- Fonte: Revista Catolicismo, Nº 857, Maio/2022
Da Mensagem de Fátima, oriunda da própria Mãe de Deus, não se pode discutir a gravidade nem a atualidade. Mas na presente conjuntura internacional ela se tornou ainda mais o centro das atenções, pelo menos em todo o mundo católico, devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia, que está contagiando outros países, sobretudo os europeus, além dos Estados Unidos e da China.
A questão relacionada com as guerras mundiais enquanto castigos permitidos por Deus para punição dos pecados dos homens constitui um dos pontos nevrálgicos das revelações de Nossa Senhora a Lúcia, Francisco e Jacinta em 1917. Esses três pastorzinhos de Aljustrel, aldeia do interior de Portugal, nunca tinham ouvido falar de “Rússia”, o imenso país que só a partir de então foi tomado pelo regime comunista e começou a espalhar “seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja…” (profecia de 13 de julho). Entre tais erros estão, por exemplo, o materialismo marxista e o ateísmo, que grassam pelos quatro cantos do mundo, tornando as pessoas cada vez mais imorais, insensíveis às graças de Deus e afastadas da Religião Católica.
O muito saudoso Prof. Plinio Corrêa de Oliveira [foto], principal colaborador de Catolicismo, abordou magistralmente essa trágica e crucial questão em um artigo publicado na nossa edição comemorativa do cinquentenário das aparições (maio de 1967), onde ele faz uma análise sucinta dos múltiplos aspectos das revelações de Fátima, nas quais, “falando aos pequenos pastores, quis Nossa Senhora falar ao mundo inteiro exortando todos os homens à oração, à penitência, à emenda de vida”.
Para esta edição de maio — mês por excelência de Maria e de Fátima — reproduzimos esse memorável artigo, inserindo apenas os subtítulos para melhor divisão e compreensão da temática.
Da Redação de Catolicismo
FÁTIMA,
NUMA VISÃO DE CONJUNTO
- Plinio Corrêa de Oliveira
1— Para se entender o conjunto de visões e comunicações com que Lúcia, Francisco e Jacinta foram favorecidos, é preciso ter em vista, antes de tudo, a doutrina católica sobre a comunhão dos santos. As preces e méritos de uma pessoa podem beneficiar outra. Assim, as orações, os sacrifícios e o holocausto da própria vida, oferecidos pelas três crianças, máxime depois de espiritualmente beneficiadas pelas aparições da Rainha de todos os Santos, é lógico que pudessem aproveitar a um grande número de almas, e até a nações inteiras. Nossa Senhora veio, pois, solicitar orações e sacrifícios aos três. A Jacinta e Francisco pediu também o holocausto da vida como vítimas expiatórias pelos pecados dos homens. A Lúcia pediu que ficasse neste mundo para o cumprimento de uma missão da qual adiante falaremos.
2— Outro pressuposto para a intelecção dos acontecimentos de Fátima é a mediação universal de Maria Santíssima. Ela atua, em todos, como a Medianeira suprema e necessária — por livre vontade de Deus — entre o Redentor ofendido e a humanidade pecadora. Mediadora, de outro lado, sempre ouvida, e enquanto tal exercendo uma verdadeira direção sobre os acontecimentos. Mediadora régia, que será glorificada com a vitória de seu Coração materno. O que é a mais requintada expressão da vitória do próprio Deus.
3— Falando aos pequenos pastores, quis Nossa Senhora falar ao mundo inteiro exortando todos os homens à oração, à penitência, à emenda de vida. De modo especial, falou Ela ao Papa e à Sagrada Hierarquia, pedindo-lhes a consagração da Rússia ao seu Coração Puríssimo.
