que a nossa alma foi perfeitamente limpa em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Falando com experiência própria, ele afirma que, “depois de muitas ocasiões, tenho a experiência de que nada há como a água benta para fazer fugir os demônios e impedir seu retorno”.
Por isso, lamenta: “Atualmente, com a pandemia de Covid já diminuindo na Europa, não se vê o menor indício da reinstalação desse elemento tão importante para a vida do cristão”. Acostumando-nos a essa privação, damos um sinal de que “nos instalamos numa mínima expressão da vida de piedade”, porque “a eliminação da água benta é também um indício da perda de confiança no sobrenatural da parte dos cristãos”.
Isso é tanto mais importante quanto “já há muitos meses temos claro o modo como se transmite o vírus”. Pelo que ele julga que “já se podem se recuperar com segurança os bons costumes” abolidos sob o pretexto do vírus, como a Comunhão na boca e o uso da água benta.
Se as pessoas encarassem o vírus chinês com espírito sobrenatural, como recomenda o Dr. José Maria, poderiam tirar dele grande proveito para a sua vida espiritual: “Esta epidemia também pode ser vista como uma oportunidade para se mudar a vida para melhor. É uma oportunidade de advertência para todos, um castigo para alguns, um grande teste para muitos, e talvez um presente para outros”. E conclui: “Nestes tempos, o público em geral assumiu firmemente o fato de que existem regulamentos higiênico-sanitários que são muito úteis para evitar adoecer. […] No entanto, não devemos esquecer que somos corpo e alma, e que esta também deve ser purificada prioritariamente [pela Santa Confissão] antes de nos apresentarmos a Deus hoje e sempre”.
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Fontes:
-Ya es hora de recuperar el agua bendita en las iglesias – F.I.A.M.C. (fiamc.org)
–Médico católico: Comunión de rodillas y en la boca es segura frente a COVID-19 (aciprensa.com)
–José María Simón Castellví – F.I.A.M.C. (fiamc.org)
–É hora de recuperar a água benta nas igrejas – F.I.A.M.C. (fiamc.org)