Muletas digitais não resolvem

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Vítimas de uma sociedade sem princípios nem moral, adolescentes buscam refúgio na parafernália digital e acabam perdendo o rumo de suas vidas. A solução, porém, está fora e acima da técnica moderna.

Tem sido muito comentada a espantosa decadência do ensino nas escolas, fruto de fatores vários, entre os quais as classes mistas, a estatização dos currículos e a introdução neles de temas sexuais, o igualitarismo entre professores e alunos, o permissivismo moral – para só citar alguns.

Diante dessa situação calamitosa, alguns têm proposto como remédio, ou ao menos como paliativo, que se proceda a uma crescente inserção de recursos da informática entre os alunos.

Computadores, celulares, smartphones, ipods, tablets e não sei mais o quê, facilitariam a concentração nos trabalhos escolares, ademais de permitir uma pesquisa rápida e eficiente nas redes sociais, como facebook, twitter e outras do gênero. Ledo engano!

Bipes, vibrações, luzes… adeus à atenção

Pesquisa do Pew Internet & American Life Project entrevistou 2.462 professores dos ensinos fundamental e médio nos EUA e concluiu que “a vasta maioria concorda que as atuais tecnologias estão criando uma geração que se distrai com facilidade e só consegue se concentrar por breves intervalos de tempo”.

Elas contribuem mais para distrair os alunos do que para o seu desempenho escolar (Larry Rosen, “Geração desconcentrada”, “O Estado de S. Paulo”, “Link” (Suplemento de Informática), 19-11-12.

Comentando a pesquisa, Larry Rosen, professor de psicologia da Universidade da Califórnia, diz:

“Recentemente, minha equipe de pesquisa observou 263 alunos dos ensinos médio e superior estudando em casa por 15 minutos. A cada minuto, anotávamos o que eles faziam: se estavam estudando, trocando mensagens de celular, se havia um som ou uma TV ligados, se estavam diante de um PC e quais sites visitavam. Verificamos que eles só conseguiam se dedicar às tarefas por períodos de três a cinco minutos, em média, antes de perder a concentração. De maneira geral, a distração era causada pela tecnologia, incluindo: (1) a presença de dispositivos, como iPods, laptops e smartphones, no local de estudo; (2) as trocas de mensagens de texto; (3) os acessos ao Facebook.

“Os alunos que entravam no Facebook uma vez durante os 15 minutos tinham notas mais baixas. Isso significa que as mídias sociais afetam negativamente a concentração e a atenção temporárias, e também o desempenho escolar.

“Pesquisados milhares de estudantes, eles disseram que, alertados por um bipe, uma vibração, uma luz piscando, eles se sentem compelidos a responder a esse estímulo.

“Disseram que são perturbados por pensamentos como: ‘Será que alguém comentou o post que deixei no Facebook?’. Ou: ‘Será que o meu amigo respondeu ao SMS que mandei há cinco minutos?’.

“Três quartos dos adolescentes e jovens checam os dispositivos a cada 15 minutos ou menos, e, quando não podem fazê-lo, ficam extremamente ansiosos. E a ansiedade inibe a aprendizagem”.

Nudez, solidão, perda do controle

Uma outra pesquisa, intitulada “Nós, jovens brasileiros”, feita pelo Portal Educacional, mapeou o comportamento de quatro mil estudantes brasileiros de 13 a 17 anos, de 60 escolas particulares de todo o País (“O Estado de S. Paulo”, 2-12-12).

“Um dos dados mais preocupantes é que 6% deles já apareceram nus ou seminus em fotos na rede e o mesmo porcentual já mostrou partes íntimas de seu corpo para desconhecidos por meio de webcam. Outros 3% já pensaram em se exibir dessa forma”.

Maria Rita Nunes, 15 anos, permanece “cerca de seis horas diárias em frente ao computador de casa, sem contar as espiadas na internet do celular durante o intervalo das aulas no Colégio Santa Maria. Não raro, ela troca o tempo do sono da madrugada para assistir algum vídeo publicado por algum amigo ou para postar no Twitter”.

Caio Cardoso Fossati, 15 anos, “conta que um de seus amigos recebeu de uma paquera uma foto dela nua. Achava que era uma forma de atraí-lo, mas o assunto virou piada entre amigos”.

Ivanna Castelli, 13 anos, estudante do 8.º ano do ensino fundamental, diz que várias de suas amigas se expuseram dessa forma. “Algumas queriam aparecer e outras atenderam ao pedido do namorado. O problema é que isso sempre espalha, e elas acabam se arrependendo”.

Para Carmen Neme, professora do programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), “a questão é que os adolescentes estão sozinhos. Nunca se viveu de maneira tão solitária como agora. Os pais estão longe, e a internet parece suprir a ausência”.

Conta Cesar Marconi, diretor do Colégio Mary: “Tem aluno que chega morrendo de sono, não consegue se concentrar e, ao ser questionado, diz que não dormiu porque ficou na internet a noite toda. Ao serem convocados, diz Marconi, oito em cada dez pais dizem conhecer essa rotina. Mas admitem que não conseguem mais controlar”.