4— Estes pedidos a Mãe de Deus os fez em vista da situação religiosa em que se encontrava o mundo na época das aparições, isto é, em 1917. Nossa Senhora apontou tal situação como altamente calamitosa. A impiedade e a impureza haviam dominado a Terra a tal ponto, que para punir os homens explodira a verdadeira hecatombe que foi a Primeira Grande Guerra. Essa conflagração terminaria em breve, e os pecadores teriam tempo para se emendar ao apelo de Fátima. Se esse apelo fosse ouvido, a humanidade conheceria a paz. Caso não fosse ouvido, viria outra guerra, mais terrível ainda. E, caso o mundo ainda continuasse surdo à voz de sua Rainha, uma suprema hecatombe, de raiz ideológica e de porte universal, implicando em uma grave perseguição religiosa, afligiria todos os homens, trazendo grandes provações para o Romano Pontífice: “A Rússia espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja… O Santo Padre terá muito que sofrer”.
5— Quebrada assim, ao longo de toda uma cadeia de calamidades, a dura cerviz da humanidade contemporânea, haverá, em larga escala, uma conversão das almas. Tal conversão será especificamente uma vitória do Coração Puríssimo da Mãe de Deus: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará…”. Será o reinado de Maria sobre os homens…
6— No intuito de mais eficazmente incitar a humanidade a acolher essa mensagem, Nossa Senhora fez ver aos seus três confidentes as almas condenadas ao inferno. Quadro trágico por eles descrito de modo admirável, e próprio a reconduzir à virtude os pecadores endurecidos. Essa visão lúgubre bem mostra quão profundamente estão enganados os que afirmam ser inadequada para os homens deste século a meditação sobre os tormentos eternos.
7— A fim de provar a realidade das aparições, e portanto a autenticidade da mensagem, a Virgem dispôs três ordens de acontecimentos:
a) Afluência de grande número de espectadores, no momento em que Ela falava aos videntes. Embora somente estes fossem os destinatários imediatos da mensagem, os circunstantes, fazendo uso de uma penetração psicológica comum, podiam certificar-se de que as três crianças não mentiam nem eram objeto de uma ilusão, ao afirmar que estavam em contato com Nossa Senhora, mas realmente ouviam um ser invisível para os outros, ao qual falavam.
b) O prodígio das transformações cromáticas e dos movimentos do sol. Esse prodígio se fez notar em uma zona tão maior do que o local das aparições, que não pode ser explicado por um fenômeno de sugestão coletiva (sumamente difícil de ocorrer, aliás, com as 50 a 70 mil pessoas que se achavam na Cova da Iria).
c) Confirmou-se a profecia de que, pouco depois das aparições de Fátima, a Primeira Guerra Mundial chegaria ao fim. Como igualmente se confirmou a profecia de que, não se emendando a humanidade, uma outra guerra mundial eclodiria. A luz extraordinária que iluminou os céus da Europa antes da segunda conflagração foi um fato observado em vários países e universalmente conhecido. A Senhora prevenira os videntes de que este seria o sinal da punição iminente. E pouco depois a punição veio.
d) A previsão do castigo supremo, que é a difusão do comunismo, começou a realizar-se pouco depois das aparições. É importante notar que a Santíssima Virgem anunciou que “a Rússia espalhará seus erros pelo mundo”, mas que, por ocasião dessa profecia — 13 de julho de 1917 — a expressão era mais ou menos ininteligível. Com efeito, o tsarismo acabava apenas de cair, substituído pelo regime ainda burguês de Kerensky, e não se podia saber quais seriam esses erros russos. Pois manifestamente não se tratava aí da difusão da religião greco-cismática, mumificada e privada de qualquer força de expansão. Assim, a ascensão dos marxistas ao poder na infeliz Rússia, no mês de novembro de 1917, já foi um eloquente começo de confirmação da profecia. Em seguida, o Partido Comunista russo iniciou a propagação mundial dos seus erros, o que acentuou ainda mais a coincidência entre o que a Virgem anunciara e o curso dos acontecimentos. Depois da Segunda Guerra Mundial, a expansão comunista se acentuou ainda muito mais, porque numerosas nações, subjugadas pela fraude e pela força, caíram sob domínio soviético. A URSS se converteu assim em um perigo mundial. E uma agressão comunista é hoje como que uma espada de Dâmocles suspensa sobre o Ocidente. Desse modo, a ameaça formulada por Nossa Senhora, que poderia parecer confusa e inverossímil em 1917, se apresenta como um perigo que faz estremecer toda a Terra.
