Que pensar da invasão da Ucrânia operada por ordens de Putin? O que é a graça e a missão do mundo eslavo? Após dois anos de Pandemia o mundo será abalado novamente por essa invasão?
A propaganda midiática em torno do Great Reset, do Novo Normal baixou de tom.
Não sabemos se os homens que comandam os grandes cordeis da política mundial julgaram oportuno dar uma “parada” e frear a insistente propaganda que vinha sendo trombeteada pelo mundo livre em favor da Nova Ordem Mundial — socialista, totalitária, massificante.
Até Joe Biden, enquanto candidato presidencial, falava da grande ocasião de mudar a mentalidade norteamericana a propósito da pandemia. https://ipco.org.br/joe-biden-confessa-usar-do-panico-coronavirus-para-impulsionar-a-revolucao/
De momento, as atenções se voltam para a invasão da Ucrânia por Putin; intencionalmente não falamos de Rússia porque ele não é uma figura representativa daquele grande povo. Putin não é o arquétipo da Rússia.
Sim, a Rússia tem um grande papel a desempenhar na futura Cristandade, a tal ponto que Nossa Senhora em Fátima pede a Consagração especial daquele País ao Imaculado Coração de Maria.
Repetimos: Rússia não é Putin e esse não representa o sonho do Império czarista.
O que pode vir a ser a Rússia católica?
Comentário de D. Guéranger a propósito de São Josaphat:
“A Rússia tornando-se católica iria determinar o fim do islamismo, e o definitivo triunfo da Cruz sobre o Bósforo, sem perigo nenhum para a Europa; o Império Cristão no Leste restaurado com uma glória e um poder até agora desconhecidos; a Ásia evangelizada não por alguns pobres padres isolados, mas com a ajuda de uma autoridade maior do que aquela de Carlos Magno; e por fim, a raça eslava reunida na unidade da fé e aspirações para sua maior glória. Esta transformação será o maior acontecimento do século que verá sua realização; ele mudará a face do mundo.
“Há algum fundamento para esta esperança? Seja o que for, St Josaphat será sempre o patrono e modelo dos futuros apóstolos da união da Rússia e do mundo Greco-Eslavônico. Por seu nascimento, sua educação e estudos, pela inclinação de sua piedade e todos os seus hábitos de vida, ele lembrava muito mais os monges russos do que os prelados latinos de seu tempo. Ele sempre desejou que a Sagrada Liturgia de sua Igreja fosse preservada inteira, e até seu último suspiro ele a seguiu amorosamente, sem a menor alteração ou diminuição, como os primeiros apóstolos da Fé Cristã tinham trazido de Constantinopla para Kiev. Sejam os preconceitos oriundos da ignorância obliterados e então, apesar de seu nome ser desprezado agora na Rússia, São Josaphat será logo conhecido e amado e invocado pelos próprios russos.” (1)
E como seria esse mundo eslavo, desejado por Dom Guéranger? Esperamos publicar comentários sobre o mundo eslavo. Por ora, um trecho do Prof. Plinio sobre a mentalidade de um povo nos ajudará a configurar o quadro.
Mentalidade Coletiva de um Povo, alma nacional
“Todos os povos têm sua mentalidade coletiva e seus problemas regionais. Entre um hindu e um sueco, um espanhol e um chinês, a diferença é enorme. Há um espírito nacional hindu, sueco, chinês ou espanhol, que permanece íntegro durante os séculos, enquanto a Nação existir. Os homens, como os cursos de água, poderão ir correndo para a eternidade. Mas as Nações, como os rios, continuam sempre os mesmos nos dados essenciais de seu temperamento. Além destas circunstâncias psicológicas, há problemas peculiares à situação geográfica de cada região: da Índia, da Suécia, da China ou da Espanha. Também estes problemas – ao menos os mais profundos e dignos de nota – são invariáveis.
“Toda civilização cristã há de ser inteiramente cristã, católica, universal, mas há de acatar, há de respeitar, há de desenvolver e estimular as características de cada região e de cada povo.
“A sociedade cristã, dissemos, é a que vive de acordo com sua própria ordem natural. E, por isto, ela há de respeitar integralmente as características peculiares que pertencem à natureza de cada povo ou região. Respeitar e desenvolver, porque essas características são dons de Deus, e todos os dons de Deus merecem desenvolvimento.
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“Nos séculos de civilização cristã, cada povo teve, pois, suas características próprias, bem definidas. A alma nacional, em todas as suas aspirações universais e humanas, em todas as suas aspirações nacionais e locais, encontrou plena e ordenada expansão dentro da civilização cristã. Daí a enorme variedade de formas de governo e de organização social ou econômica, de expressões artísticas e de produções intelectuais nas várias nações da Europa medieval.
“A expansão das tendências nacionais causa ao povo um grande bem-estar físico. A mentalidade nacional inspira a formação de símbolos, costumes, artes, nos quais ela se exprime, se define e se afirma, se contempla a si mesma e se solidifica. Esses símbolos são um patrimônio da nação, uma condição essencial para a sua sobrevivência e progresso espiritual. Eles têm uma consonância indefinível e profunda com a mentalidade nacional, uma consonância que é natural e verídica, e não puramente fictícia e convencional. Por isto, em via de regra, cada povo elabora uma só arte, uma só cultura, e nela caminha enquanto existe. O maior tesouro natural de um povo é a posse de sua própria cultura, isto é, quase a posse de sua própria mentalidade.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/1965_173_CAT_A_grande_experi%C3%AAncia_de_10_anos_de_luta.htm
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A invasão da Ucrânia, pelas tropas de Putin em nada realizam esse sonho da Cristandade eslava. Ela virá, sim, de uma conversão da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Para isso rezamos, são esses os nossos desejos.
O sonho de Putin em reconstruir a Cortina de Ferro (URSS) ainda que seja sobre o disfarce de Federção Russa é uma macaqueação do grande plano da Providência previsto em Fátima: Por fim o meu Imaculado Coração triunfará; a Rússia se converterá e será dado ao mundo algum tempo de paz.
Paz de Cristo no Reino de Cristo, sob o olhar de Maria Santíssima.
(1) Do Livro O Ano Litúrgico de D. Prosper Guéranger, Tempo depois de Pentecostes, Livro VI.
Traduzido da edição em inglês de D. Laurece Shepherd