A disputa eleitoral, ora em curso no Brasil vem, mais uma vez, mostrar a força do conservadorismo em nossa Pátria.
Matéria publicada hoje na BBC (1) procura tratar do “Brasil profundo”, posto em foco, tantas vezes, pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em entrevistas ou artigos na Folha. Sim, existe um Brasil profundo que é alicerce, muralha e esperança de nossa Pátria.
Pesquisas eleitorais captam a superfície da realidade
Os chamados institutos de pesquisas, — que não passam de empresas — conseguem, na melhor das hipóteses, detectar dados de superfície. Claro, estamos supondo pesquisas científicas de consulta ao público sem viés de esquerda; mesmo nesse caso, repetimos, os dados colhidos são de epiderme e não revelam as causas mais profundas que movem nosso eleitorado. Vejamos.
O Brasil profundo
Escapa a essa regra de conduta superficial de certas Empresas o trabalho em que pesquisadores do Instituto Federal da Bahia desenvolveram “estudos sobre como os valores do pensamento bolsonarista se enraizaram com bastante apelo em amplos setores do país.”
Segundo a notícia da bbc (Brasil) esses pesquisadores afirmam que “o bolsonarismo têm conseguido dialogar com novas camadas populares — de evangélicos a trabalhadores de aplicativos — e com o “Brasil profundo” do interior do país com uma eficiência maior do que a esquerda em sua mensagem.”
Faço aqui um adendo, uma retificação ao bem fundamentado trabalho desses quatro pesquisadores: não se trata apenas de afirmar que a direita tem “uma eficiência maior que a esquerda em sua mensagem“; a esquerda é incapaz por sua ideologia sectária, ácida, reinvidicativa de dialogar com o Brasil autêntico, com o Brasil que ressurge, com todos aqueles que bradam: “quero meu Brasil de volta”.
Fábio Baldaia afirma que os elementos “daquilo que a gente chama de “Brasil profundo” que podem ser traduzidos como uma ideia de conservadorismo” (…) São elementos relacionados à manutenção da ordem, à família, a uma certa visão da segurança pública que ainda estão no Brasil com bastante força.”
Essas conclusões verdadeiras a que chegam os pesquisadores, citados pela bbc, nos convidam a retroceder algum tanto na História do Brasil, em sua reação católica e anticomunista.
Nosso conservadorismo vem de décadas
É certo que a reação contra as esquerdas tomou outro vigor a partir das manifestações populares em 2013. Entretanto, a reação conservadora brasileira é, em certo sentido, quase secular. Convido os leitores a percorrerem as páginas do livro O Cruzado do Século XX, do prof. Roberto de Mattei, com abundante documentação sobre a reação católica e anticomunista no Brasil do século XX. https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Cruzado0000INDICEGERAL.htm#.YUuz5uySmMq
Outro documentário, publicado recentemente, Minha Vida Pública, atesta a força do conservadorismo brasileiro, ao relatar os feitos do Prof. Plinio e da TFP na luta contra o comunismo e a esquerda católica no Brasil. https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Minha_Vida_publica/MVP_01_Indice.htm
Mais um livro provando a força conservadora no Brasil
Um livro que constata fatos, comenta John Horvat II:
“Não me lembro de ter visto um autor que reconhecesse com tamanha clareza a obra de Plinio Corrêa de Oliveira.
“O autor não poderia apresentar credenciais mais revolucionárias. Trata-se de um personagem bem esquerdista, Benjamin Cowan [foto abaixo], professor de história na Universidade da Califórnia, em San Diego. Estudou em Harvard e em outras universidades prestigiosas, especializou-se em estudos de conservadorismo e ideologia de gênero. De fato, ele não poderia ser mais contrário à luta de Plinio Corrêa de Oliveira, o que não o impede de reconhecê-lo em toda a sua estatura.
“O aspecto extraordinário do livro é o reconhecimento do papel vital do Brasil no impacto espetacular que a direita religiosa mundial vem obtendo, em cujo cerne estão Dr. Plinio e as Sociedades de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). (…)
Popularidade dos ideais conservadores
“Segundo Cowan, é preciso responder a esta pergunta, pois a ‘dramática’ situação política atual nada tem a ver com as travessuras de Trump, de Bolsonaro ou de políticas de direita. Tudo isso lhe parece muito superficial, uma vez que o alarmante é a popularidade dos ideais conservadores, representando algo muito profundo, que a maioria dos estudiosos não se preocupa em estudar. E aponta algumas razões pelas quais a esquerda deve se preocupar. Delas destaco três:
1 — “A construção do conservadorismo cristão transnacional se tornou talvez, política e culturalmente, o fenômeno mais influente de nosso tempo”. Ou seja, a direita religiosa é uma força poderosa que deve ser levada em conta.
2 — O que era considerado reacionário e fundamentalista há 50 anos agora é moeda corrente. Todos falam de questões religiosas e morais. Ora, isso não era para acontecer. Esses temas deveriam ter sido resolvidos (enterrados) nos anos de 1960.
3 — Os conservadores brasileiros, trabalhando com correligionários no exterior, lançaram as bases para a normalização da agenda religiosa conservadora no cenário internacional.
Benjamin Cowan diz que os brasileiros não foram os únicos a criar o conservadorismo religioso moderno, mas desempenharam papel essencial nessa criação e que isso foi até agora amplamente ignorado pelos acadêmicos. Em outras palavras, ele diz que as circunstâncias deixaram a esquerda em situação difícil. Como chegamos a este ponto? Isso não se deu da noite para o dia, e um dos caminhos para se chegar até onde chegou foi traçado no Brasil por Plinio Corrêa de Oliveira.” (2)
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Têm razão os pesquisadores Instituto Federal da Bahia, citados pela BBC, quando apontam a força do conservadorismo brasileiro, o Brasil profundo que a esquerda não consegue captar e influenciar.
Para as esquerdas, esse conservadorismo é preocupante — o alarmante é a popularidade dos ideais conservadores, representando algo muito profundo, que a maioria dos estudiosos não se preocupa em estudar, segunda as palavras do Prof. Benjamin Cowan.
Esse conservadorismo, sua continuidade e crescimento por décadas revela um auxílio da Providência Divina para a Terra de Santa Cruz. Para lá deve rumar o Brasil: somos o alicerce, a muralha e a esperança de nossa Pátria.
Qual seria o vigor desse conservadorismo católico e anticomunista se a CNBB tivesse adotado a linha e pensamento dos Papas que condenaram reiteradamente o socialismo e o comunismo? Pergunta oportuna e muito atual. O Brasil possui o maior “colégio eleitoral” católico do Orbe. O que nos falta então? Bispos anticomunistas para guiarem o rebanho de Cristo.
Nossa Senhora Aparecida e o Cristo Redentor abençõem essa Pátria e a torne indomável na conquista de sua providencial missão: Esse ainda será um grande País!
(1) https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63126644
(2) https://ipco.org.br/a-gesta-de-plinio-correa-de-oliveira-continua-viva/