Comunismo, expressão doutrinária e institucional da amoralidade
Ante estas afirmações de uma grandeza apocalíptica, é preciso fazer uma observação. O mundo de hoje se vai dividindo cada vez mais em duas famílias de almas. Uma considera que a humanidade é presa de um feixe de erros e de iniquidades, as quais começaram na esfera religiosa e cultural com o humanismo, a Renascença e a Pseudo-Reforma protestante. Tais erros se agravaram com o iluminismo e o racionalismo, e culminaram na esfera política com a Revolução Francesa. Do terreno político passaram eles para o campo social e econômico, no século XIX, com o socialismo utópico e com o socialismo dito científico.
Com o advento do comunismo na Rússia, toda essa congérie
[série]
de erros passou a ter um começo de transposição, incipiente mas maciça, para a ordem concreta dos fatos, nascendo daí o império comunista moloch que vai desde o coração da Alemanha até o Vietnã, e cuja unidade (a divisão em “linha russa” e “linha chinesa” não passa de um bluff propagandístico) é indiscutível.*
Ao mesmo tempo, sobretudo a partir da Grande Guerra, a moralidade se pôs a declinar com rapidez espantosa no Ocidente, preparando-o para a capitulação ante o comunismo, o qual é a mais audaciosa expressão doutrinária e institucional da amoralidade.
A concepção histórica contida nessas considerações se encontra exposta no artigo “A cruzada do século XX”, publicado no primeiro número desta folha. Procuramos dar-lhe um mais amplo desenvolvimento no ensaio Revolução e Contra-Revolução, que Catolicismo estampou em seu nº 100. Por fim, encontra-se ela enunciada com grande elevação e clareza no histórico documento em que duzentos Padres do II Concílio Ecumênico do Vaticano, por iniciativa dos Exmos. Revmos. Srs. D. Antônio de Castro Mayer e D. Geraldo de Proença Sigaud, pediram uma nova condenação do marxismo. Para as incontáveis almas de todos os estados, condições de vida e nações, que condividem este modo de pensar, a mensagem de Fátima é tudo quanto há de mais coerente com a doutrina católica e com a realidade dos fatos.
Fátima, divisor de águas das mentalidades contemporâneas
Há também outra família de almas, para a qual os problemas do mundo contemporâneo pouca ou nenhuma relação têm com a impiedade (considerada enquanto desvio culposo da inteligência) e a imoralidade. Nascem eles exclusivamente de equívocos involuntários, que uma boa difusão doutrinária e um conhecimento objetivo da realidade podem dissipar. Esses equívocos resultam, aliás, de carências econômicas. Filhos da fome, morrerão quando no mundo não houver mais fome. E não morrerão antes disto. Com o auxílio da ciência e da técnica, a crise da humanidade se resolverá.
Não só isto. Não havendo como nota tônica das catástrofes e dos perigos em meio aos quais nos debatemos, o fator culpa, a noção de um castigo universal se torna incompreensível. Tanto mais quanto, para esta família de almas, o comunismo não é intrinsecamente mau, e com ele são possíveis acomodações que evitem incômodas perseguições.
É claro que por amor à brevidade a descrição dessas duas famílias de almas esquematiza algum tanto o panorama. Entre uma e outra há muitas gamas. Não haveria porém espaço para retratá-las aqui. Na medida em que qualquer das correntes intermediárias se aproxima de um polo ou do outro, para ela se vai tornando compreensível ou incompreensível a mensagem de Fátima. Fátima se encontra pois, neste sentido, como um verdadeiro divisor de águas das mentalidades contemporâneas.
De qualquer forma, exceção feita da parte ainda mantida em segredo, os pedidos, as admonições, as profecias (todos com mero caráter de revelações particulares, é bem de ver…) da Cova da Iria estão lançados e em larga via de confirmação. Aos céticos dizemos: Qui vivra verra… [Quem viver verá].