Uma outra pesquisa divulgada pela Fundação Telefônica — o estudo mapeou o comportamento de crianças e jovens frente às telas de computador, celular e televisão — “mostrou que 58,6% das crianças e 76,5% dos jovens acessam a rede sozinhos. O computador, revelou a pesquisa, se localiza preferencialmente no quarto da criança (37,6%) ou do adolescente (39,3%). Quanto à orientação, 31,7% dos jovens declararam que seus pais não costumam fazer nada em relação às atividades que desenvolvem na internet”.

Solução certa e admirável

Não passa de perniciosa ilusão a ideia de que o mundo moderno poderá trazer respostas “mágicas” para os problemas que ele mesmo criou. Elas só agravam a situação.

É claro que um certo número de jovens utiliza bem esses recursos, não só para enriquecer seus conhecimentos, mas também para a luta contra os males do mundo revolucionário, combatendo o aborto, o laicismo e outras chagas contemporâneas. Merecem aplauso e apoio. Mas eles constituem minoria.

A solução para uma juventude estropiada pelos desvarios modernos não está em oferecer-lhe muletas digitais.

Os males de que padecem os jovens lhes vêm de uma sociedade toda ela gangrenada pela falta de princípios sãos, que colocou o prazer da vida como meta da existência.

Em outras palavras, sem uma reforma dos costumes segundo os parâmetros da moral católica tradicional não se voltará, na sociedade globalmente considerada, à sanidade mental e psicológica de outrora.

O leitor perguntará: uma reforma moral ainda é possível, ou não passa de quimera bem intencionada? Se detivermos nosso olhar nos acanhados limites traçados pelas forças meramente humanas, de fato não se vê solução no horizonte.

Mas se sondarmos o Coração Imaculado de Maria – que chora pelos nossos desvarios com o desejo imenso de remediá-los – tudo é possível obter.

Desde que tenhamos plena confiança na ação poderosa de suas lágrimas e estejamos dispostos a tudo sofrer, segundo o panorama traçado por Ela mesma em Fátima. Tal é a solução certa e admirável.

9 COMENTÁRIOS

  1. Aqui um clipe que está sendo veiculado na MTV Brasil, mostra imagens de satanismo, como pentagrama, o olho que tudo vê, a pirâmide Illuminat, a cruz invertida que neste caso não se refere a cruz do Herdeiro de Pedro, a letra sobre morrer jovem… Amigos cada vez mais o satanismo está sendo mais explícito. Por que acham que a maçonaria está se abrindo ao mundo? Para implantar a Nova Ordem Mundial (Socialista).

    “Ouço seu coração bater ao ritmo dos tambores
    Oh, que pena que você trouxe alguém com você
    Então, enquanto você estiver em meus braços
    Vamos aproveitar a noite ao máximo
    Como se fossemos morrer jovens
    Vamos morrer jovens
    Vamos morrer jovens

    Vamos aproveitar a noite ao máximo
    Como se fossemos morrer jovens (bis)

    Corações jovens, descontrolados
    Correndo até não nos restar mais tempo
    Crianças selvagens, bonitas
    Vivendo ao extremo, do jeito que deveríamos
    Não se importe com quem está observando
    Quando estivermos detonando
    Essa mágica que temos ninguém pode tocar

    Procurando alguma encrenca hoje à noite
    Pegue minha mão e lhe mostrarei o lado selvagem
    Como se fosse a última noite de nossas vidas
    Vamos continuar dançando até morrermos

    Jovens galãs, tomando doses de bebidas
    Tirando as meias sujas
    Música alta, esquentando
    Me beije, me dê tudo que você tem
    Está bem óbvio que você está apaixonado
    Essa mágica nas suas calças está me deixando vermelha

    Ouço seu (…)

    Procurando alguma encrenca hoje à noite
    Pegue minha mão e lhe mostrarei o lado selvagem
    Como se fosse a última noite de nossas vidas
    Vamos continuar dançando até morrermos

    Ouço seu (…)”

    Essa música satânica ficou no topo das paradas americanas por 11 semanas seguidas, segundo a Billboard. Porém, depois do massacre na escola Sandy Hook, que matou 26 pessoas – entre elas 20 crianças -, deixou gradativamente de ser tocado nas rádios do país norte-americano.

    http://www.youtube.com/watch?v=UF-6cc2m2z4&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DUF-6cc2m2z4&has_verified=1

    http://br.omg.yahoo.com/blogs/remix/m%C3%BAsica-die-young-da-ke-deixa-ser-tocada-194101552.html

    A Jornada Mundial da Juventide é uma boa oportunidade para combater o mal e resgatar os jovens para Cristo.

  2. Esta matéria é até uma boa chamada para alertar os pais que não querem ter
    o trabalho de educar.Os filhos são criados como ervas do campo.
    A vida requer esforço e avanço em toda caminhada.
    Qual será o futuro destas crianças? É uma pena.
    Visita a psicanalista não adianta. O que impõe é a educação desde que nasce.
    Ninguém vai desafiar a vida por ninguém.
    Nós é que precisamos ter responsabilidade.

