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Vendo fotografias autênticas de Santa Bernadette Soubirous (não as imagens deformadas que existem em algumas igrejas), percebemos um rosto ligeiramente dado ao quadrado, traços regulares e bem feitos, olhos pretos, grandes e com uma certa fixidez hispânica.
O feitio de espírito dela era taxativo, de dizer as coisas sem rodeios. Educada com muita simplicidade, entretanto tinha muita elevação de alma. Não recebeu certa educação que consiste em dissimular o que se pensa.
O todo dela era de um desprendimento completo, como quem, no fundo, não pretende ser nada; humilde diante de todo mundo. Mas, no serviço de Nossa Senhora, era exímia. Por exemplo: ela ia para a gruta, por ocasião das aparições, e poderia se envaidecer falando com a Virgem Imaculada diante de uma multidão. Lourdes inteira assistindo. Mas ela não se envaidecia, não dava importância alguma.
Chamada para ser interrogada sobre as revelações, portava-se em relação à polícia com um desassombro e naturalidade extraordinários.
Entretanto, em relação aos pais e às pessoas respeitáveis com quem tratava, bem como em relação a seu vigário e à sua superiora religiosa, era um modelo de respeito e obediência.
Nela vemos bem o espírito da verdadeira contra-revolucionária, católica e santa, que não se importa com as pompas deste mundo; que não dá importância a ser tida em grande ou pequena conta; e que, por causa disso, despreza as honras e louvores mundanos. Para se ter sobranceria, é preciso não ligar para o mundo.
A vida inteira de Santa Bernadette foi motivo de edificação para todos. Quando começava a visão de Nossa Senhora, ela se transfigurava, tornava-se de uma majestade que impressionava todo mundo. Uma senhora da sociedade francesa, que a observou durante uma das visões, disse que nunca viu uma moça da aristocracia que tivesse o porte e a figura de Santa Bernadette. Ou seja, como estava tratando com a Rainha do Céu e da Terra, ela adquiria algo de régio da Rainha. Viam nela um espelho de Nossa Senhora.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 15 de abril de 1966. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.