A Consagração da Rússia atendeu ao que foi pedido em Fátima?
Dar-se-ão os acontecimentos previstos em Fátima, e ainda não realizados até aqui? É a pergunta que a humanidade contemporânea faz. Em princípio, não há como duvidar. Pois o fato de uma parte das profecias já se haver realizado com impressionante precisão prova o caráter sobrenatural delas. E, provado tal caráter não há como pôr em dúvida que a mensagem celeste se cumpra até o fim.
Mas, poderia alguém objetar, as profecias de 13 de julho de 1917 têm um cunho condicional. Elas se realizariam caso o Papa e, em união com ele, os Bispos fizessem a consagração da Rússia e do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Ora, tal consagração foi feita por Pio XII quanto ao mundo (em 1942) e quanto à Rússia em particular (1952). Logo, é de esperar que os castigos previstos pela Senhora do Rosário não ocorrerão…
A esta objeção duas respostas podem ser dadas.
Primeiramente, conforme palavras de Nosso Senhor à Irmã Lúcia, em 1943, por ela referidas em carta ao Bispo titular de Gurza, a consagração do mundo feita por Pio XII, se bem que tenha sido do divino agrado, não preencheu todas as condições formuladas pela Mãe de Deus. Em consequência, parece discutível que tal consagração tenha por efeito afastar as calamidades previstas. A essas palavras comunicadas por Nosso Senhor à Irmã Lúcia cumpre dar todo o crédito, pois, tendo ela ficado nesta vida com uma missão concernente à mensagem de Fátima, é normal que receba do Céu comunicações dessa natureza, próprias a orientar o mundo sobre a interpretação a ser dada à mesma mensagem, bem como sobre a relação desta com o desenrolar dos acontecimentos. E por isto mesmo é normal também que Jesus e sua Mãe deem à Religiosa fiel e tão amada pelos Sagrados Corações toda a assistência para que desempenhe essa missão sem cair em erro nem induzir ao erro a humanidade.
Em segundo lugar, sobreleva notar que, na Cova da Iria, Nossa Senhora formulou duas condições, ambas indispensáveis para que se desviassem os castigos com que Ela nos ameaçava.
E a prática da Comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados?
Uma dessas condições era a consagração. Digamos que esta tenha sido realizada da maneira pedida pela Santíssima Virgem. Resta a segunda condição: a divulgação da prática da Comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados. Parece-nos evidente que essa devoção não se propagou até hoje pelo orbe católico na medida desejada pela Mãe de Deus.
E há ainda outra condição, implícita na mensagem, mas também ela indispensável: é a vitória do mundo sobre as mil formas de impiedade e de impureza que o vêm dominando. Tudo indica que essa vitória não foi alcançada, e, pelo contrário, que nos aproximamos cada vez mais do paroxismo nesta matéria. Assim, uma mudança de rumo da humanidade se vai tornando cada vez mais improvável. E, à medida que caminhamos para esse paroxismo, mais provável se vai tornando que estejamos caminhando para a efetivação dos castigos…
Cumpre aqui fazer uma observação. É que, a não serem vistas as coisas assim, a mensagem de Fátima seria absurda. Pois se Nossa Senhora afirmou em 1917 que os pecados do mundo haviam chegado a um tal cúmulo que clamavam pelo castigo de Deus, não pareceria lógico que esses pecados continuassem a crescer durante 50 anos, o mundo se recusasse obstinadamente e até o fim a ouvir o que lhe foi dito em Fátima, e o castigo não viesse. Seria o mesmo que se Nínive não tivesse feito penitência e, contudo, as ameaças do Profeta [Jonas] não se verificassem.
De mais a mais, a própria consagração pedida por Nossa Senhora não teria por efeito afastar o castigo se o gênero humano continuasse cada vez mais aferrado à impiedade e ao pecado. Pois enquanto tal se desse, a consagração conservaria algo de incompleto e despido de conteúdo real.
Em resumo, desde que não se operou no orbe a imensa transformação espiritual pedida na Cova da Iria, vamos cada vez mais caminhando para o abismo. E, à medida que caminhamos, aquela transformação se vai tornando sempre mais improvável.
