Domingo de Ramos
Catarina era a quarta dos oito filhos de Santa Brígida e de Ulphon, príncipe da Nerícia, na Suécia, e nasceu por volta do ano 1330. Tendo por mãe uma santa, e por pai um homem piedoso e temente a Deus, a menina mostrou desde cedo inclinação para a virtude.
Ainda pequena foi entregue a uma virtuosa abadessa para ser instruída na ciência e na virtude. Deus, que preparava Catarina para uma grande santidade, não queria que ela se entretivesse nem mesmo com os jogos infantis próprios à idade.
Chegando aos treze anos, seu pai quis que contraísse matrimônio, apesar de ela não se sentir em nada inclinada a ele. Suplicou muito a Deus e à sua Mãe Santíssima que a protegessem nessa circunstância. Realizadas as bodas, convenceu seu esposo, Etgardo de Kurner, jovem também piedoso, a viverem em continência perfeita. Ora isso, que para os ouvidos modernos parece um absurdo, naqueles tempos de fé não era raro, pelo que, aceito por ele, os dois viveram como irmãos sob o mesmo teto. Mais que isso, influenciado por ela, o esposo entregou-se também às obras de piedade, passando o casal a viver no palácio como num mosteiro.
Sucedeu então que Santa Brígida, enviuvando, mudou-se para Roma para estar mais perto dos lugares de devoção, e poder socorrer os peregrinos suecos que para lá se dirigiam. Com permissão do marido, Catarina foi juntar-se a ela. Pouco depois, recebeu a notícia do piedoso falecimento de Etgardo.
Ainda jovem, bela, rica, surgiram vários pretendentes para esposá-la. Como ela recusou todas as propostas, um dos pretendentes quis sequestra-la para fazê-la casar-se à força. Na primeira vez, Catarina pôde fugir. Na segunda, quando o ímpio tentou novamente sequestrá-la, no mesmo instante ficou cego. Reconhecendo o justo castigo recebido, pediu às duas santas, mãe e filha, que o perdoassem e que rezassem por ele a Deus para que recuperasse a vista. O que efetivamente se deu.
Em 1372 Catarina e seu irmão Birger foram com a mãe em peregrinação à Terra Santa. Quando chegaram a Jerusalém, Santa Brígida adoeceu, e quis retornar a Roma, onde entregou a Deus sua santa alma.
Dois anos depois, para atender a um pedido da mãe, Catarina voltou à Suécia levando seus restos mortais para serem sepultados no mosteiro de Wadstena, por ela fundado. Nele entrou Catarina, sendo logo reconhecida como priora.
Entretanto, os inúmeros milagres obtidos por intercessão de Brígida levaram os Prelados e os Príncipes da Suécia a pedir ao Papa a sua canonização. E, para tratar disso em Roma, ninguém melhor que a própria filha da santa como embaixadora, tanto mais que esse era também uma obra a que Catarina tinha muito empenho.
Assim, embarcou para Roma, e começou uma série de iniciativas junto a cardeais e membros da Cúria Romana. Mas infelizmente, com a morte de Gregório XI e o cisma que houve com a ascensão de Urbano VI, ela pouco pôde fazer. Tornou-se então um firme apoio ao papa verdadeiro.
Depois de uma permanência de cinco anos na Cidade Eterna trabalhando sem êxito para a canonização de sua mãe, Catarina voltou para seu país. Tal era seu prestígio que, por onde ela passava, os principais representantes da cidade iam acolhê-la com todas as provas de admiração. Bom tempo aqueles em que se prestigiava a virtude!
Enfim, Santa Catarina entregou sua puríssima alma ao Criador no dia 24 de março de 1381, mal passados os cinquenta anos de idade. Tendo ocorrido muitos milagres por sua intercessão, foi canonizada em 1474.
Dela diz o Martirológio Romano Monástico neste dia: “Casada com um jovem senhor com quem combinou, desde o dia das bodas, viver em continência, acompanhou a mãe, Santa Brígida, em diversas peregrinações. Depois da morte da última em Roma, retornou à Suécia e se recolheu ao mosteiro de Vadstena, que dirigiu e ao qual deu uma regra de vida”.