  3. Estamos vivendo em uma geração de jovens perdidos sem rumo, sem moral ou ética, um bando de desnorteados, influenciados pela tecnologia moderna, que se for utilizada pelo bem é ótima, mas os jovens só a utilizam para fins banais, prostituição, exposição do corpo etc. E pior é que os pais de hoje já são de uma geração anos 60, pouco se importam com a educação moral de seus filhos, dai este triste e lamentável fato que ocorre na sociedade:-assaltos, prostituição, drogas, assassinatos, homossexualismo, lésbicas, etc. Tudo isto acredito que é falta de Deus nos corações, porque não se vê mais jovens nas igrejas buscando uma educação mais profunda, mais digna de um ser humano. Esmeraldo.

  4. A degradação da sociedade e do mundo não é de hoje, é de muito tempo atrás com o agravamento por conta de eventos e mais eventos em que se evocam o filho das trevas tal como o “woodstock”, em que se pregavam o “amor livre” e com isso chamaram para si doenças também, como a AIDS, a piora de tudo isso veio por meios de comunicações anticristãos somos esmagados se hoje falarmos em moralidade para nossos filhos, pois o governo nos dá as imoralidades para passarmos para eles,não podemos corrigi-los por causa da lei da palmada.Os nossos idosos, que em tempos idos ensinavam aos seus netos orações belíssimas, estão hoje em viagens e praias, se não de fio dental, mas em praias de nudismos é a degradação dos idosos também.A serpente maligna não pára, não dorme e não se cansa, ainda mais hoje, em que as mídias do anticristo pregam aos berros que o demônio não existe, e fez da terra seu paraíso(inferno?) e age do jeito que quer sem que ninguém perceba que se trata do filho das trevas.Acordai e vigiai, orai também, se acharem que é importante(ironia).QUE O VOSSO CORAÇÃO IMACULADO TRIUNFE SANTA MÃE DE DEUS E PISE NA CABEÇA DO MONSTRO INFERNAL.AMÉM.

  5. … e além de utilizarem as tais “muletas digitais” , esses jovens perderam a INFÂNCIA , não
    foram adequadamente preparados para a adolescência e certamente serão adultos agres-
    sivos e INSEGUROS. O mais triste; sequer sabem interpretar um têxto , não têm discernimen-
    to , são , INFELIZMENTE , um sub-produto da tecnologia mal utilizada.
    REFLEXÃO : 1) não serão os pais os maiores responsáveis ao facilitar as “máquinas” aos seus
    filhos ??? 2) a metodologia adotada na EDUCAÇÃO é a mais adequada ??? Um monte de
    informações que na verdade são DEFORMAÇÕES , ( amoral , aética , midiática ……)
    ACORDA BRASIL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  6. Quando li o livro “ESCOLA DOS BÁRBAROS” ele me fez compreender a tendencia internacional da pedagogia socialista. É praticamente o que diz este texto. Diz as autoras que a ideologia, que deveria ser CIENCIAS DAS IDÉIAS, mas que encontrou resistencias na religião, na filosofica e nas ciencias, mas não encontrou na politica, da qual se aproveitam os socialistas. Para menterem-se no poder, chantageiam, trapasseiam, e buscam através das escolas atingir as familias e a toda sociedade. a medicridade educacional, onde os alunos não tenham que reciocinar, refletir, calcular, os mantém numa tabula rasa, prejudicando-lhes os futuros e consequentemente torná-los massa de manobra. Desta forma, como vemos acontecer dia por dia, as ideologias sociaiistas, além de manter esta corja no poder de mando, ainda vinculam os votos a assistencialismos, como também vemos acontecer em nosso país.
    Quem puder procure em sebos, pois o livro não constam de livrarias. Ele demonstra, porém, um caminho: o de ensinar sistematicamente nossas crianças a ler e escrever o mais corretamente possivel, desenvolver o espirito critico e oferecer a elas leituras da melhores que nós entendermos que sejam apropriadas às suas formações em curso. Catequese, instruções morais e espirituais dadas pelas proprias familias e estas assumindo paralelamente a educação escolar. É o que pretendo fazer, como profesor aposentado, exercer tais atividades junto à mina comunidade católica na paróquia que frequente. Como disse Paulo Emilio, reforçando a idéia, não basta nos alertarmos, mas contra-atacarmos.

    VENHAM LUTAR COMIGO
    SEJAMOS ASSIM ALIADOS
    VENCEREMOS OS INIMIGOS
    SE LUTARMOS LADO A LADO.

  7. Uma destruição paulatina da moral e dos princípios religiosos são as causas profundas dessa má formação das crianças e jovens. O que se poderia esperar de pais ou avós são da geração da revolução sexual dos anos 60?

  8. Excelente matéria. É uma alerta para esta geração para evitarmos a caminhada ao analista e terapeuta, sentados no divã por uma escolha que não pudemos (ou talvez nem queríamos) evitar.

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