Sem conversão real ao catolicismo, a perspectiva do castigo
Entra aqui o famoso assunto da parte ainda não revelada do segredo de Fátima [NdR: note-se que o presente artigo foi publicado em maio de 1967]. Conterá ela talvez palavras de perdão e de paz que nos deixem esperar uma indefinida impunidade para esse indefinido crescimento da impiedade e da impureza? A isto devemos dizer, desde logo, que não conseguimos perceber o que haja de piedoso em tal ideia. Em situações análogas — de um mundo surdo e recalcitrante até o fim — as almas santas do Antigo e do Novo Testamento sempre preferiram a misericórdia à justiça, e o perdão ao castigo. Mas sempre preferiram o castigo ao espetáculo da impiedade vitoriosa escarnecendo impunemente e por tempo indefinido da majestade de Deus.
Ademais, parece absurdo admitir que Nossa Senhora tenha feito uma mensagem pública asseverando que sem emenda de vida o mundo incorreria em terríveis castigos, e uma mensagem privada na qual afirmasse de um ou de outro modo que na mesma hipótese ocorreria o contrário.
O que importa é, pois, rezar, sofrer e agir para que a humanidade se converta. E isto com redobrado empenho, porque senão o castigo está às portas.
Um segredo é um segredo. E, em boa lógica, ninguém pode tirar deduções do seu conteúdo, já que não o conhece.
Entretanto, não é fora de propósito fazer aqui uma conjetura. A parte ainda não divulgada do segredo provavelmente contém pormenores assustadores sobre o modo pelo qual se cumprirão os castigos anunciados em Fátima. Pois só assim se explica por que possa parecer duro publicá-la. Se ela contivesse perspectivas distensivas, tudo leva a crer que já estaria publicada.
A perspectiva apaziguadora, atraente, majestosa e empolgante
É bom que, ao fim destas reflexões, nosso espírito se detenha na consideração das perspectivas últimas da mensagem de Fátima. Para além da tristeza e das punições supremamente prováveis, para as quais caminhamos, temos diante de nós os clarões sacrais da aurora do Reino de Maria: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. É uma perspectiva grandiosa de universal vitória do Coração régio e maternal da Santíssima Virgem. É uma promessa apaziguadora, atraente e sobretudo majestosa e empolgante.
Para obviar o castigo na tênue medida em que é obviável, obter a conversão dos homens na fraca medida em que segundo a economia comum da graça ela é ainda obtenível antes do castigo, para apressar o quanto possível a aurora bendita do Reino de Maria, e para nos ajudar a caminhar no meio das hecatombes que tão gravemente nos ameaçam, o que podemos fazer? Nossa Senhora no-lo indica: o afervoramento na devoção a Ela, a oração, a penitência.
Para estimular-nos à oração, revestindo-Se sucessivamente dos atributos próprios às invocações de Rainha do Santíssimo Rosário, de Mãe Dolorosa e de Nossa Senhora do Carmo, Ela nos indicou quanto Lhe é grato ser conhecida, amada e cultuada por esta forma.
Outrossim, insistiu a Virgem de Fátima de modo muitíssimo especial sobre a devoção ao seu Imaculado Coração. Referiu-se Ela a seu Coração sete vezes nas suas mensagens (e Nosso Senhor, nove).
Assim, o valor teológico, aliás já tão comprovado, da devoção ao Imaculado Coração de Maria, encontra em Fátima uma preciosa e impressionante corroboração. De outro lado, a insistência da Santíssima Virgem prova à evidência a altíssima oportunidade dessa devoção.
Quem toma a sério as revelações de Fátima deve, pois, inscrever o incremento da devoção ao Coração Puríssimo como um dos mais altos desideratos de um sadio aggiornamento da piedade.
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Nota da Redação:
*Este artigo foi escrito na década de 1960, daí apresentar um mapa geopolítico diferente daquele dos dias de hoje quanto à Alemanha, mas não em relação ao Vietnã, que continua sob o jugo do comunismo.
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