A Reconquista do Brasil: Insurreição Pernambucana, afirmação do sentimento católico e brasilidade – I

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A Insurreição Pernambucana é, certamente, um dos episódios mais gloriosos da nossa afirmação de brasilidade. Afirmação de Fé, Patriotismo, Brasilidade. As três raças se uniram, em perfeita comunhão, em defesa da Fé, em defesa de nosso Brasil.

E venceram o inimigo invasor.

Em 1648 os holandeses são expulsos do Brasil: é a gloriosa Insurreição Pernambucana

Um exército holandês contra a pequenina Olinda

Lembramos, a Holanda era uma potência marítima no século XVII. Sua fracassada tentativa de se apossar da Bahia levou-a a armar uma poderosa esquadra que desponta em Olinda, em 1630. 70 navios, 3500 soldados, 1200 canhões, 3780 marinheiros.

O comandante português, Mathias de Albuquerque, consegue arregimentar 700 homens para a defesa da cidade. Após renhida batalha, com a superioridade em homens e armas, os holandeses tomam Olinda.

O comandante Mathias de Albuquerque retira-se com seus soldados para Recife, quardada por duas fortalezas.

Veremos, como o dominio holandês em Pernambuco, as atrocidades batavas contra a Religião Católica levaram nossos maiores à Insurreição Pernambucana, que não cessa até que os holandeses sejam defintivamente expulsos em 1648.

Afirmou-se o Brasil, nossa nacionalidade, nosso patriotismo, o triunfo de nossa Fé sobre os hereges holandeses.

Primeiras atrocidades contra os católicos

Os holandeses ocuparam Olinda, após renhida batalha, desigual em armas e homens para os nossos brasileiros.

“Arrombaram as portas da igreja da Companhia de Jesus, quebraram as imagens, profanaram os vasos sagrados e roubaram peças de grande valor. Queimaram inúmeras casas e derrubaram outras para fazerem trincheiras com as madeiras” (1)

Os indios tapuias e potiguares aliaram-se aos holandeses. Guia­vam-nos pelos matos. Cometeram então, índios e fla­mengos, os mais hediondos crimes contra a católica popula­ção do Nordeste. Com efeito, estes gentios, “esquecidos de que haviam sido criados entre nós e aos peitos da Santa Madre igreja, com os quais se trabalhou tantos anos em os doutrinar na Santa Fé Católica, vivendo êles dantes como ani­mais brutos e havendo-os os portugueses conservado com tanto amor em suas aldeias, livrando-os de serem cativos, logo ao ponto se meteram com os holandeses com os quais saiam em tropas com suas armas, mostrando-lhes os caminhos que êles não sabiam e esquadrinhando os ma­tos, por entre os quais muitos moradores estavam escon­didos com suas famílias, e ali os matavam e roubavam, não perdoando a mulheres nem meninos, escreveu Diogo Lopes de Santiago. (2)

Sacrilégios e pilhagens de igrejas

Começaram os holandeses a entrar pela terra dentro com êste favor dos indios, e chegaram às casas dos moradores, e em suspeitando que teriam dinheiros, ou jóias de ouro ou prata, lhes levantavam falsos testemunhos e os acusavam de traidores e lhes davam cruéis tormentos, metendo-lhes os pés em azeite e breu fervendo, e a outros enforcando-os pelos braços ou pelos pés, e a outras metendo-lhes os dedos nos fechos das carabinas, que obrigados pelos tormentos davam o que tinham e prometiam o que não tinham, e a muitos dos moradores enforcaram, de­golaram e arcabuzaram” (3)

A 2 de maio de 1636, o general holandês Sigismundo Van Schkoppe partiu de Serinhaém ou Vila Formosa, junta­mente com os coronéis Artichofsky e Guilherme Schotte. Le­vavam mil soldados e muitos indios. Flamengos e selvagens foram matando a todos que encontravam pelos caminhos. (…) Continuaram os hereges holandeses a sua caminhada, chegando a Ipojuca, onde prenderam o Padre Pantaleão Alves, entregando-o aos tapuias, que o despeda­çaram imediatamente.

O Sacerdote preparava-se para a Missa, pois era dia santo. Vários fiéis que aguardavam o santo Sacrifício, tiveram a mesma sorte. Em Muribeca os indígenas mataram 8 homens, aos quais obrigaram a abrir as próprias sepulturas, lançando-os nelas ainda vivos. (…) Roubaram as igrejas, fa­zendo de seus ricos ornamentos caprazões de seus cavalos, bebendo pelos cálices sagrados, fazendo em pedaços as ima­gens de Nossa Senhora e dos Santos que tanto veneramos” (4)

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Diogo Lopes de Santiago em seu citado livro, Frei Manuel Calado em sua obra O Valeroso Lucideno nos dão abundante documentação sobre essa primeira fase do domínio holandês em Pernambuco. Mostram, também, que os católicos pernambucanos não cediam ante as atrocidades, não aceitavam a apostasia. Antes, resistiam bravamente, heroicamente e certamente temos aí muitos mártires da Fé.

Veremos no próximo Post o governo de Mauricio de Nassau, enviado pela Holanda para governar e subjugar Pernambuco. Estava feito o enclave protestante holandês na Terra de Santa Cruz.

Mas a Virgem Maria suscita a reação e dará vitória final aos brasileiros nas batalhas do Monte das Tabocas e em Guararapes. O Brasil triunfou e a nacionalidade se afirmou.

Brasileiros, já vencemos outras batalhas; brasilidade, patriotismo, Fé nos levarão a vencer as esquerdas que tentam subjugar nosso Brasil às garras do comunismo internacional. Dentro da Lei, observando o Direito Natual a Providência Divina nos guiará.

(1) História da Guerra de Pernambuco e Feitos Memoráveis do Mestre de Campo João Fernandes Vieira, de Diego Lopes de Santiago, edição da Secretaria do Interior, Recife, 1943 pp 34 a 36)

(2) Idem, pp 117

(3) Idem, pg 118

(4) Idem, pg 130

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